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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CASO DO HUMANOIDE ACROBATA

Artigo originalmente publicado na Revista Ufologia Nacional e Internacional de junho de 1986.

Dados Gerais

Local
Bruxelas, Bélgica

Data e Hora
2 hs da madrugada de  uma noite dezembro de 1973

Nº de Testemunhas
1

Tipo
avistamento de humanóide

Este caso insólito ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, em dezembro de 1973. A testemunha, que desejava preservar o anonimato e também a tranqüilidade, apenas nos permitiu citar as iniciais de seu nome.

De muitos casos de observações de humanóides extraterrestres, este é o que apresenta características por assim dizer "cômicas" e profundamente marcantes. O evento ocorreu na residência da testemunha, Sr. M.V.M., mais propriamente em seu jardim de aproximadamente 75 m², nos fundos de sua casa.

Numa determinada noite, quando M.V.M. se encontrava dormindo com sua mulher, acordou por volta das 2 hs. da madrugada para ir ao banheiro, que fica situado na parte externa da casa, ao lado do citado jardim. Com a finalidade de não acordar sua esposa, levantou-se sem acender as luzes, iluminando o caminho com uma lanterna de mão. Tendo chegado a cozinha, ouviu um ruído proveniente do exterior. Foi então que percebeu uma claridade esverdeada atingindo as cortinas, fato que o deixou sobressaltado visto que o jardim deveria estar na mais absoluta escuridão.

Intrigado com a luminosidade e os ruídos estranhos, dirigiu-se à janela para melhor investigar e observou um espetáculo desconcertante.

No fundo do jardim se encontrava um personagem de aproximadamente 1 metro e 10 centímetros de estatura, revestido com um escafandro reluzente que irradiava uma luminosidade esverdeada. O humanóide era visível de costas, com a cabeça, braços e pernas aparentemente normais. A cabeça estava protegida por um capacete transparente de forma esferóide, com um tubo que partia da parte posterior indo em direção à uma espécie de mochila presa às suas costas. Aparentemente a vestimenta não possuía costura nem botões perceptíveis. A testemunha pôde observar uma espécie de cinta que agregava um apequena caixa de cor vermelha luminescente. A cinta tinha uma largura de 3 a 4 cm aproximadamente, e a caixa uns 8 cm de lado por uns 3 cm de espessura (medidas aproximadas).

A calça, na sua parte inferior, se assemelhava a de "golfe" e estava unida a umas pequenas botas que possuíam idêntico aspecto que o resto do uniforme. Não havia nenhum detalhe que pudesse ser apreciado a primeira vista. Suas mãos eram idênticas as nossas, se bem que um tanto menores e possuíam luvas. Sendo que de costas, a cabeça parecia redonda e negra, o Sr. M.V.M. pensou que o humanóide tinha (ou devia possuir) cabelos bem curtos.

Por outro lado, a testemunha notou um halo luminoso que rodeava o visitante, desde a cabeça ate os pés, iluminando inclusive o chão por onde se locomovia.

Não era perceptível nenhum movimento que indicasse que o individuo respirava, como também não se ouvia ruído algum produzido pelo seu corpo.

Em uma das mãos portava um instrumento que poderíamos comparar a um aspirador de pó caseiro, ou a um de detector de minas subterrâneas. Movia-se lentamente, da esquerda para a direita, por cima de um montão de lixo que a testemunha havia deixado dias antes.

O aparelho era formado por um tubo comprido em cuja parte superior podia observar-se uma pequena caixa retangular e, na extremidade inferior, tinha uma placa retangular com a parte frontal achatada. No demais, o aparelho emitia uma luminosidade idêntica ao do uniforme da criatura. Também não foram perceptíveis ruídos provenientes do mesmo, em nenhum momento em que se desenvolveu o caso.

A testemunha notificou que a pequena criatura parecia ter dificuldade em locomover-se, "MOVIMENTAVA-SE LENTAMENTE, CONTORCENDO-SE E DOBRANDO LIGEIRAMENTE OS JOELHOS. SUA MANEIRA DE ANDAR PARECIA PARTICULARMENTE PESADA".

Foi então quando o Sr. M.V. fez uso da sua lanterna emitindo sinais luminosos em direção ao fundo do jardim. O humanóide se voltou sobre si mesmo, podendo o Sr. M.V.M apreciar, nesse momento, que o seu pescoço não era móvel, já que efetuou o movimento com todo o corpo.

Nessas circunstancias, a testemunha pôde observar o rosto da criatura de cor negra. Não se observavam protuberâncias, nariz ou boca, apenas orelhas pequenas e pontiagudas.

Os olhos eram de formato oval e emitiam uma luminosidade amarelada, sendo grandes e muito brilhantes. Estavam rodeados por uma película verde. Sobre a íris pode distinguir umas veias finas, negras e roxas. A pupila era negra e ligeiramente ovalada.

Desenho do humanóide observado pelo Sr. MVM, em Bruxelas, Bélgica, segundo interpretação da Revista Stendek. O extraterrestre parecia "trabalhar" no jardim da testemunha.

O estranho olhou cara a cara a testemunha enquanto sustentava com sua mão esquerda o "detector". Com a outra mão livre, pareceu responder aos sinais emitidos pela lanterna da testemunha, levantando o braço e com os dedos formou o sinal "V".

Depois disso se voltou e começou a caminhar em direção ao muro do fundo do jardim, com a sua característica maneira de andar, balanceando ligeiramente os braços. Ao chegar a parede, colocou um pé na mesma, depois sem titubear fez o mesmo com o outro e subiu pelo muro com as pernas tensas. Durante esse movimento ascendente, a criatura se mantinha na mesma posição original quando em terra. Ao chegar ao vértice da parece (uns 3 metros de altura, descreveu um arco em circulo completo até descer pelo outro lado do muro, seguindo o surpreendente método anterior.

Um minuto após haver finalizado essa extraordinária proeza, apareceu detrás do muro uma viva auréola de luz branca, ao mesmo tempo que se ouvia um pequeno silvo estridente (debilmente perceptível). Recordemos que a testemunha encontrava-se na cozinha, por trás de uma janela fechada.

Alguns instantes depois apareceu por trás do muro um objeto redondo. Apos uma breve ascensão, o OVNI se imobilizou durante 5 minutos aproximadamente, produzindo sempre o mesmo ruído intermitente.

Possuía um diâmetro aproximado de 5 metros (tamanho estimado segundo a largura do jardim). A metade superior era fosforescente de cor alaranjada, com o centro coroado por uma cúpula transparente que difundia uma luz esverdeada. A metade inferior era de cor escura e, nesta zona, se destacavam nitidamente três holofotes horizontais. Um azul a esquerda, outro amarelo no meio e um terceiro vermelho na outra extremidade. Essas luzes se iluminavam alternadamente três vezes seguidas (como flashes).

A testemunha observou sobre o contorno do OVNI umas aberturas cintilantes como as pedras de um isqueiro. Estavam situadas entre o limite da parte escura e a fosforescente, ou seja, no nível da maior circunferência do OVNI.

Os holofotes pareciam estar projetados para iluminar o exterior segundo um movimento rotativo, ainda que o engenho não parecesse rodar sobre si mesmo.

Dentro da cúpula transparente, a testemunha percebeu o humanóide banhado numa luminosidade branca. Não pode apreciar nenhum outro detalhe do interior do objeto.

Sob a cúpula estava inscrito um "emblema". Parecia composto de um circulo negro, atravessado diagonalmente por um relâmpago amarelo mais brilhante que o fosforescente da estrutura externa do objeto.

O OVNI subiu verticalmente uns 20 metros, guardando sempre sua posição horizontal. Depois balanceou lentamente, aumentando a intensidade, a estridência do silvo, acelerando vertiginosamente em direção ao céu, deixando atrás de si um rastro luminoso. No fim de alguns segundos não era mais que um pequeno ponto luminoso perdido entre as estrelas.

A testemunha não experimentou qualquer sentimento de terror, nem também teve alguma reação de hostilidade para com o misterioso visitante.

Temos que assinalar também que, durante a observação, o Sr. M.V.M. não recebeu nenhuma mensagem verbal ou telepática por parte da criatura. Uma vez terminado tudo, a testemunha não sentiu nenhuma emoção pelo que acabava de presenciar, apenas preparou posteriormente um chá.

Mais tarde, voltou para a cama e dormiu profundamente. Na manha seguinte levantou-se como nos outros dias sem queixar-se de qualquer mal-estar. Já nas primeiras horas inspecionou seu jardim sem descobrir algo de particular ou anormal. Aparentemente nada havia desaparecido, como não foram vistas pegadas no solo ou na parede. A estranha criatura não havia deixado marcas nem nada...

Ao sabermos da noticia, decidimos realizar algumas investigações na esperança de confirmar a veracidade das declarações da testemunha envolvida. Nada mais alem dos informes originais (aqui descritos) foi acrescentado ao relato original. Outrossim, foi confirmada a absoluta idoneidade moral do Sr. M.V.M., através de investigações posteriores.

O local do ocorrido não apresentava anomalias, com exceção de algumas arvores deterioradas por causa da contaminação atmosférica provocada pelas fabricas circundantes.

O muro do jardim também foi minuciosamente pesquisado e a sua parede não apresentava nenhum traço de suspeita.

COMENTÁRIOS

O ser observado corresponde, em muito, aos relatos originais oriundos de outros paises: com escafandro, de estatura entre 90 e 120 cm, revestido com um uniforme opaco e capacete globular.

Por outro lado, a testemunha declarou que em intervalos mais ou menos regulares uma espécie de pálpebras cobria os olhos do humanóide (sem querermos estabelecer alguma relação com certos animais depredadores noturnos como aves, etc) Essa pálpebra especial cobria o olho horizontalmente (sem que intervenha o sistema nervoso central), com a finalidade de eliminar as impurezas ambientais depositadas na íris e também com a finalidade de ir acostumando a vista a uma luminosidade excessivamente forte. Inclusive os gatos possuem pálpebras desse tipo.

No entanto, ao contrario do que se passava com o humanóide, em alguns animais as pálpebras se movem horizontalmente, desde o interior ao exterior do olho. O ser humano possui restos atrofiados desse órgão. Trata-se da bolinha redonda localizada no lado interno do olho.

Finalmente, estranhamos demasiadamente que a testemunha tenha podido fornecer alguns detalhes tão afinados e difíceis de serem observados. Quando foi submetida a um interrogatório, desenhou os olhos de tamanho natural. Imediatamente, fizemos a prova de mostra-los a uns 10 metros de distancia aproximadamente (distancia que separava a testemunha da criatura naquela noite). Temos que admitir que se podem observar detalhes mais delicados, sempre que os olhos estejam bem iluminados recordemos que os olhos do ser eram luminosos).

Com referencia ao emblema desenhado na nave, parece que a primeira vista não se conhece sua origem ou significado.

A testemunha não conhece nada sobre Ufologia, já que os seus interesses se orientam para outros variados ramos de atividades.

CONCLUSÕES

Apesar dos nossos insistentes esforços, não foi possível recolher outra informações que pudessem confirmar esta observação extraordinária, que por infelicidade, somente conta com um única testemunha. No entanto, vamos dar-lhe uma nota relativa de autenticidade. Cremos no relato pela testemunha em si. O seu esforço em ser preciso no relato lhe confere uma forte dose de autenticidade e a sua recusa de notoriedade, complementam o forte indicio de que foi vivida uma experiência UFOlógica real.

