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36 anos já se passaram desde que a Virgem Santa apareceu numa capela ortodoxa, na capital de um pais governado por um líder comunista à beira de uma guerra civil entre cristãos e muçulmanos. Na época, esse magnífico fato foi abafado de todas as formas possíveis, tanto pela comunidade islâmica local, quanto pelo governo, ainda assim houve uma pequena repercussão internacional. O mundo convulsionava ante a guerra fria, e a perseguição aos cristãos nos países muçulmanos pouco divergia dos dias atuais. Quase quatro décadas se passaram, mas a história daquelas aparições magníficas ainda vale a pena ser sempre recontada. Egito, 1968. Enquanto todo o mundo está hipnotizado pela queda do colosso americano no Vietnã, ou aterorizado pela guerra fria, protestos nas grandes capitais do planeta, guerras no Oriente, enfim, um ambiente histórico que pouco divergia do atual. Os olhos do mundo não estavam voltados para o provável banho de sangue que ocorreria no Egito, ou para a relevância e influência que as perseguições muçulmanas contra cristãos teriam no futuro da humanidade, em questão, os dias atuais.
Pouco menos de um ano depois da derrota do Egito na Guerra dos Seis Dias contra Israel, as tensões naquele país eram muitas, e a insatisfação da população se refletia no separatismo e no terrorismo interno, além do recrudescimento do fanatismo islâmico. Um conflito religioso entre cristãos de várias denominações e muçulmanos, sugeria a preocupação por um genocídio ou uma guerra civil sem precedentes. Igrejas eram invadidas ou apedrejadas, residências de famílias cristãs eram marcadas com uma cruz vermelha - um sinal de intimidação. Jovens católicos ou ortodoxos eram presos e torturados até que renegassem a fé cristã. Enfim paz parecia possível apenas a custa de um milagre, e ele aconteceu.
Naquele contexto de desolação para os cristãos, a Mãe de Deus começou a aparecer para milhares de pessoas, em uma igreja coopta construída para relembrar a provável passagem da Sagrada Família por aquela região quando em fuga de Herodes. Era Abril de 1968. Começavam as aparições da Virgem Maria no Egito, a mais vista de todos os tempos e a única até os dias atuais a ser documentada fotograficamente.
Tudo começou quando o arquediácono daquela igreja, Youssef Kamell visualizou uma jovem no domo da capela junto à cruz, no primeiro momento, pensando tratar-se de uma tentativa de suicídio, começou a apontar e gritar em direção à jovem. "Mas uma luz estranha a envolvia" - declarou Kemell mais tarde. Várias pessoas se acumularam diante da Igreja, quando por perto passava um grupo de cristãos, que vendo aquela jovem cercada de tanta luz gritaram: "É Maria! É a Mãe de Deus!", e correram para diante do templo. Naquele momento Ela flutuou até a parte central acima do pórtico do templo, virou-se na direção deles, sorriu lindamente e os abençoou. A virgem permaneceu silenciosa, por vezes voltava a face para os céus, e outros momentos dirigia seu olhar a algum dos presentes, demonstrando escutar as preces emocionadas. Em outros momentos caminhava sem que tocasse a laje do templo. Pombas luminosas voavam entre os presentes e pelos céus formando uma cruz. Uma fragrância deliciosa foi sentida por todos os presentes, e não tardou a que uma grande multidão se formasse diante do templo. Essa primeira aparição durou duas horas.
Não tardou até que toda a cidade ficasse sabendo do fato, rádios cristãs anunciavam o milagre, ao passo que a imprensa local o tratou com indiferença. Na noite que se seguiu à primeira aparição, uma imensa multidão se postou diante do templo. As ruas em redor ficaram tomadas, quase toda a comunidade cristã local estava presente, alem de centenas de muçulmanos - o que despertou grande preocupação por parte das autoridades policiais. E mais uma vez Ela apareceu cercada de luz. O que se viu foi uma comoção generalizada. Alguns choravam copiosamente ante a visão da Virgem Santa, outros ficaram paralisados, outros ainda, caíam de joelhos em sonoras preces. E mesmo entre os muçulmanos presentes as reações não foram diferentes.
Nas semanas seguintes o local se transformou num lugar de peregrinação. Quase todos os dias a Virgem se fazia presente. Muitos levavam seus doentes, entre os quais, vários encontraram a cura de seus males. Um perfume inexplicável tomava conta do ambiente, e mesmo ao longe se podia sentir, mesmo com vento forte. Todas as atenções do Cairo se voltaram para as aparições da Virgem. O fenômeno passou a ser noticiado em todo o país e no exterior.
A polícia local e o serviço secreto egípcio empenharam-se em investigar o fenômeno. No início acreditava-se tratar de uma projeção ou de uma encenação. Todo o templo foi varrido minuciosamente e todos os prédios próximos investigados. A cobertura da Igreja foi ocupada por policiais, bem como todos os prédios próximos, e ainda assim a Virgem continuava a aparecer. Nada foi encontrado. Não se conhecia na época qualquer tipo de dispositivo que "produzisse" fenômeno similar e com tamanha perfeição. Especialistas foram convocados de várias partes do mundo, e não houve explicação possível diante da constatação visível do fato. Não havia dúvidas, o que ali acontecia era real, sobrenatural e inexplicável cientificamente. O efeito era inteligente, logo, a causa era inteligente, mas inexplicável à luz da ciência.
