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No dia 25 de abril de 1977, o cabo Armando Valdés desaparecia em plena noite sob os olhos de seus soldados: uma bola luminosa imensa lá estava a algumas dezenas de metros de uma fogueira que brilhava na noite. Graças à agência FRANCE PRESSE, um jornalista chileno, correspondente da agência internacional, tinha recebido instruções para seguir permanentemente o caso e obter o máximo de precisão sobre as seqüências deste encontro de terceiro grau. Infelizmente, o cabo Armando Valdés e seus sete soldados não podiam ser achados, pois tinham sido literalmente seqüestrados pelos serviços especiais do Exército chileno. Chegar ao contato de Valdés era algo impossível.
Mais tarde, no começo de maio de 1978, uma informação interessante: o cabo Valdés e seus soldados tinham sido levados, no dia 25 de abril de 1978, ao próprio lugar em que se tinham dados os acontecimentos. O Exército chileno tinha interditado o perímetro durante aquela tentativa de reconstituição. Enfim, em dezembro de 1978, a direção da Agência FRANCE PRESSE em Paris informava que seu correspondente no Chile conseguirá obter com exclusividade mundial, a primeira entrevista do Cabo Valdés. Pois este militar de carreira deixara o exército – sem dúvida marcado por uma aventura que ninguém ainda pôde explicar. Eis o documento. Nota-se que o cabo Valdés, muito calmamente, dá notícias precisas sobre sua fantástica aventura.
Novembro de 1978 – Arica,Chile
PERGUNTA – Cabo Armando Valdés, depois de 18 meses e considerando o acontecimento com mais calma, poderia contar-nos de novo e resumidamente sua experiência?
CABO VALDÉS – Era um dia comum, durante o qual eu efetuara o serviço que me incumbia, de maneira rotineira. Por volta de meia-noite e trinta ou quarenta minutos, mais ou menos, um dos meus homens, que com outro estava no posto a pouco mais de 30 ou 40 metros do lugar em que nos encontrávamos, chegou correndo para nos contar que alguma coisa estava para acontecer naquele instante.
No começo eu pensei que se tratasse de um problema com os animais que estavam sob nossa guarda, ou alguém do campo de Putre que se aproximava.
Então, quando eu saí com quase todos os meus homens para ver o que estava acontecendo, eu pude ver, assim como todos os outros, uma grande luz que descia a grande velocidade, diante de nós, sobre uma pequena colina de 500 a 600 metros.
Logicamente, pensei na luz de algum cometa ou de qualquer coisa assim. À primeira vista, aquilo parecia mais um fogo de artifício, mas depois de alguns segundos, a luz se manteve parada e aumentou rapidamente, para finalmente desaparecer atrás do morro. É preciso dizer que um grande clarão saía de trás daquela elevação, como se a luz tivesse mantido-se atrás daquele topo.
Imediatamente, quase instantaneamente – e disso eu me lembro bem – pensei em ir ver aquela luz, acompanhado de um dos meus homens. Mal tinha dado a ordem, quando um dos meus homens que não me lembro mais qual deles era, deu alerta para outra direção, muito diferente do ponto para a qual estávamos todos concentrados, quase à nossa esquerda.
O que vimos em seguida nos encheu de espanto e de medo no começo. Ninguém naquele momento supusera que se tratasse de um OVNI ou de qualquer coisa desse gênero.
Era uma luz de 20 metros de diâmetro mais ou menos – já não me lembro bem disso – de forma oval e mais resplandecente no centro. Via-se claramente que aquela luz era produzida por qualquer coisa… Mas qual? Eu não sei sinceramente.
A partir daquele momento, meus homens e eu começamos a experimentar estranhas sensações, como se interiormente qualquer coisa estivesse totalmente tomando conta de nós. Não sabemos até hoje como aquela luz apareceu, mas somente que ela estava lá como que para nos impedir de passar para a primeira luz que tínhamos visto. Desde aquele instante, meus homens começaram a perder o controle e a ficar desencorajados. Sem saber nem quando e nem como, resolvemos segurar uns aos outro pelos braços… Se me lembro bem, fui eu quem deu essa ordem. Ficamos naquela posição durante bastante tempo. Alguns de meus homens rezavam ou choravam, se me recordo direito. Ajoelhamo-nos todos para orar.