O relato e coerente e lógico em sua amplitude e tem indicações muito precisas de boa fé. Destaquemos que a testemunha afirma que o pequeno ser não deixou nenhum tipo de marca no jardim, detalhe que joga a favor da autenticidade do relato.

Se se tratasse de uma fraude (o que, não cremos), e muito possível que o Sr. M.V.M. nos tivesse apresentado provas como: marcas no solo ou riscos no ladrilhos da parede, com a finalidade de dar maior credibilidade a sua historia.

Posteriormente, na segunda entrevista, a testemunha repetiu a narração ponto por ponto, inclusive desenhando  estranho ser idêntico ao realizado na primeira vez. Isto faz com que o caso em si tenha suficientes detalhes positivos para ser incluído nestas paginas.

Alguns anos mais tarde, debruçados sobre este caso intrigante, me perguntei: PODERIA A TESTEMUNHA EM QUESTÃO, HAVER SONHADO TO DA ESSA HISTORIA? ... Deixamos leitor questionar e ... julgar!

Representação da ocorrência

domingo, 29 de novembro de 2009

Retrato do corpo mental

Para definirmos de alguma sorte, o  corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental (*) que lhe preside a formação.

Do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnética, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja.

        Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos domínios da experiência.

        Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, alem do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.  

André Luiz  (Uberaba,19 de Janeiro de 1958)

(*)O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que, por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre.

Mais um estudo sobre perispírito

O perispírito, formado por substâncias químicas que transcendem a série_estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

        Organismo delicado, com extremo poder_plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

        Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo_físico, ainda animalizado ou enfermiço.

        O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução. Emmanuel 1952

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FAÇAMOS LUZ ESPIRITUAL

Emmanuel

“Não apagueis o espírito”.

I' Epístola de Paulo de Tarso aos Tessalonicenses 1:19

De modo geral, todos nós, no mecanismo de recapitulações das experiências terrestres, somos reconduzidos a condições difíceis do aprendizado, valorizando a responsabilidade, o livre-arbítrio e a razão, que menosprezamos em outra época. Entretanto, apesar da concessão divina do retorno à luta benéfica, precipitamo-nos em despenhadeiros diversos, à distância do caminho que o Pai nos traçou mobilizando divinos mensageiros de seu amor.

A Proteção Constante

Considerando a constância da Proteção Divina somos obrigados a reconhecer que, antes do próprio Evangelho de Jesus, a Humanidade já recebia continuadas demonstrações de socorro do Alto, através de emissários numerosos da Providência, nos setores da Religião, da Filosofia e da Ciência, que induziam a criatura à necessária elevação espiritual e à iluminação do seu patrimônio de conhecimentos.

Ausência de Equilíbrio

Todavia, não obstante o cuidado incessante do Senhor, não temos sabido manter o equilíbrio indispensável entre as margens do caminho reto. Assoberbam-nos tentações de variados matizes, emergindo da viciação de nós mesmos e compelindo-nos à volta às situações inferiores do pretérito. Persiste em nós, ainda mesmo em se tratando dos desencarnados que se localizam nas zonas fronteiriças da carne, o terrível dualismo da animalidade e da espiritualidade simultâneas. Grande é a batalha! Constitui a síntese de muitos séculos de escolha criminosa e de predileções prejudiciais.

Deficiência da Razão

Apesar disso, nossa razão é sempre vigoroso foco de observação e potencial analítico. Criamos extensa nomenclatura para classificar os erros do próximo, sabemos discernir, com rigor, as regiões nevrálgicas dos vizinhos e tabelar as faltas alheias com ausência, quase absoluta, de senso evangélico, no exame das minudências circunstanciais. Sobram-nos raciocínios contundentes e escasseia-nos sentimento divino para compreender a posição dos que caíram ao longo de penosa iniciação à vida superior, doentes da alma e aflitos do coração. Esquecemo-nos de que os sucessos amargos, determinantes das quedas de outrem, são acontecimentos suscetíveis de ferir igualmente a nós outros, que nos supomos inatingíveis.

Exigências do Caminho

É por isso que toda a cautela se requer na preparação de caminhos por parte dos discípulos modernos. O campo da experiência está exigindo maiores recursos de iluminação para o sentimento. O trabalhador formado para o serviço é valor da vanguarda, conclamando à renovação geral. Muita vez, faz-se preciso abandonar as situações mais reconfortantes e os laços mais estimáveis, a fim de atendermos ao chamamento divino. Para quantos se consagraram às realizações do Mestre, o relógio da evolução oferece horas muito diferentes nos tempos que passam. Urge aperfeiçoar-se o individualismo de cada servidor à luz sublime do Reino de Jesus, ainda mesmo ao preço de sacrifícios pungentes. No cérebro e no coração não ressoam convites ao sentimentalismo doentio, mas ao sentimento edificante, nem apelos à indiferença ou à impassibilidade e sim exortações ao equilíbrio que o Cristo nos legou.

O Preço da Luz

Não recebemos qualquer aquisição sem preço correspondente. Fatos comezinhos da existência material esclarecem-nos vivamente nesse sentido. Por que motivo aguardaríamos vantagens da compreensão sem o trabalho preciso? Não se dependura a virtude no santuário da consciência, como objeto de adorno em tabiques exteriores. Faz-se preciso renovar a mente e purificar o coração. Não adquiriremos patrimônios da imortalidade, guardando acervos de pensamentos do campo mortal. Não nos renovaremos em Cristo, perseverando nas velhas armadilhas de fantasias da esfera transitória. Para elevar a própria vida é imprescindível gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão.

Vigiemos no Evangelho

Vigiemos, no templo de nós mesmos, de modo a não apagar e nem reduzir a luz do espírito, controlando as nossas intervenções individuais no campo infinito e eterno da vida. Para alcançar semelhante edificação, com a desejável segurança, é impossível afastar-se o aprendiz do Evangelho aplicado ao raciocínio e ao sentimento. Em suas forças vivas, encontramos possibilidades de entendimento com o Cristo, vivendo-lhes os ensinos. Seus padrões de vida eterna desafiam-nos as obras efêmeras, despertando-nos a consciência para a visão de horizontes mais vastos.

Situação Amarga

Enquanto não serenarmos a corrente das paixões que nos caracterizam a individualidade, não alcançaremos o poder indispensável à realização desejada. Seremos ouvintes estacionados no jardim ilusório da admiração apressada; crentes perdidos em nova idolatria de falsos valores, pelo olvido de nossos tesouros ocultos e pelo abandono de nossas ferramentas, da possibilidade pessoal. Seremos pródigos em aconselhar o bem, esquecidos de aplicá-la e simbolizaremos compêndios vivos de exortações aos ouvidos alheios, mantendo-nos, embora, em lamentável necrose espiritual.

Reeducação Espiritual

Fujamos à terrível condição da maioria das inteligências modernas, caracterizadas por raciocínios de anjo aliado a sentimentos de monstro. A desarmonia que se verifica, no quadro evolutivo das mentes encarnadas, repete-se em nosso plano de ação. Nas esferas vizinhas da Crosta Planetária instituem-se incontáveis escolas de preparação destinadas à melhoria dos que se distanciam da experiência física à maneira de ver-me rastejante colado à concha do egoísmo e da vaidade. É necessário reeducar, readaptar e restaurar personalidades que se demoram nas sombras do “eu”, desinteressadas do santuário que lhes pertence no imo do ser.

Muitos de vós, nos centros espíritas cristãos, realizais presentemente serviços que inúmeras almas somente conseguem levar a efeito, em seguida à libertação do corpo que as materializava na Terra. Aprendem dificilmente a arte do desapego, pelas noções de posse egoística que cristalizaram em si próprias e daí a necessidade de volumosas lágrimas para a retificação dos erros da imprevidência. Os discípulos sinceros de Jesus operam atualmente, como trabalho máximo, o despertamento próprio, a própria iluminação. Esse, de fato, o objetivo primordial da doutrina, a melhoria da criatura para o mundo melhor.

O Setor Científico

O setor científico do Espiritismo, em verdade, pode construir notáveis convicções e disseminar flores admiráveis de intelectualidade e filosofia superficial. Mas a simples demonstração científica não realiza as conversões e transubstanciações necessárias à renovação benéfica do homem e do mundo. Não devemos limitar o movimento libertador das consciências que o Espiritismo instituiu no Planeta a mero serviço de informações verbalísticas entre dois planos diferentes de vida. É imprescindível ponderar e raciocinar com a realidade cristã. Podemos incentivar nossas relações com as esferas mais altas, estender a visão psíquica, ampliar expressões fenomênicas, mas se relaxarmos o trabalho de manutenção da luz divina, permitindo que a chama da Divindade se apague, dentro de nós, todo o esforço resultará infrutífero.

Exemplifiquemos com Jesus

Curemo-nos, portanto, da velha paralisia sentimental, exemplificando a humildade e a fraternidade de cuja conceituação e definição temos sido excelentes portadores. Reduzamos a exportação de conselhos fáceis, para atender à obra difícil da nossa própria redenção com o Cristo de Deus.

Instalemos a ponderação no centro de nossos pensamentos e sigamos o Mestre Divino nas múltiplas circunstâncias que nos assinalam a luta.

Sustentando a lâmpada de nossa fé na superior destinação para a qual fomos lançados à torrente da vida eterna, teremos organizado a energia precisa para que a luz do espírito jamais se extinga dentro de nós.

O discípulo deve e pode refletir a vontade do Senhor, executando-lhe as lições, cada dia.

É para esse esforço que os espiritistas do Evangelho são atualmente chamados, no desdobramento do qual recebemos mais elevadas quotas de auxílio das Esferas Superiores. A zona mais alta de suas tarefas apostólicas, na atualidade terrestre, acima do proselitismo apressado e da propaganda fácil, reside no trabalho abençoado de reavivamento da luz espiritual no mundo inteiro, conservando a luz do espírito acesa e brilhante em si próprios.

  Do livro Cartas do coração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os animais tem alma? Existem animais no mundo espiritual?

Marcel Benedeti

Recebemos estas perguntas de pessoas que pretendem entender sobre a espiritualidade dos animais, mas não sabem onde encontrar as respostas:

1. Nos livros de André Luis e Chico Xavier e outros autores há citações sobre a presença de animais no mundo espiritual. Onde há na codificação o ponto que fala sobre os animais no mundo espiritual?
R: Leia o capitulo “Os Animais e o Homem”, que é todo sobre este assunto. A codificação espírita não diz que não existem animais no mundo espiritual. O que há é apenas a citação de que não há espíritos errantes de animais na erraticidade. Aqui neste enunciado é que se cria a confusão, pois a palavra erraticidade serve para designar a vida do espírito liberto do corpo físico, enquanto a palavra errante é apenas sinônima de nômade. Não deveria haver esta confusão, pois são termos completamente independentes. Um espírito pode estar na erraticidade e ser errante ou pode estar na erraticidade e NÃO ser errante, isto é ter a liberdade de ir para onde quiser naquela dimensão. Kardec pergunta ao Espírito de Verdade se os animais, tendo em vista sua inteligência e liberdade de ação, possuem alma. A resposta positiva não deixa dúvida de que os animais têm alma e complementa dizendo que em cada ser há apenas uma única alma. Kardec pergunta se a alma dos animais conserva sua individualidade ao chegarem a espiritualidade e a resposta novamente é positiva. Portanto na Codificação encontramos a concordância sobre a literatura espírita sobre a existência de espíritos de animais no mundo espiritual.