O mais impressionante é que a aparição gerava luz física, podia ser captada pelas câmeras, as pessoas sentiam odores perfumados e delineavam feições lindíssimas, maior ainda o fato de milhares de pessoas terem o consenso muito claro do que viam, todos enxergava uma mesma coisa, não era sugestão ou hipnose. Ainda assim seria impossível hipnotizar ou sugerir milhares de pessoas diferentes. Era consensual, a Virgem era vista por todos.
As aparições duravam de alguns minutos até horas. Uma das aparições durou nove horas. Kyrillos VI, o patriarca Ortodoxo, formou uma comissão para investigar as aparições. Vários comissários diferentes fizeram constar em seus relatórios os mesmos fatos: observaram plumagens de fumaça púrpura e uma deliciosa fragrância que enchia todo o ambiente na hora das aparições, e a figura de uma mulher cercada por um globo muito luminoso de luz, acompanhada por pombas luminosas que apareciam e desapareciam junto com a "mulher luminosa".
Ela foi vista por mais de um milhão de pessoas. Católicos, ortodoxos, protestantes, muçulmanos, milhares de crentes e não-crentes experimentaram as aparições, dessa vez não eram santos ou confidentes, mas gente do povo, milhares de pessoas, e não houve teoria que explicasse o que ocorria aos olhos de todos que quisessem ou não ver a verdade dos fatos, Maria realmente aparecia. E as aparições eram transmitidas via radiodifusão ou pela TV egípcia. As aparições foram fotografadas por centenas de fotógrafos diferentes e foi pessoalmente testemunhada pelo presidente egípcio Abdul Nasser, um comunista declarado, que não teceu qualquer comentário público.
As aparições duraram dois anos com numerosas curas registradas por vários profissionais médicos e cientistas. O que estava acontecendo era real, doentes, seja cristãos ou muçulmanos receberam a cura, cegos recuperavam a vista, coxos andavam, ateus eram convertidos, milhares de curas do corpo e da alma, além do efeito mais magnífico, o conflito entre cristãos e muçulmanos cessou. Jamais a história registrou fato semelhante, tendo em vista ainda seu caráter ecumênico (na mais responsável acepção do termo). Ali se confirmava a cerdade de que Maria é Mãe amorosa de todos os homens.
Grupos de muçulmanos que assistiam às aparições cantavam do Alcorão: " Maria, Deus te escolheu. E purificou-te; Ele escolheu-te acima de todas as mulheres ". Por várias vezes, tanto cristãos quanto muçulmanos cantavam juntos as mesmas canções. Era um espetáculo de fé de rara beleza.
O Patriarca coopta local, Kyrillos VI, anunciou um ano depois das aparições que ele não tinha nenhuma dúvida que a Mãe de Deus estava aparecendo para milhões de pessoas sobre o teto da Igreja em Zeitun.
"Investigações oficiais foram levadas a cabo, e como resultado foi considerado um fato inegável: A Virgem Maria tem aparecido na Igreja Católica Ortodoxa Coopta de Zeitun em um corpo luminoso, claro e com feições definidas, visto na parte frontal (do templo) por todos os presentes da igreja, seja cristãos ou muçulmanos " - Relatório do Departamento Geral de Informações de zeitun, Egito 1968.
As aparições duraram entre 1968 e 1970 quase diariamente. A Virgem era vista cercada por pombas de luz e uma fumaça fulgurante. Ela andava naturalmente como que flutuasse sobre o teto da Igreja, se curvava diante da cruz, abençoava a todos os presentes, se prostrava com as mãos postas para o céu e seu aparecimento era sempre acompanhado por pombas que muitas vezes formavam cruzes nos céus. Em Zeitun não houve espaço para o ceticismo. Em raros momentos os sinais de Deus foram tão universais e avassaladores. As aparições em Zeitun foram indubitáveis, e não houve cético ou descrente que a tenha presenciado e permanecido insensível à sua veracidade.
As aparições da Virgem em Zeitun foram as maiores de todos os tempos em número de testemunhas, mais de 1 milhão de pessoas. Até hoje não há paralelo na história das aparições que se possa comparar às aparições no Egito. Pelos frutos se conhece a boa árvore, além das numerosas conversões e curas, Nossa Senhora conseguiu pacificar dois grupos religiosos quase em guerra sem a necessidade de nenhuma mensagem específica, bastou a sua presença para que tanto muçulmanos quanto cristãos observassem que aquilo que aparentemente os separava, se vista sob a ótica do amor era justamente o que os unia, a fé.
É dificil mensurar a amplitude que um fenômeno similar, se ocorrido nos dias de hoje, teria sobre o mundo. Os recursos de mídia são os mercados que mais crescem em todo o mundo desde a década de 90, e não é dificil imaginar que um evento de tamanho vulto seria massificado de forma geométrica em questão de horas, e muito mais gente conheceria tais aparições. Ou, talvez interpretando a realidade com mais frieza, aconteceria o mesmo que ocorreu quase quatro décadas atrás - a violência, a sensualidade, a desordem moral e social ocupariam bem mais as pautas de uma mídia desinteressada das coisas de Deus. E esse magnífico fato histórico e místico seria um pedaço da história humana que muito habitualmente a mundo trataria de esquecer, pois Deus, desde muito, é relegado ao esquecimento em nossa história.
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