Quanto a mim, como chefe da patrulha, convinha que tomasse uma iniciativa qualquer. Pus-me então a gritar com todas as minhas forças para aquela luz, pedindo sua identificação, etc., mas sabendo bem, no meu íntimo, que não obteria coisa alguma e que estava falando ao nada.
Um momento depois, os animais e os cavalos que lá se encontravam começaram a se comportar de maneira estranha diante daquele fenômeno. Por exemplo, o gado se reagrupou em redor de seus pares mais velhos, como faz quando está livre. Olhavam todos para a luz provando-nos assim que viam também o fenômeno.
Tudo aquilo nos fazia supor que estávamos na presença de qualquer coisa estranha e talvez mesmo perigosa, uma vez que os próprios animais estavam com medo do fenômeno.
Ao final de algum tempo – não saberia dizer quanto – dei a ordem de apagar o fogo que nós mantínhamos aceso, supondo que poderiam ser suas chamas que estivessem atraindo a atenção daquela luz. Devo também assinalar que o fogo crepitava de maneira anormal. Foi pois com a intenção de apagar a fogueira que nos separamos, afastando-nos uns dos outros quatro ou cinco passos, não foi mais que isso… eu tenho certeza absoluta.
Tive, então, uma idéia. Agora, mais calmo e tendo quase esquecido do caso, não sei explicar por que comecei a avançar para a luz. Sabia – creio eu – que nada obteria. Foi uma coisa estranha, como uma força que me tivesse impulsionado para ir ao encontro dela, a seis ou sete passos normais do lugar em que se encontravam meus homens. A partir daquele momento, não me lembro mais nada. Sei unicamente o que os meus homens, quase espontaneamente, me contaram no dia seguinte.
Conforme o relato deles, eu desapareci de suas vistas, para reaparecer mais tarde no mesmo lugar em que se supunha que eu tinha desaparecido. Sentia-me estranho, dizia coisas incoerentes em meio a umas espécies de espasmos e de crises de histeria. Posso afirmá-lo, agora que relembro tudo aquilo com mais calma.
Eu me recordo de que, ao voltar a mim, de manhã, me encontrei sentado, sem saber como poderia estar naquela posição. Por instantes, pensei que tinha adormecido, mas lembrando-me de tudo o que tinha acontecido. Lembro-me ainda de ter chamado meus homens para lhes perguntar se de fato se tinha passado alguma coisa. No fundo, acreditava que aquilo tinha sido um sonho e eu não queria passar ridículo diante deles. Mas não foi assim. Meus homens confirmaram, com detalhes, tudo o que se tinha passado. E digo para mim, até o presente, que tudo aquilo parece inacreditável ou quase impossível de se acreditar.
O que se passou em seguida é longo para contar: deram-se várias coisas comigo. Sentia uma grande fadiga corporal e uma forte dor nos rins, como se tivesse feito grandes esforços. Lembro-me de que naquele dia, em menos de duas horas, fumei quase uma carteira de cigarros. Estava à beira de uma crise de nervos, o que podia-se observar também com todo o pessoal que se encontrava comigo no campo de Putre.
Todos repararam que minha barba parecia de 10 dias e eu a tinha feito na véspera. O estranho era que meus homens não apresentavam essa característica. Tinham apenas experimentado um choque nervoso e se inquietado sobretudo comigo. Era eu que me apresentava mais nervoso… como dizer… estava com os nervos mais exaltados.
Quando agora repasso tudo mais calmamente… minha barba, meu nervosismo, minha extrema fadiga física, tudo enfim que se passou naquele momento, minha maneira de agir, minha aparição naquele dia, como se eu tivesse partido em patrulha uns dez dias mais ou menos, o fato de que o calendário de meu relógio avançara 5 dias e o fato de que ele ficou parado durante quase todo o acontecimento, não encontro nenhuma explicação para tudo aquilo.
O que você pensa agora daquela experiência, bem como os membros da patrulha que o acompanhavam?