2. As obras de Chico Xavier (André Luiz), que falam da existência de animais no mundo espiritual estariam em contradição com a Codificação?
R: Não. Não há contradição, há apenas falta de compreensão de nossa parte, pois além da confirmação do espírito da verdade de que há espíritos de animais na espiritualidade, a própria ciência já demonstrou isso, bem como os relatos espontâneos de pessoas que viram espíritos de animais (Ver. Espírita – 1865)

3. Depois de desencarnarem, as almas dos animais vivem no mesmo plano espiritual que os espíritos humanos?
R: No Universo somente existem os planos espiritual e físico. Ou estamos em um ou estamos em outro. Como diz o Espírito de Verdade sobre o espírito dos animais, estando desligados dos corpos físicos, eles se encontram na erraticidade, isto é no plano espiritual. Ao serem colocados (“utilizados”) para reencarnarem retornam ao plano físico. Portanto a morada dos espíritos é a morada de todos os espíritos, não importando se de animais, vegetais, minerais ou humanos. Todos somos espíritos.

4. Por que se verifica que alguns animais têm mais sorte que outros. Enquanto uns sofrem outros tem vidas tranqüilas? Os animais têm Carma?
R: Não. Os animais não têm carma ou dívidas morais com o passado. As alegrias e dificuldades porque passam os animais são para o seu aprendizado. Os espíritos desta fase se revezam em situações difíceis e alegres. Em um momento podem ter uma vida boa (feliz), noutra cheias de amarguras e tristezas para aprenderem sobre alegrias e tristezas e não para resgatarem algum mal feito no passado.

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OS ANIMAIS, NOSSOS COMPANHEIROS

Irvênia Prada

Se os animais só inspiram ternura, o que houve, então, com os homens? Guimarães Rosa

Quantos relatos de companheirismo, fidelidade e amizade já ouvimos, todos nós, de pessoas que conviveram com os seus assim chamados animais de companhia, ou de "estimação", como se diz no interior.

E dentre essas pessoas, nem Chico Xavier escapa. Não ouvi dele, diretamente mas, fiquei sabendo. Na Folha Espírita em revista, 1977, edição comemorativa dos 50 anos de mediunidade de Chico, a dra. Marlene Nobre insere, no artigo "Pequena História de uma Grande Vida", pitorescos casos da vivência do médium com os animais, lembrando quantas vezes preás vinham comer em suas mãos ou nos seus pés, onde ele deixasse os miolinhos de pão.

Registrou a ocorrência de enorme formigueiro que começou a devastar as roseiras de Chico que, então, resolve conversar com elas, as formigas:

- Minhas irmãs, vocês são tão eficientes, tão unidas no trabalho! Mas, olha, vocês precisam ir embora ...

Várias vezes Chico conversou com elas e elas acabaram indo embora

Outro caso relatado foi o do Brinquinho (reencarnação do Dom Pedrito, lembram?), o cachorro amigo da casa. Às quartas-feiras, conforme contou Chico, enquanto ele ia receber mensagens, o Brinquinho deitava-se quietinho, enquanto o trabalho de psicografia se desenrolava. Quando tudo terminava, Brinquinho levanta-se e aguarda Chico abrir a porta.

Nessa mesma noite de conversas sobre animais, Chico comentou ainda com a dra. Marlene, que o espírito André Luiz levou-o a um mundo mais adiantado que a Terra, onde os habitantes reúnem os macacóides mais inteligentes e treinam os mesmos para os trabalhos mais rudes.

Tem outros casos, como o da cobra enorme de "bote armado", contado pela dra. Marlene e também por R. A. Ranieri, em Recordações de Chico Xavier. No livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, acha-se registrada uma história do cão Lorde, muito bonita:

Chico e José, seu irmão, acompanhados do Lorde, vão a uma grande lapa, nas cercanias de Pedro Leopoldo, em busca de uma tal erva que somente se desenvolve em cavernas do sub-solo, recomendada para um caso de reumatismo complicado.

Chegaram à caverna e José, segurando Lorde por uma corda, desceu à frente.

Depois de longa busca, encontraram a erva medicinal. Contudo, os caminhos tortuosos e escuros acabaram por confundi-los e se perderam ...

De vela acesa, debalde procuravam a saída!

Gritavam, mas ouviam apenas o eco de suas próprias vozes. Quando a luz se mostrava quase extinta, recorreram à prece. Dona Maria João de Deus, a mãe de Chico e José, já desencarnada, apareceu e recomendou-lhes:

- Vocês vão precisar do auxílio do Lorde. Aprendam a lição (referia-se à maledicência de ambos, anteriormente). Chega sempre o momento em que necessitamos o amparo de criaturas que supomos desprezíveis. Soltem o Lorde e sigam-lhe os passos.

- Ele sabe o caminho de volta!

Assim fizeram e, acompanhando o animal, venceram o labirinto em poucos minutos.

Uma vez salvos, fora da caverna, meditaram na lição recebida e renderam graças a Deus,

Segue-se outro caso do Lorde, segundo material que me foi enviado pelo prezado confrade Maurício Roriz, da USE de São Carlos, SP, a quem agradeço a gentileza: Em carta (25/01/1951) escrita por Chico Xavier a Wantuil de Freitas, então Presidente da FEB e apresentada no livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert, à pag. 283, 2ª ed. FEB, Brasília, 1991, lê-se: " ... Em 1939, o meu irmão José deixou-me um desses amigos fiéis (um cão). Chamava-se Lorde e fez-se meu companheiro, inclusive de preces, porque, à noite, postava-se junto a mim, em silencio, ouvindo musica. Em 1945, depois de longa enfermidade, veio a falecer. Mas, no ultimo instante, vi o Espírito de meu irmão aproximar-se e arrebatá-lo ao corpo inerte e, durante alguns meses, quando o José, em Espírito, vinha ter comigo, era sempre acompanhado por ele, que se me apresentava à visão espiritual com insignificante diferença. Atrevo-me a contar-te as minhas experiências, porque também passaste por essa dor de perder um cão leal e amigo, Geralmente, quando falamos na sobrevivência dos animais, muita gente sorri e nos endereça atitudes de piedade. Mas, a vida é uma luz que se alarga para todos ... "

Também existe referencia à morte do cão Lorde no livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama. Acompanha a figura que ilustra o texto, a significativa legenda: "Ah, sim, os animais têm alma e valem pelos melhores amigos!"

Conforme ainda lembra o Maurício, no livro - Memórias do Padre Germano, de Amália Domingo Soler, ed. FEB, acha-se registrada a lealdade de outro cão, o Sultão, que durante anos acompanhou o Padre Germano em todas as suas atividades fazendo-se, inclusive, grande amigo das crianças de sua aldeia. É admirável o modo como o padre Germano se refere ao cão:

- "Ah! Sultão! Sultão! que maravilhosa inteligência possuías. Quanta dedicação te merecia a minha pessoa! Perdi-te, e perdi em ti o meu melhor amigo! Outrora, quando me recolhia ao meu tugúrio; quando, prosternado ante o oratório, rezava com lagrimas; quando lamentava as perseguições que sofria, era ele quem me escutava imóvel, sem nunca se aborrecer da minha companhia. Seu olhar buscava sempre o meu e, quando às portas da morte, vi-o reclinar a cabeça em meus joelhos, buscar o calor do meu corpo, foi quando no seu olhar se extinguiu a chama misteriosa que arde em todos os seres da Criação. Agora, sei que estou só ... "

Em 1932 Chico Xavier psicografou mensagem do Padre Germano, publicada no Reformador e que se acha inserida no livro de Clóvis Tavares Trinta Anos com Chico Xavier. Interessante a menção de que tanto para a mediunidade de Chico Xavier quanto para a de Divaldo Pereira Franco, o Padre Germano se apresentava sempre acompanhado de seu fiel amigo Sultão.

Em Seleções do Reader's Digest. set. 17 4, li a emocionante história de Marco Polo, um gato resoluto que, após ter sido atropelado e ficado completamente cego, foi driblando as dificuldades, pouco a pouco.

Quem faz o relato é Era Zister, testemunhando seu aprendizado de 15 anos, no convívio com Marco Polo, de como enfrentar a adversidade e a derrotá-la com coragem.

Também aqui em nossa casa, não faltaram lições de toda ordem.

Teca, Nãna e Timi, nossos queridos cães - amigos que já desencarnaram -, passaram por períodos difíceis de doença, cegueira e velhice e em tudo nos ensinaram, com sua postura de recolhimento.

Quando temos perto de nós um animal em sofrimento, queremos recorrer ao passe, à prece e à água fluidificada, para socorrê-los.

Será que isso é válido, em relação aos animais?

Sim, tudo é válido a serviço do bem e em nome de Deus, e os animais também são merecedores de toda forma de auxílio.

Em relação aos passes e à água fluidificada, fui orientada pelo plano espiritual para nos ligarmos mentalmente aos espíritos zoófilos; assim, eles nos ajudam, promovendo a adequada modificação de nosso fluido vital, para o atendimento do animal.

Sabemos que o fluido vital embora seja o mesmo para todos os seres orgânicos, modifica-se segundo as espécies (LE 66).

Aqui em casa, quando a família se reúne semanalmente para o Evangelho no Lar, dela fazem parte a Tábata, nossa amorosa cachorra e a gata Branquinha. Antes também Borralheira e Eduína, mais recentemente desencarnadas.

Sempre nos lembramos com carinho dos que já partiram, nossos parentes e nossos bichos, com os quais compartilhamos as experiências da vida.

Eutanásia!

Quantas vezes esse assunto vem à tona, quando se está diante de um animal em sofrimento intenso.

Sacrificar ou não sacrificar!

Será melhor para ele, acabar com o seu sofrimento? Como vamos saber?

Se isso fosse tão simples, a conduta também seria válida para o homem. Mas, sabemos que não o é. Basta lermos Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz.

Por uma questão de bom-senso, concluímos que também não deve ser válida em relação aos animais.

Sei que existem situações muito difíceis, extremas mesmo.

Certa vez uma aluna contou-me que, em extensa fazenda no Mato Grosso, um cavalo rolou o barranco e quebrou o pescoço. Estavam muito longe da sede e não tinham como transportar o cavalo. Para não deixá-lo ali, sozinho, morrendo inclusive de sede, optaram por sacrificá-lo.

Respeito que essa foi a atitude que julgaram ser a melhor, no momento.

Mas, o que se vê por aí é lamentável! Animais companheiros de anos e anos, de repente são "descartados" pelos motivos mais variados e fúteis: mudou-se de casa para apartamento, o animal está com urina solta, ou ficou paralítico, está velho, queremos comprar outro para por no lugar, etc.

Como referiu Konrad Lorenz em Transcomunicação Instrumental relatada por Sônia Rinaldi na Folha Espírita de dez./92, "Às vezes nos envergonhamos de ter vivido como ser humano na Terra (referindo-se à matança de animas na Guerra do Golfo).

Muitas vezes as pessoas me perguntam sobre seus animais velhos ou doentes: - Sacrificar ou não? Sempre respondo lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada "Quanto Puderes", em que recomenda: "Quanto puderes, não te afaste do lar .... Quanto te seja possível, suporta ... Quanto estiver ao teu alcance, tolera ... , etc.". Assim, digo: Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto estiver ao seu alcance, faça opção pela vida. Vale a pena!

O caso de nossa cachorra Nãna foi muito difícil.

Ela veio aqui para casa, com mais ou menos um mês de vida, e em fase terminal de cinomose, uma das piores doenças que acometem cães. Foi abandonada no pátio da Faculdade de Veterinária da USp, aqui em São Paulo, e Cristiana, uma de minhas filhas, a encontrou.

Mil cuidados com a Nãna.

Cuidados médicos, espirituais e afetivos. Para surpresa de todos, ela sobreviveu.

Algumas seqüelas persistiram. Ela ficou com uma escoliose (coluna vertebral torta para um lado), uma mioclonia (uma perninha, de trás ficava o tempo todo em movimento) e também enxergava pouco.

E se isso não bastasse, passados uns meses ... convulsões. A Nãna estava epilética!

Mas, tudo bem! Também nos animais as crises convulsivas são evitadas com medicação diária. E, assim, a situação ficou sob controle.

Num fim de ano, fomos para o interior e deixamos a Nãna, durante três dias, aos cuidados de uma pessoa que estava acostumada com ela e com a sua bateria de medicamentos diários.

Nãna voltou com carrapatos ...

E eu pensei comigo: do jeito que a Nãna é complicada, só falta ela "pegar"alguma doença (transmitida por carrapatos).

"Pegou"!

Passaram-se uns dias e ela começou a mostrar icterícia e outros sintomas.

Apesar do tratamento, sobreveio um derrame cerebral intenso, e a Nãna ficou completamente paralítica. Só mexia a pontinha das orelhas, os olhos e os bigodinhos.

Montamos, em nossa copa/cozinha, uma verdadeira UTI e cuidamos dela, nessas condições, durante quase sete meses.

Em nossas preces, pedíamos aos espíritos que a ajudassem - Konrad Lorenz e outros espíritos zoófilos.

Até hoje, quando lembramos do quanto essa Nãna sofreu, questionamos se não teria sido melhor, para ela, a eutanásia.

Quem vai saber!

Como aqui em casa, nossa postura é a de sempre optar pela vida, foi o que fizemos com você, Nãna, e com todos os animais atropelados, sarnentos ou abandonados que de uma forma ou de outra vieram até nós.

O quanto enriqueceram nossas vidas supera de muito o que fizemos por vocês.

Ao longo dos anos, quanto pude aprender!

Vocês é que despertaram minha sensibilidade para os valores fundamentais da vida, onde quer que ela se manifeste.

De quanta coisa me arrependo!

Na ciência, somos levados a posturas equivocadas, de "frieza profissional".

Quanta bobagem, quanta omissão!

Quanto sofrimento impingimos a esses pobres seres que se amontoam nos laboratórios, à mercê de tudo e de todos.

E a gente, na "santa" ignorância, vai entrando no esquema ... Felizmente, todo sono tem seu despertar e hoje é bem acordada que peço perdão a todos os animais que prejudiquei ou não pude ajudar.

Felizmente, também a vida me colocou no contato com eles, em oportunidades de aprendizado para enxergar a beleza da criação e respeitar a todos.

E para nós, enquanto humanidade, que histórica e egocentricamente sempre nos colocamos como seres excelsos, a quem tudo o mais na natureza devia se curvar e servir, abre-se a maravilhosa compreensão de que somos parte integrante desse imenso Universo, rede cósmica de interligações que comprometem as menores partículas, inclusive as de que somos formados.

Não estamos mais sozinhos no topo da pirâmide aristotélica pois entendemos, agora, nossa participação no todo e a do todo em nós. Somos hoje yin e yang, razão e intuição. Cultivamos a Ciência e queremos merecer a Poesia. Afinal, como já ouvi de nosso querido confrade Hermínio C. Miranda, a Ciência é para os que estão aprendendo e, a Poesia, para os que já sabem.

Um dia chegaremos lá!

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PROGRESSÃO DA ALMA ANIMAL

1. Há uma lei geral que rege os seres da criação, animais ou inanimados: é a lei do progresso. Os Espíritos estão submetidos a da pela força das coisas. (Revista Espírita, março de 1864)

Comentários: Todos os Espíritos, e não somente os seres humanos, estão sujeitos ao progresso. Por isso o Espírito evolui do átomo ao Arcanjo.

2. Pode (um animal) aperfeiçoar-se a ponto de se tornar um Espírito Humano?

R: Ele pode, mas depois de passar por muitas existências animais, seja no nosso planeta terrestre, seja em outros. (Revista Espírita, março de 1860)

Comentários: Esse enunciado da Revista Espírita publicada por Kardec em 1860 elimina quaisquer dúvidas sobre a evolução que acontece no reino animal, para o Espírito, que futuramente alcançará o mérito de se tornar integrante do meio humano.

3. Há progresso de vossa parte por compreender esse aperfeiçoamento dos animais ... Eu disse que há um progresso moral para o animal. (Revista Espírita, julho de 1860 - Espírito de Charlet - cap. III)

Comentáríos: Até mesmo a nossa disposição em aceitar e entender que os animais, como seres espirituais, evoluem e ainda chegarão à fase de humanidade é uma demonstração de nossa própria evolução moral e espiritual.

Não há porque nos admirarmos que os animais podem evoluir do ponto de vista moral, pois se sabemos que um dia alcançarão à fase humana, na qual a evolução moral é destaque em nossas personalidades, não se pode esperar que a moralidade somente surja nesta fase, pois se o que caracteriza o ser humano são os atributos morais, onde os conseguiríamos senão na fase animal, ainda que em rudimentos?

4. Não admitir o progresso daquilo que há abaixo do Homem seria um contra-senso, uma prova de ignorância e de completa indiferença. (Revista Espírita março de 1860 - FEB)

Comentários: O orgulho de muitas pessoas, faz com que elas não aceitem o fato de que o nosso Espírito tenha passado por fases anteriores. Nós já habitamos corpos tão primitivos quanto o mais primitivo ser que possamos imaginar e ao longo de diversas experiências reencarnatórias, atingimos a fase humana. No entanto, esta indiferença e este pouco conhecimento ou vontade de entender desaparecerá em futuro próximo.

5. Julgando então da causa pelo efeito, conseguiram calcular-lhe os elementos e mais tarde os fatos lhes vieram confirmar as previsões. Apliquemos este raciocínio a outra ordem de idéias. Se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente. Porém, entre o homem e Deus, alfa e ômega de todas as coisas, que imensa lacuna! Será racional pensar-se que no homem terminam os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distância que o separa do infinito? A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse aos astrônomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos. O Livro dos Espíritos - Introdução (ALLAN KARDEC)

Comentários: Aqui Kardec afirma que não há interrupções na evolução do Espírito desde sua criação até o ser humano. Desde o mineral ao homem a evolução não se interrompe, passando pelos reinos diversos, incluindo o animal. Portanto não há como duvidar que já estivemos nos estágios anteriores.

6. Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva? Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidor inteligentes. Nada há nisso de extraordinário, tomemos os nossos mais inteligentes animais, o cão, o elefante, o cavalo, e imaginemo-los dotados de uma conformação apropriada a trabalhos manuais. Que não fariam sob a direção do homem. (O Livro dos Espíritos - Perg. 601)

Comentário: Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e depois evoluem do átomo ao arcanjo. Passando por fases evolutivas, estagiam em períodos primitivos, entre seres primários da evolução, passando depois a fase vegetal e animal, antes da fase hominal. Assim como a nossa evolução ocorre daqui ao arcanjo, ela aconteceu também do vegetal ao animal assim como do animal ao homem. Portanto, o ser humano não detém o privilégio da evolução, pois tudo na natureza evolui, inclusive a alma dos animais.

Ao mesmo tempo em que está acontecendo a nossa evolução, ocorre a dos animais. Por isso, enquanto evoluímos, os animais também evoluem.

Evoluindo os animais, quando se encontrarem em uma condição de reencarnar como animais mais evoluídos, nós estaremos também em outra situação evolutiva mais elevada também e os teremos como auxiliares inteligentes. Estando na condição de animais, não poderiam ser superiores aos seres humanos, porque a fase animal é anterior a humana. E quanto mais inteligente for o animal e maior for o aproveitamento deles ao nosso lado) mais rápida será a sua evolução sob nossa orientação.

7. Os animais progridem, como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas. Pela força das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação. (O Livro dos Espíritos - Perg. 602)

Comentários: Este enunciado traz uma informação importante no que se refere à lei de ação e reação, pois diz que eles, os animais, não estão sujeitos à expiação, ou seja, não possuem carma. O sofrimento porque eles passam é puramente para aprendizado e não para que quitem alguma dívida do passado, como ocorre conosco, os seres humanos.

A evolução dos Espíritos animais não acontece por suas vontades, pois, como já foi comentado anteriormente, eles não possuem "o livre-arbítrio" neste sentido. Qualquer ação relativa ao progresso, não acontece porque eles querem que sejam, pois a maioria dos animais não possui consciência de seu estado de seres espirituais em evolução. Para eles mesmos, a evolução é imperceptível. O termo "por força das coisas" refere-se à organização espiritual superior agindo sobre os espíritos animais, que não poderiam se conduzir, por si mesmos, por meio da evolução.

8. Na infância da Humanidade, o homem só aplica a inteligência à cata do alimento, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus inimigos. Deus, porém, lhe deu, a mais do que outorgou ao animal, o desejo incessante do melhor, e é esse desejo que o impele à pesquisa dos meios de melhorar a sua posição, que o leva às descobertas, às invenções, ao aperfeiçoamento da Ciência, porquanto é a Ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Pelas suas pesquisas, a inteligência se lhe engrandece, o moral se lhe depura. As necessidades do corpo sucedem as do espírito: depois do alimento material, precisa ele do alimento espiritual. E assim que o homem passa da selvageria à civilização. (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Buscai e achareis - Cap. XXV - Perg. 2)

Comentáríos: O ser humano depois de passar por todas as fases anteriores de sua evolução, aprendeu tudo o que é necessário para continuar a sua busca pela perfeição. As experiências adquiridas naquelas fases mais primitivas servem, hoje, de parâmetros para desviar-se das más tendências, pois conhece os limites de seus instintos e de sua moral. Desde que saiu daquelas fases primitivas e começou a exercitar sua inteligência, elevou também seu nível moral.

Os animais aprendem conosco para chegarem ao nosso nível, futuramente.

9. Por outro lado, se procurardes as cabanas de folhagens e as tendas das primeiras idades do mundo, encontrareis, em lugar de umas e outras, os palácios e os castelos da civilização moderna. As vestes de peles brutas sucederam os tecidos de ouro e seda. Enfim, a cada passo, achais a prova da marcha incessante da Humanidade pela senda do progresso. (O Livro dos Médiuns - Mediunidade dos animais - Cap. XXII - Perg. 236)

Comentáríos: Os seres humanos por terem passado por todas as fases anteriores, isto é, também pela fase de animalidade, possuem conhecimento maior que o dos animais . Usando todo o conhecimento anterior, nós podemos criar mais com nossa inteligência, pois mais condições de evoluir mais rapidamente. No entanto, a evolução existe, de modo muito mais discreto, no meio animal e principalmente entre aqueles que convivem conosco como animais domésticos.

São estes que possuem maiores condições de evoluir mais rápido pelo aprendizado que recebem de nós. Mas até mesmo os animais selvagens mostram sinais de inteligência e iniciativas individuais. Não é incomum verificar entre os animais aqueles que, usando sua iniciativa e inteligência, constroem ferramentas para lhes auxiliar em alguma atividade ligada à sua sobrevivência. Assim o ser humano não é o único capaz de raciocinar, porém a inteligência do homem é diferente no sentido de possuir uma maior amplitude de objetivos, nas aplicações de sua inteligência.