Para mim, pessoalmente – desde que o resto da patrulha não está comigo – aquilo foi algo assombroso e inexplicável para minha compreensão. Mas posso dizer que naquela noite se passou alguma coisa… Que coisa? Não poderei nunca explicá-lo a mim mesmo.
Há outros detalhes sobre o ocorrido de que você se tenha lembrado depois, quer dizer, nos meses seguintes?
Para dizer verdade, eu tentei, pelo menos na época, lembrar-me de qualquer coisa que me pudesse explicar o que se passara. Mas não consegui. Não me recordava de nada.
Nestes últimos tempos, você teve de novo experiências com os OVNIs?
Absolutamente não.
Oque você pensa agora a respeito dos OVNIs?
Para mim seria tão natural vir a saber que é alguma coisa de um outro sistema como de ter a prova de que todos esses fenômenos são produzidos por elementos naturais ou talvez pelo homem, em qualquer parte.
Após essa experiência, que exames você foi submetido?
Fora das perguntas formuladas pelos jornalistas, submeteram-me a um eletroencefalograma que foi examinado por psicólogos, parapsicólogos, médicos e por especialistas, com uma quantidade de testes psicológicos de toda a sorte. Fizeram-me todos esses exames no Hospital Militar de Santiago do Chile. E por último, o que mais me surpreendeu foi o exame exigido pelo o major Eduardo Arriagada, do Estado-Maior: passei por um detector de mentiras.
Você foi submetido, por exemplo, a uma hipnose? E se afirmativo, quais foram os resultados?
Não me fizeram exame algum dessa espécie, embora recebi numerosas propostas vindas de diferentes meios para a realização de umas sessão de hipnose. Até mesmo de certos países que se comprometeram em levar a sério essa investigação e me dando muitas garantias. Isso me foi igualmente proposto pelo Hospital Militar. Mas até o presente – e agora menos que antes – não aprovei esse tipo de exame.
Este caso o afetou psicologicamente?
Até o momento, não constatei mudança alguma e isso não me tem preocupado.
Você tem tido sonhos estranhos?
Muitos, mas não creio que tenham a ver com o caso. Uma vez apenas, e creio que não foi um sonho… Alguns dias após o acontecimento de Arica, sucedeu-me o seguinte: estava deitado ao lado de meu companheiro de quarto, com a luz acesa. De repente, senti uma estranha sensação. E imediatamente – pela primeira vez – a liguei ao fenômeno de dias atrás. Senti-me inteiramente imobilizado e com os olhos completamente abertos… desperto… Senti uma forte pressão no peito e, em seguida, uma pressão sobre o corpo todo. Senti ainda qualquer coisa me tocar – não sei o quê – qualquer coisa que tentou me levantar pelo dorso. Tentei-me mexer e pedir a ajuda ao meu companheiro, que se encontrava naquele compartimento, de costas ou sob as cobertas – não me lembro bem. Não me entreguei. Mas meu esforço foi tal que lutei – psicologicamente ou fisicamente não sei – contra aquela pressão, até que consegui escapar de tal força. Ao mesmo tempo, dei um grito terrível, chamando meu companheiro que saltou da cama para verificar o que tinha acontecido.
Estava completamente suado e tomado por uma grande exaustão. Naquela noite, não dormi mais. Estranho foi que meu companheiro não tinha percebido nada e eu tinha acabado de me deitar. Tinha terminado de ler uma revista. Até o presente, fora a experiência que tinha tido, esta foi a que me causou mais medo. Não gostaria de passar de novo por isso.
Há pessoas que tenham tido experiências semelhantes com OVNIs e que entrou em contato com você?
Sim, mas não semelhantes. Muito próximos talvez. Não me lembro de seus nomes porque a maior parte deles me contou seus casos por acaso, quando me encontravam em algum lugar e me reconheciam ou lhes dizia meu nome. há somente uma história mais especial de um colega de trabalho, referente à sua esposa que recentemente tem sentido e ouvido certas coisas. Ele a tem visto levantar-se e escrever, fazer equações, cálculos, coisas de que ela é a primeira a se admirar, pois ignora a que se referem os resultados. Também faz estranhos desenhos cujo significado desconhece.