10. Desse progredir constante invencível irrecusável do Espírito humano e desse estacionamento indefinido das outras espécies animais, haveis de concluir comigo que, se é certo que existem princípios comuns a tudo o que vive e se move na Terra: o sopro e a matéria, não menos certo é que somente vós, Espíritos encarnados, estais submetidos à inevitável lei do progresso) que vos impele fatalmente para diante e sempre para diante. (O Livro dos Médiuns - Mediunidade dos animais - Cap. XXII - Perg. 236)

Comentáríos: Lendo outras obras da Codificação, encontramos os seguintes dizeres: O nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. (A Gênese Capítulo XVIII). Perceba que não há referência a serem somente os espíritos de seres humanos que progridem. Por isso cremos que Erasto não pretendia que suas palavras fossem mal interpretadas e talvez até mesmo ridicularizadas pelas pessoas céticas da época, que não conheciam praticamente nada das coisas do Espírito.

O evoluir humano é algo que necessita de uma observação mais apurada, que as pessoas da época não tinham. Mesmo assim é preciso observar o que diz O Livro dos Espíritos: 601. Os animais estão sujeitos, como o homem, a uma lei progressiva? Sim; e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo o homem neles servidores inteligentes.

11. Deus colocou os animais ao vosso lado como auxiliares, para vos alimentarem, para vos vestirem, para vos secundarem. Deu-lhes uma certa dose de inteligência, porque, para vos ajudarem, precisavam compreender, porém lhes outorgou inteligência apenas proporcionada aos serviços que são chamados a prestar. Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem sujeitos à mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se conservarão até a extinção de suas raças. (O Livro dos Médiuns - Mediunidade dos animais - cap. XXII - perg. 236)

Comentários: Como comentário usaremos outro texto da codificação. (O Livro dos Espíritos - 602). Os animais progridem, como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas? Pela forças das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação?

Aqui fica explícito que os animais progridem como o Homem, isto é, sujeito às mesmas leis de progresso. O Espírito de Erasto provavelmente estava se referindo aos corpos dos animais, que não progridem. Os corpos serão, sempre os mesmos modelos usados para a manifestação dos espíritos sem que se altere com o passar do tempo. Como dissemos, a evolução das espécies na verdade não ocorre, pois surgem novos modelos corpóreos em substituição a outros menos eficazes, mas são modelos preexistentes incluídos pela vontade dos Espíritos encarregados das atividades da natureza do nosso planeta.

12. Sabe-se que os seres orgânicos complexos não se produzem dessa maneira; mas, quem sabe como eles começaram? Quem conhece o segredo de todas as transformações. Vendo o carvalho sair da glande quem pode afirmar que não exista um laço misterioso entre o pólipo e o elefante? No estado atual dos nossos conhecimentos, não podemos estabelecer a teoria da geração espontânea permanente, sendo, como hipótese, mas como hipótese provável e que um dia, talvez, tome lugar entre as verdades científicas, incontestes. (A Gênese - Geração Espontânea, - Cap. X - Perg. 23)

Comentários: Os livros da Codificação Espírita foram escritos há cerca de 150 anos. Naquela época não se conheciam aprofundadamente as bases evolutivas das espécies nem os pilares da genética que são conhecidos hoje em dia. Qualquer argumento que o Espírito de Verdade usasse não seria compreendido pelas pessoas daquele tempo. Por isso ele diz: quem sabe? Isso não significa que ele não soubesse, mas que ele não teria como explicar as bases evolutivas às pessoas que não conheciam a ciência de hoje. Naquela época nem se cogitava a respeito de DNA ou de código genético. Não se poderia dar maiores explicações a pessoas ignorantes, mas ele recomendou que aguardasse, pois a ciência teria posteriormente explicações incontestáveis e hoje nós já as temos.

13. Entre o reino vegetal e o reino animal, nenhuma delimitação há nitidamente marcada. Nos confins dos dois remos estão os zoófitos ou animais-plantas, cujo nome indica que eles participam de um e outro: serve-lhes de traço de união. (A Gênese - Cap. X - Perg. 24)

Comentários: O que diferencia um representante do reino vegetal de outro do reino animal é o aspecto físico, bioquímico e a forma de reprodução. Os vegetais sintetizam sua fonte de energia pela fotossíntese. Os animais não sintetizam seus nutrientes e precisam buscar no ambiente os seus meios de sobrevivência. Os "animais-plantas", citados pelo Espírito da Verdade, eram somente uma suposição daquela época em que não se conhecia a origem daqueles seres, conhecidos hoje como porífêros. São as esponjas do mar; as anêmonas do mar; as águas-vivas e outros. Por causa de sua aparência, acreditava-se que eram seres intermediários entre animais e plantas, mas, na verdade, são seres totalmente pertencentes ao reino animal. No entanto, existem seres intermediários entre os reinos. Os fungos são exemplos desta fase intermediária, pois possuem características tipicamente vegetais e animais. Os líquens são associações entre algas e fungos.

14. Como os animais, as plantas nascem, vivem, crescem, nutrem-se, respiram, reproduzem-se e morrem. Como aqueles, precisam elas de luz, de calor e de água; estiolam-se e morrem, desde que lhes faltem esses elementos. A absorção de um ar viciado e de substâncias deletérias as envenena. Oferecem como caráter distintivo mais acentuado conservarem-se presas ao solo e tirarem, dele a nutrição, sem se deslocarem. O zoófito tem a aparência exterior da planta. Como planta, mantém-se preso ao solo; como animal, a vida nele se acha mais acentuada: tira do meio ambiente a sua alimentação. (A Gênese - Cap. x- Perg. 24)

Comentáríos: De fato, os vegetais possuem, em sua maioria, vida fixa, isto é, estão presos ao solo de onde tiram as substâncias nutrientes. Mas há os poríferos que também têm vida fixa, sem serem vegetais. Ambos os grupos podem se intoxicar com produtos deletérios concentrados no ambiente, contudo os representantes do reino animal são mais sensíveis, pois necessitam totalmente do ambiente para buscar seus nutrientes, enquanto os vegetais fabricam o seu, em parte.

15. Um degrau acima o animal é livre e procura o alimento: em primeiro lugar; vêm as inúmeras variedades de pólipos de corpos gelatinosos sem órgãos bem definidos, só diferindo das plantas pela faculdade da locomoção. (A Gênese - Cap. X - Perg. 24)

Comentáríos: Alguns destes pólipos ou anêmonas se fixam aos cascos de embarcações ou de outros animais para compensar a sua dificuldade de locomoção. Isso já mostra a capacidade de usar uma inteligência, ainda que rudimentar, que já possuem. Com o avanço da ciência, soube-se que estes seres possuem estruturas anatômicas relativamente complexas, em alguns grupos. Pelos padrões daquela época, a observação grosseira demonstrava poucas diferenças entre estes seres do reino animal com os do reino vegetal, mas existem, como sabemos agora, outros meios de diferenciá-los.

16. (...) seguem-se, na ordem do desenvolvimento dos órgãos, da atividade vital e do instinto, os helmintos ou vermes intestinais; os moluscos, animais carnudos sem ossos, alguns deles nus, como as lesmas, os polvos, outros (Revista Espírita, julho de 1868, p. 201:Desenvolvimento da teoria da geração espontânea) providos de conchas, como o caracol, a ostra; os crustáceos, cuja pele é revestida de uma crosta dura, como o caranguejo, a lagosta; os insetos, aos quais a vida asso-me prodigiosa atividade e se manifesta o instinto engenhoso, como a formiga, a abelha, a aranha. Alguns se metamorfoseiam, como a lagarta, que se transforma em elegante borboleta. Vem depois a ordem dos vertebrados, animais de esqueleto ósseo, ordem que abrange os peixes, os répteis, os pássaros; seguem-se, por fim, os mamíferos cuja organização é a mais completa. (A Gênese - Cap. X - Perg. 24)

Comentários: Os cientistas Peter Tompkins e Christopher Bird demonstraram existir alguns rudimentos de instintos em plantas, que se assemelham a dos animais, em que são mais distintos e desenvolvidos. Os vermes, os moluscos; Os artrópodes são os representantes dos animais mais evoluídos a partir daqueles mais primitivos, mas depois destes há os vertebrados e dentre eles os mamíferos que são os mais evoluídos (quando usamos este termo "evoluídos" estamos nos referindo à evolução de acordo com ciência e não com o espírito).

17. A alma progride incessantemente, através de uma série de existências sucessivas, até atingir o grau de perfeição que a aproxima de Deus. Sabe que todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com idêntica aptidão para progredir, em virtude do seu livre-arbítrio; que todas são da mesma essência. (A Gênese - Cap. 1- Perg. 30)

Comentáríos: Diz-se que todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e progridem do átomo ao arcanjo. Se todos os espíritos são criados deste modo e evoluem assim é licito crer que os seres humanos como seres espirituais, tenham vindo de posições evolutivas inferiores. Aqui neste enunciado encontramos que todas as almas (ou espíritos) são criadas iguais. Perceba que não existe em nenhum lugar da Codificação alguma referência quanto à distinção entre a origem inicial para a alma humana e o ponto inicial da alma animal. O Espírito é criado, a partir de um certo momento, e progride, pois "que todas são da mesma essência".

18. Tomando-se a Humanidade no grau mais ínfimo da escala espiritual, como se encontra entre os mais atrasados selvagens, perguntar-se-á se é aí o ponto inicial da alma humana ... o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria para ela, por assim dizer, o período de incubação. Chegada ao grau de desenvolvimento que esse estado comporta, ela recebe as faculdades especiais que constituem a alma humana. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem ... Este sistema, fundado na grande lei de unidade que preside à criação, corresponde, forçoso é convir, à justiça e à bondade do Criador; dá uma saída, uma finalidade, um destino aos animais, que deixam então de formar uma categoria de seres deserdados, para terem, no futuro que lhes está reservado, uma compensação aos seus sofrimentos. (A Gênese - Cap. XI - Perg. 23)

Comentários: O espírito primitivo necessita de um corpo físico primitivo, por isso o selvagem pode abrigar um espírito recém-ingresso no círculo da Humanidade, vindo de outro, a animalidade, na qual adquiriu experiências suficientes para credcnciá-lo a entrar para esta nova fase evolutiva. Crer que os Espíritos humanos tenham sido a evolução dos Espíritos inferiores da criação é crer na Justiça Divina, pois conseguir atingir este patamar seria um prêmio por todos os sofrimentos pelos quais os animais já passaram nas fases anteriores à humanidade.

19. O que constitui o homem espiritual não é a sua origem: são os atributos especiais de que ele se apresenta dotado ao entrar na Humanidade, atributos que o transformam, tornando-o um ser distinto, como o fruto saboroso é distinto da raiz amarga que lhe deu origem. Por haver passado pela fieira da animalidade, o Homem não deixaria de ser Homem; já não seria animal, como o fruto não é a raiz, como o sábio não é o feto informe que o pôs no mundo. Mas, este sistema levanta múltiplas questões, cujos prós e contras não é oportuno discutir aqui, como não o é o exame das diferentes hipóteses que se têm formulado sobre este assunto. Sem, pois, pesquisarmos a origem do Espírito, sem procurarmos conhecer as fieiras pelas quais haja ele, porventura, passado, tomamo-lo ao entrar na Humanidade, no ponto em que, dotado de senso moral e de livre-arbítrio, começa a pesar-lhe a responsabilidade dos seus atos. (A Gênese - Encarnação dos Espíritos - Capo XI - Perg. 23)

Comentários: Algumas pessoas têm muita resistência em aceitar que a alma humana tenha passado pela fase animal, pois se consideram seres à parte na criação. De fato, na Codificação encontramos algumas vezes que somos seres à parte. Mas não fomos criados nesta condição. Conseguimos atingir esta diferenciação por mérito, pelas nossas conquistas adquiridas nas fases anteriores à humanidade.

Crer que estivemos estagiando em fases tão primitivas quanto a de um rato ou uma lagartixa repugna muitas pessoas que se vêem feridas em seus orgulhos de seres superiores, no entanto "por haver passado pela fieira da animalidade, o homem não deixaria de ser homem". Se há, nestas pessoas, o orgulho de sermos humanos, melhor seria tê-lo pelo fato de termos passado por todas aquelas dificuldades do caminho, pela animalidade, e conseguido atingir o objetivo, apesar de todas as dificuldades criadas, principalmente, pelos humanos, que nos dificultaram a nossa subida.

Entretanto, tornar-se humano exige maiores responsabilidades. Não adianta apenas termos orgulho de serem humanos. É preciso ser bons seres humanos, que ame o seu próximo, seja animal, homem ou outro ser que seja. Isso ainda não aconteceu, pois o nosso caminho ainda é longo.

20. O erro está em pretender-se que a alma haja saído perfeita das mãos do Criador, quando este, ao contrário, quis que a perfeição resultasse da depuração gradual do Espírito e seja obra sua. Houve Deus por bem que a alma, dotada de livre-arbítrio, pudesse optar entre o bem e o mal e chegasse a suas finalidades últimas de forma militante e resistindo ao mal.

Se houvera criado a alma tão perfeita quanto ele e, ao sair-lhe ela das mãos, a houvesse associado à sua beatitude eterna, Deus tê-la-ia feito, não à sua imagem, mas semelhante a si próprio. (A Gênese - Origem do Bem e do Mal - Cap. III - Nota (1) rodapé)

Comentáríos: E Deus criou o Homem à Sua imagem e semelhança; O homem é um ser à parte. Vós sois deuses; Para os animais o homem é um deus.

Estes enunciados bíblicos e da doutrina espírita estimulam o orgulho humano, fazendo-nos crer que somos realmente seres criados especialmente para dominar outros seres inferiores, como se fôssemos co-autores do Universo, talvez. No entanto, não somos seres que não fomos criados perfeitos e nem somos realmente Deus. Somos Espíritos em evolução, que ainda não aprendemos, sequer, que os outros seres do Universo são tão importantes quanto nós.

Somos os mesmos princípios inteligentes que foram criados simples e ignorantes, que evoluímos ao longo de milênios até alcançar esta acanhada posição hierárquica na Espiritualidade. Ao longo de nossa evolução, estagiamos no reino mineral, vegetal e finalmente animal, para depois, então, continuar na evolução moral, para merecer a classificação de representante do reino (espiritual) hominal.

Ao longo desta evolução, pelo uso de nosso livre-arbítrio, estamos conseguindo discernir o certo do errado ou o bem e o mal.

Marcel Benedeti

Pesquisa: http://www.comunidadeespirita.com.br/

 

ESPIRITISMO - DRA IRVÊNIA PRADA - A QUESTAO ESPIRITUAL DOS ANIMAIS

 

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Reflexões e Estudos acerca da Doutrina Espírita

O próprio homem deve mudar seus caminhos lucidamente

por Fernando Ós

Eis o que Chico disse à confiável médium Aparecida, fundadora do Hospital do Pênfigo (doença do Fogo Selvagem) em Uberaba, MG, na década de 1980, referindo-se às provações que aguardam a humanidade consumista e materialista implantada pela civilização terrestre. “Os Espiritos me dizem que o clarão virá do Oriente; que muitos milhões morrerão nesse fogo; e que multidões sobreviventes emigrarão para a Amazonia brasileira, formando uma nova nação”. Certa ocasião eu, Fernando Ós, sem saber dessa declaração sua, disse-lhe que o progresso tecnológico armamentista do homem estaria preparando uma terrível provação termonuclear, em âmbito mundial, como fruto conseqüente do insano materialismo no qual os povos se vêem mergulhados. Chico Xavier, todavia, me respondeu com estas palavras: “Mas Deus sempre dará ao homem caminhos que evitem esses males maiores dos abismos, para que haja arrependimento oportuno.”
Não estou construindo previsões de catástrofes apocalípticas. Estou apenas contando fatos que presenciei e ouvi para que, quando o clarão acontecer, (não há tempo previsto para que tal aconteça), muitos não devam dizer: "Nós não sabíamos dessas previsões de advertência”. Meu desejo sincero é que o próprio homem mude seus caminhos lucidamente.

Sobre o CasamentoSaiba mais sobre o casamento em: Sexo e Destino!
Casamento, na maioria dos casos é resgate. Quando a união conjugal não dá certo, o regate é mais espinhoso. Almas que não querem se entrosar, mesmo tendo gerado frutos. À exceção de casos gravíssimos, divorciar não é a solução. O egoísmo e o orgulho devem ser vencidos. André Luiz mostra o que acontece após o divórcio e ou a morte dos cônjuges.

Leis Divinas

A presença do espírito que acompanhava as manifestações de Emannuel Swedenborg, as visões de Tereza D’ávila, as levitações de Francisco de Assis, os milagres de Jesus, tudo é explicado pelo Espírito André Luiz como evidências de leis extra-físicas de Deus manifestadas e exercidas por criaturas divinas. As mesas girantes que atraíram a atenção de Allan Kardec mostram que, a cada época, Deus permite a ocorrência de fatos e fenômenos que chamem a atenção de seus filhos para o lado espiritual da vida.

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Espiritismo: Cura do Corpo Físico através do Espírito
por Alexandre Cunha, Físico

Embasado na doutrina espírita, decodificada por Allan Kardec, sabemos da existência de fenômenos, mundos e curas, que estão além do nosso poder de compreensão e sensibilidade de detecção. Segundo o espiritismo existem três grandes divisões:

Deus - o ser supremo e causa primitiva de tudo;
Espírito - princípio inteligente e eterno;
e Corpo Material - formado pelas mais diversas variações do Fluído Cósmico Universal e animado pelo espírito.

Para nós encarnados, vivendo no plano da crosta terrestre e necessitados de um corpo material para a plena adaptação, as curas de doenças estão ligadas ao corpo espiritual através da aplicação de passes magnéticos e energias eletromagnéticas geradas pelas ondas mentais induzidas pelo pensamento positivo e otimista. Este artigo visa demonstrar a constituição, relação e a influência do espírito sobre o corpo físico de nós seres humanos, atuando de maneira decisiva na fisiologia e homeostase do organismo biológico.

Introdução
Analisando a vida através da doutrina espírita é possível entender as razões de doenças e males do corpo material (biológico). As curas estão fundamentadas nos passes magnéticos, emanações energéticas do bem, doadas pelo plano espiritual, que acabam por alinhar os Chakras (espírito) e plexos (corpo físico), na maioria das vezes com o auxílio dos seres encarnados, chamados Médiuns. Para entendermos como funcionam essas curas, é preciso ter bem claro os conceitos de fluído cósmico universal, corpo físico, perispírito, corpo espiritual, matéria mental, onda mental e passes magnéticos.

Principais Entidades
Segundo o espiritismo, tudo o que conhecemos na Terra, reino animal, vegetal e mineral, foram criados por um ser supremo chamado DEUS, sendo este o controlador e a grande inteligência do universo, administrador de tudo e de todos. Abaixo do supremo estão os Espíritos, seres fluídicos, etéreos e dotados de inteligência, capazes de se adaptar ao plano espiritual e ao plano terreno. Por último temos a chamada matéria bruta, constituída por diversos átomos, como por exemplo, H, C, O, N, entre outros, provenientes de um único princípio material conhecido por Fluído Cósmico Universal.
Para o melhor entendimento, um esquema pode ser visualizado na Figura 1:


Figura 1: Esquema da divisão das principais entidades.

Fluído Cósmico Universal - Toda a matéria que conhecemos e convivemos são variações deste fluído. Os átomos estudados pela física e química são condensações do FCU, sendo os responsáveis pela formação dos seres animados e inanimados. O corpo físico é formado pela união destes átomos, desde as mais simples ligações, como por exemplo, uma molécula de água, até as mais complexas, como uma cadeia de DNA. Toda a formação do corpo físico começa na organização atômica, gerando as moléculas, células, tecidos e por fim os órgãos, responsáveis pelo funcionamento biológico e conservação do organismo.

Corpo Físico
O corpo físico ou material é a constituição atômica responsável pelo revestimento do espírito, quando este se encontra encarnado no plano terrestre. O espírito não consegue se adaptar e viver na crosta terrestre sem o auxílio do corpo físico, sem a presença de matéria grosseira, bruta. De acordo com a doutrina espírita o corpo material apenas apresenta utilidade no plano terrestre, sendo decomposto após a morte ou desencarne do ser. Todas as ações e funções biológicas do corpo material provem da vontade do espírito, princípio inteligente. No corpo físico, nas regiões dos órgãos primordiais, se localizam os plexos, centros absorvedores e distribuidores de energia espirituais.

Perispírito
Durante o tempo de vida no plano carnal ou terrestre o espírito precisa de um agente ligante, envoltório, que possibilite a sua união ao corpo material. Esta entidade semi-material, cópia do corpo material, é conhecida como perispírito, sendo constituído por uma matéria mais densa que o espírito, mas ainda imperceptível a muitos médiuns. O perispírito é responsável pela transmissão das informações e vontades do espírito, ao corpo material. Nele ficam marcados todos os males e doenças produzidas ao corpo físico, durante o período de reencarnação do espírito, aqui na Terra. É uma entidade moldável, que apresenta características bem diferenciadas em relação à matéria bruta, como por exemplo, penetrabilidade, elasticidade, plasticidade, etc.

Corpo Espiritual
Sem dúvida é a entidade mais importante, eterna, imortal, abaixo de DEUS, podendo ser secular ou até mesmo milenar, muitos com inúmeras passagens pelo plano carnal (pluralidade de existências). Apresenta um aspecto fluídico, etéreo, também formado de fluído cósmico, mas com organizações e características muito mais complexas e incompreensíveis para o grau de desenvolvimento da humanidade atual. Este consegue viver no plano espiritual, invisível à maioria dos seres humanos, e também se adaptar ao plano carnal, para que possa corrigir os erros cometidos em vidas passadas, atingindo desta maneira, a perfeição e cumprindo com o papel crucial da reencarnação. É uma entidade que não precisa de descanso, reposição energética, ao contrário do corpo físico. Para uma melhor visualização, abaixo na Figura 2 é mostrado um esquema da organização espírito-perispírito-corpo material.

Figura 2: Divisão do ser encarnado segundo o espiritismo: 1 Corpo Material, 2 Perispírito e 3 Espírito ou alma.

Matéria Mental

A mente humana está cheia de fluídos eletromagnéticos, embasados por corpúsculos base da matéria, os elétrons. A matéria mental se expressa através do pensamento humano, tendo como resultado a geração de fótons, desde os mais curtos comprimentos de onda, imperceptíveis a visão humana, mas perceptíveis à visão espiritual e de alguns médiuns, com a mediunidade mais desenvolvida. O direcionamento da matéria mental através da força do pensamento, da força do querer, gera energia eletromagnética, expressa na forma de ondas mentais.

Onda Mental
Energia eletromagnética expressa devido ao direcionamento e excitação da matéria mental. Estas ondas podem ter alcances infinitos e influenciar qualquer ser encarnado ou espiritual que se encontre no mesmo padrão energético ou vibratório. Podem se expressar com diferentes intensidades energéticas, benéficas ou maléficas, dependendo do pensamento que as gerou.

Passes Magnéticos
Os passes magnéticos são tratamentos realizados nos centros espíritas, para a cura de males do corpo físico e espiritual de pacientes, usufruindo da energia espiritual transmitida ao médium, provenientes de espíritos de luz desencarnados, para que o mediador possa emanar e distribuir essa energia de cura para os chakras e plexos debilitados e desordenados do paciente em tratamento.

Curas do Corpo Físico
Tendo em vista todos os conceitos abordados, entramos agora na contribuição para a medicina alternativa, buscada atualmente para a cura de doenças e males do corpo. O processo de cura está baseado na reposição energética e eliminação de energias maléficas de baixo padrão vibratório, que se localizam sobre os chakras e plexos do ser humano, prejudicando o funcionamento do aparelho biológico, devido ao comprometimento dos órgãos do corpo físico e perispírito.
Na Figura 3, podem ser visualizados todos os plexos, centros de energia, do corpo material.

Figura 3: Plexos do Corpo Material.

O passe deve ser um processo realizado, com muita concentração, força de vontade e pensamentos benéficos, para a ocorrência de uma perfeita simbiose entre o espírito desencarnado, o médium e o paciente. Durante o tratamento, o mundo espiritual atua com o auxílio de espíritos desencarnados e trabalhadores do centro espírita em questão, no fornecimento e transferência ao médium, de toda a energia necessária para a cura. O médium tem o papel de receber toda a energia, através do plexo coronário e transferi-la aos chakras e plexos debilitados do paciente, com a imposição das mãos, por onde a energia é direcionada.
A descrição minuciosa de como o processo se realiza, ainda não é conhecida plenamente por nós seres humanos, devido a falta de sensibilidade para o entendimento de fatos muito além do nosso poder de compreensão. O que sabemos é que a matéria, o corpo, é constituída por diferentes átomos, portadores de partículas elementares (elétrons), geradores de campos eletromagnéticos, os quais alteram seus padrões vibratórios e consequentemente a emissão energética, de acordo com a força do pensamento e com a geração de ondas mentais. É importante dizer que esses tratamentos devem ser realizados, somente em centros espíritas, no qual ocorre toda uma preparação fluídica e espiritual anteriormente aos passes magnéticos, evitando a interferência de espíritos ainda não evoluídos, que procuram fazer o mal.

Conclusão
O tratamento espiritual é de suma importância, pois ao mesmo tempo em que a cura se dá no perispírito e espírito, está sendo curando o corpo físico, uma vez que este é uma cópia do perispírito, apenas com uma densidade maior e aspecto material mais grosseiro. Indica-se que os pacientes procurem, primeiramente, a ajuda de médicos e especialistas do plano terreno. Quando os médicos não conseguem solucionar as doenças somente com cirurgias ou medicações, é indicado que o paciente procure um auxílio espiritual, em centros espíritas sérios, comprometidos com a caridade, que possuam trabalhos de passes magnéticos, cromoterapia, fluidoterapia, voltados para a cura perispiritual e carnal. Muitos médicos carnais, estudantes e praticantes da doutrina espírita, buscam hoje em seus procedimentos cirúrgicos, a ajuda e apoio de juntas médicas espirituais, desenvolvendo desta maneira um trabalho excelente e amoroso de ambos os planos.

Referências:
Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, IDE, 122a edição, 1999.
Bragdon Emma: Spiritist Healing Centers in Brazil, Seminars in Integrative Medicine, 2005.
Xavier F., Vieira W: Mecanismos da Mediunidade.
Xavier F., Nosso Lar.

Alexandre Cunha é palestrante e membro colaborador no Lar Irmã Esther em Guaíba/RS

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O SABÁ DAS BRUXAS

OS CULTOS ÀS FORÇAS SEXUAIS The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus  http://mahabaratha.vilabol.uol.com.br/translation/cultosfalicos01



A ilustração da "página título" desta obra [fig.: acima] apareceu na primeira edição chamada A Discourse on the Worship of Priapus. Wrights ampliou o ensaio sobre os cultos fálicos. Além dos temas usuais, como antigos e modernos objetos fálicos, rituais de fertilidade etc., Wright dedica uma longa seção do texto aos chamadosWitch Cult — Cultos Mágicos ou Cultos de Bruxaria incluindo interessantes relatos sobre o Sabbat das Bruxas.

Muitas formas de cultos fálicos ou priápicos foram praticados na Idade Média conservando, ainda que através de mudanças sociais e em outras circunstâncias, as antigas orgias priápicas no contexto de intensa superstição que caracterizava a bruxaria da época. Através dos tempos, os "Iniciados" acreditaram que poderiam possuir e exercer poderes sobrenaturais pela invocação apropriada de divindades que o Cristianismo transformou em demônios; ser um devoto de Príapo era o mesmo que ser devoto de Satanás.
As bruxas dos Sabás foram as últimas praticantes da Priapéia e da Liberália na Europa Ocidental e, de fato, reproduziam em suas reuniões as licenciosas orgias tão comuns na Roma Antiga. O Babá das Bruxas não parece ter sido originado da mitologia teutônica [bárbara, nórdica, anglo-saxã]. Antes, parecem provenientes do sul europeu, herança mediterrânea absorvida pelos países fortemente influenciados pela cultura romana. No século XV a cultura da feitiçaria tinha uma forte presença na Itália e na França.
O Caso Robinet de Vaulx

Em meados daquele século [XV], em França, um indivíduo chamado Robinet de Vaulx, que levara uma vida de eremita em Burgundy, foi preso, levado a julgamento em Langres e queimado. Antes de morrer, entretanto, este homem, natural de Artois, informou [certamente sob tortura, método comum nos processos de bruxaria da época] ser de seu conhecimento a existência de um grande número de bruxas na província e ele não somente confessou ter comparecido às assembléias noturnas das feiticeiras mas, também, forneceu nomes de vários habitantes de Arras que encontrara naqueles eventos.
Corria o ano de 1459, o quartel general dos jacobinos, monges pregadores, era sediado em Langres. Entre os jacobinos havia um Pierre de Broussart, inquisidor da Santa Sé na cidade de Arras que presidiu os depoimentos de Robinet. Com os nomes fornecidos o inquisidor começou sua perseguição.
Foram acusados de bruxaria, entre outros: uma prostituta chamada Demiselle, e um homem, Jehan Levite, mais conhecido por seu apelido, Abade Sem Juízo. A confissão de um induzia ao processo que resultava na confissão dos outros e novos nomes surgiam. O resultado foi um surto de prisões e processos, muitos encerrados com sentença de morte na fogueira.
Foi apurado que o lugar dos encontros era, geralmente, uma fonte na floresta de Mofflaines, uma légua de distância de Arras. Os participantes podiam ir a pé mas o procedimento mais comum era um recurso mágico: usando um ungüento fornecido pelo próprio diabo que, passado no corpo ou nas mãos, permitia, montar num bastão ou cajado, de madeira, e nele voar até o lugar da assembléia [é a vassoura dos bruxos].
O Sabá — Democrático...
O encontro reunia uma multiplicidade de gente, de ambos os sexos, classes sociais diferentes, burgueses e nobres e também eclesiásticos, bispos, cardeais! No Sabá havia mesas com toda sorte de iguarias; carnes, vinhos. O diabo presidia o festim em sua usual forma de bode, com cauda simiesca e fisionomia humana. Os convivas faziam homenagens; ofereciam suas almas ou partes do corpo e como sinal de adoração, beijavam o traseiro de Satanás.
O local era iluminado por tochas. O Abade Sem Juízo, mencionado acima, era o mestre de cerimônias desses encontros e era sua obrigação verificar devidamente o comportamento dos novatos. Depois, ele pisava e cuspia na cruz, menosprezava Jesus e a Santíssima Trindade e praticava outros atos profanos. Então, tomavam seus lugares à mesa e depois de comer e beber, levantavam-se e começavam seus promíscuos intercursos sexuais nos quais o demônio tomava parte assumindo, alternadamente, a forma de ambos os sexos de acordo com sua parceria. Seguiam-se todo tipo de atos pecaminosos.
O Demônio "catequizava" seus seguidores: não deviam ir à igreja e muito menos ouvir a missa; não deviam se deixar tocar pela água-benta nem render qualquer homenagem ou demonstração de respeito pelos valores cristãos e pelos cristãos em si mesmos. Quando o "sermão" terminava a assembléia era dissolvida e todos retornavam para suas casas.

Manuais Contra & Sobre a Bruxaria
A violência daquele tipo de perseguição produziu grande comoção popular em torno da bruxaria. No fim do século XV as pessoas tinham medo das bruxas e/ou medo de serem associadas às bruxas, especialmente na Itália, França e Alemanha. O combate à feitiçaria, entregue às zelosas mãos dos Inquisidores, foi gradualmente se tornando um trabalho especializado e livros extensos foram escritos sobre o assunto: as práticas da bruxaria e as instruções para combatê-las.
Um dos primeiros destes livros foi o Formicarium, escrito por um frade suíço, John Nider, inquisidor em seu país. O livro não fala do Sabá da Bruxas, aparentemente, pouco comum ou inexistente na Suíça. No começo de 1489, Ulric Molitor publicou o tratado De Pythonicis Mulieribus e, no mesmo ano, apareceu o mais célebre destes livros, oMalleus Maleficarum ou O Martelo das Feiticeiras, trabalho de três inquisidores alemães coordenados por Jacob Sprenger.
O Malleus Malleficarum é bastante completo e interessante coletânea de dados sobre a bruxaria. Os autores discutem várias questões, como o misterioso transporte das feiticeiras de um lugar para outro. Discute-se se o tal vôo das bruxas é real ou apenas uma lenda. O Malleus também contém referências diretas ao Sabá permitindo concluir que, de fato, as reuniões eram grandes orgias priápicas que não eram típicas das crenças genuinamente germânicas. A febre de publicações sobre bruxaria alcançou os séculos XVI e XVII [16 e 17] e até o rei James I [Inglaterra] aventurou-se a escrever sobre o tema.

Jean Bodin
* [1530-1596] Escreveu: On Witchcraft [La Démonomanie des Sorciers] — livro de 1580. Bodin [que era jurista] recomendou tortura, até mesmo em casos de inválidos e crianças, para tentar confirmar a culpa de feitiçaria. Ele afirmou que nem mesmo uma bruxa poderia ser condenada erroneamente se os procedimentos corretos fossem seguidos, e a suspeita era tida como motivo suficiente para atormentar o acusado uma vez que rumores relativos à bruxaria quase sempre eram verdades. In WIKIPEDIA

Cerca de 75 anos depois da publicação do Malleus, o francês Bodin ou Bodinus, em latim, publicou volumoso trabalho, um tratado que veio a ser importante texto de referência sobre bruxaria. Ali o Sabá é descrito em detalhes; possivelmente a mais minuciosa descrição da cerimônia. Segundo Bodin, as assembléias eram realizadas em lugares solitários, em vales escondidos entre as montanhas, nas florestas.
Preparando-se para ir ao Sabá, a bruxa ou bruxo deitava-se em sua cama completamente despido (a) e untava o corpo com o famoso "ungüento das feiticeiras" [cuja receita Eliphas Levi, ocultista francês do século 19, fornece em seu Dogma e Ritual da Alta Magia]. A substância produzia o "encantamento" e a pessoa era transportada pelo ar chegando ao lugar do encontro em curto espaço de tempo. Também Bodin se preocupa com a questão do transporte ser um fato real ou apenas metafórico e conclui que, de fato, transportavam-se, fisicamente, de forma mágica.
O Sabá, como de costume, é descrito como uma grande assembléia de bruxos e demônios de ambos os sexos. Era meritório para os participantes veteranos trazer consigo novos convertidos. Em sua chegada, os novatos eram apresentados ao demônio que presidia o encontro e a quem era devida adoração através do sórdido ato de beijar sua parte íntima traseira. Os adeptos prestavam contas de suas atividades desde o último encontro e recebiam suas reprovações ou congratulações de acordo com seus méritos.
O diabo, geralmente representado como um bode, distribuía, então, amuletos, poções, ungüentos e outros artigos que deveriam ser empregados nos feitos do mal. Os adoradores também faziam oferendas: ovelhas, pequenos pássaros, mechas de cabelo e outros objetos. Todos deviam proferir imprecações contra os cristãos e os símbolos do cristianismo, blasfemas contra os santos e as coisas santas. Finalmente, o diabo iniciava a orgia sexual tendo relações com alguma nova bruxa - ou bruxo em quem deixava sua marca em alguma parte do corpo, em geral, na área genital.

Pacto com o Diabo: oferenda de uma criança — Francesco Mario Guazzo, Compedium Malleficarum, 1608. IN ZWOJE-SCROLLS. Embaixo:Os elementos característicos do Sabá: a bruxa que atravessa os ares, as poções, a música primitiva, o elemento feminino, a nudez lasciva.
Os "acertos de contas" eram o que se pode chamar de "negócio do encontro" e, depois dos negócios era a hora do banquete. Ocasionalmente, vistosas iguarias poderiam degustadas mas, em geral, segundo Bodin, ao contrário de outros autores, o repasto era frugal. O "prato principal", ao que parece era, de fato, a luxúria e as mesas serviam, eventualmente, mais para a dança e a fornicação.
Sobre as danças, a carole da Idade Média era o modelo, uma dança comum entre camponeses, executada em circulo, com homens e mulheres aproximando-se e afastando-se alternadamente, o que permitia o reconhecimento mútuo dos participantes.
Outras danças foram introduzidas, mais ousadas, mais obscenas. As músicas também eram vulgares beirando ao ridículo, o grotesco, executadas por instrumentos toscos e macabros, como flautas feitas de ossos, liras feitas de crânio de cavalo. O grupo entrava em estado de excitação tornando-se mais licencioso até que, finalmente, os participantes abandonavam-se ao desfrute de relações sexuais indiscriminadas nas quais o demônio tomava parte. A assembléia terminava a tempo das bruxas retornarem às suas casas antes do amanhecer.
Pierre de Lancre  — Bruxaria em Labourd
Outro francês, Pierre de Lancre, conselheiro do rei, juiz do parlamento de Bordeaux, ingressou, em 1609, em uma comissão encarregada de apurar acusações de bruxaria em Labourd, distrito das províncias bascas, região célebre por suas bruxas e aparentemente, pelo baixo nível de moralidade de seus habitantes. Labourd é um lugar isolado e seus moradores conservaram suas antigas superstições com grande tenacidade.
De Lancre investigou a natureza dos demônios e a razão pela qual os residentes de Labourd eram tão ligados à feitiçaria. As mulheres locais, eram de temperamento naturalmente lascivo, coisa que se podia ver na maneira de vestir e arranjar os cabelos, singularmente indecentes, expostas sem a menor modéstia. O principal produto agrícola era a maçã, curiosa associação com o aspecto pecaminoso de Eva. De Lancre ficou quatro meses estudando a situação de Labourd e, depois de tudo que tinha visto e ouvido, resolveu dedicar-se ao estudo da bruxaria e, no devido tempo produziu seu grande trabalho sobre o tema: Tableau de l'Incosntance des Mauvais anges et Démons.
De Lancre escreve honestamente e acredita no que diz. Seu livro tem valor pelo grande número de informações que contém incluindo confissões de bruxas transcritas nas próprias palavras das depoentes. Um segundo livro foi dedicado totalmente aos detalhes do Sabá.
A pesquisa de revelou algumas contradições e mudanças. Nos tempos antigos, as noites de segunda-feira eram as noites de Assembléia. Na época do estudo, estas noites eram as de quarta e sexta-feira. Algumas bruxas disseram que seguiam para o lugar do encontro ao meio dia. A maioria, entretanto, afirmou que meia-noite era o horário certo.
O lugar do Sabá era, de preferência, uma encruzilhada, mas não obrigatoriamente. Era suficiente um lugar isolado, um sítio mais selvagem, no meio de uma charneca, especialmente longe de habitações humanas ou de lugares assombrados. Ali, na região de Labourd, esse lugar era chamado Aquelarre, significando Lane de Bouc ou Mata do Bode, uma referência à forma caprina assumida por Satanás nestes Sabás.
Na mesma região, outros lugares, ainda, teriam sido cenários de Sabás: "Mais de cinqüenta testemunhas nos asseguraram que tinham estado em uma 'Mata do Bode' para o Sabá na montanha de La Rhune, algumas vezes, em uma abertura da montanha [uma caverna?], outras vezes, na capela do Espírito Santo, que fica no cume; algumas vezes o Sabá foi realizado na igreja de Dordach, nos limites de Labourd. Em outras ocasiões, ainda, a Assembléia se reunia em casas, residências particulares.
Porém, o mais usual é que o Diabo escolha para os Sabás as entranhas da mata, as casa velhas, abandonadas, ruínas de antigos castelos, especialmente se ficam no alto das montanhas. Um velho cemitério pode servir, se é isolado, e o mesmo se aplica às capelas, ermidas, o topo de um rochedo debruçado sobre o mar, como aquele onde fica a capela de Saint Jean de Luz [portuguese], Puy de Dome em Perigord e locais semelhantes.

Baphomet, em sua representação alegórica em contexto explicitamente sexual, priápico, em representação de Guido Wolther - ORDO TEMPLI ORIENTIS.  Próxima fig: Baphomet esculpido na pedra, estética dos Templários nas gárgulas de suas igrejas. O exemplar acima, em Saint Merri.   
As Formas Diabólicas de Satanás
Nestes encontros, algumas poucas vezes, Satanás esteve ausente; nestes casos, um pequeno demônio tomava seu lugar. De Lancre enumera as várias formas que o diabo assume nestas ocasiões, tão variadas quanto seus movimentos são "inconstantes, cheios de incertezas, ilusão, decepção e impostura". Algumas das bruxas que ele examinou, entre as quais uma garota de 13 anos chamada Marie d'Aguerre, disse que naquelas assembléias havia uma grande garrafa ou cântaro no meio do Sabá; dali o diabo saía assumindo a forma de bode que, subitamente, tornava-se enorme e assustador. No fim do Sabá ele retornava à garrafa.
Outros o descrevem como um grande tronco, como o de uma árvore, sem braços ou pés, sentado em uma cadeira com as feições de traços humanos grosseiros. É recorrente a referência à face de bode, com dois chifres na testa e dois chifres na nuca. Nos relatos mais freqüentes, são três os chifres do Capeta sendo que o do meio [da testa] serve para fornecer luz e fogo ao Sabá. Ocasionalmente, o Demo usa um chapéu ou tipo de capa sobre os chifres.
"Na frente, ostenta seu membro e atrás, possui uma cauda que lhe sai de uma segunda face traseira, rosto este que é oferecido ao beijo cerimonial que seus adoradores lhe dão em sinal de submissão. Este Diabo é aqui representado como imagem de Priapus. Marie d'Aspilecute, 19 anos, residente em Handaye, declarou que na primeira vez em que foi apresentada ao Demônio, beijou-o naquela face, traseira, três vezes.
Outros disseram que o Diabo é como um homem de grande porte, "envolvido em vapores que o encobrem, de modo que não o vejam claramente"... Sua face é vermelha como o ferro aquecido na fornalha. Corneille Brolic, uma adolescente de 12 anos, disse que quando o viu pela primeira vez ele tinha forma humana porém, com quatro chifres em sua cabeça e sem braços.
Estava sentado em um púlpito cercado de algumas mulheres, suas favoritas... Jannete d'Abadie, de Siboro, 16 anos, disse que Satanás tinha duas caras, uma na frente outra na parte de trás da cabeça, [tal como a representação do deus Janus]. O Diabo também foi descrito com um grande cachorro negro. Em tempos mais remotos, Satanás apareceu, freqüentemente, em forma de serpente - outro ponto de contato com os cultos priápicos. Na Idade Média, no entanto, a forma de bode foi a mais comum.
Cerimônias
Na abertura do Sabá, são recorrentes os relatos da cerimônia de "apresentação" [como mencionado acima]. Bruxos e bruxas apresentavam, formalmente, ao Mestre, aqueles que nunca tinham estado com ele antes. Muitas vezes, eram levadas crianças como oferendas, para serem enfeitiçadas, destinadas ao serem futuras servas do Diabo.
Os novos convertidos, noviços e noviças, deveriam renunciar a Cristo, à Virgem Maria e aos santos e eram rebatizados em cerimônias burlescas. O beijo nas nádegas do Demo é outro elemento sempre citado nos relatos de Sabás como ato confirmatório da fidelidade a Satanás... Esses atos de renúncia ao cristianismo e submissão ao Demônio eram sempre renovados.
Janette d'Abadie [citada acima] disse que beijou o Diabo repetidas vezes durante a cerimônia; não somente nas nádegas mas também no rosto, no umbigo e no pênis. Depois do re-batismo, ele colocou sua marca no corpo de sua vítima, em parte escondida, que geralmente não se expõe. Nas mulheres, esta marca era feita nas partes sexuais. De Lancre classifica os procedimentos dos Sabás como variados e curiosos:

Lembra uma feira de mercadores,uma grande mistura de gente chegando de todas as partes, um encontro de contatos transitórios e novos nas mais medonhas formas de novidades que ofendem os olhos. Tudo parece real mas muita coisa é ilusória. Como uma atmosfera meio divertida, ao som de pequenos sinos e instrumentos musicais de todos os tipos. A música, entretanto, fala somente ao ouvido, ao sentido do entretenimento. Tal música transforma-se num barulho desarmônico cheio de deformidade que acompanha todo o horror da desolação, da ruína, da destruição, das pessoas brutalizando-se, virando bestas, perdendo a razão, enquanto as bestas parecem tornar-se humanas com mais juízo que as gentes, estas, cada qual entregue aos seus mais baixos instintos naturais.

As mulheres, segundo de Lancre, são agentes ativos nesta mixórdia [confusão], mais comprometidas que os homens, cheias de ímpeto com seus cabelos em desalinho e seus corpos nus; muitas besuntadas com ungüentos mágicos, outras, não. Chegam aos Sabás com seus propósitos maléficos, montadas em suas vassouras ou bastões, cavalgando um bode ou outro animal, muitas vezes levando uma ou duas crianças, guiadas pelo Diabo em pessoa... No Sabá produzem e recebem poções para diferentes propósitos. Um ingrediente de poções muito comum é a cinza do sapo queimado vivo. ...
O Bode
O Diabo, Mestre da Assembléia, em sua forma animalesca, é especialmente repulsivo. O Bode é uma referência a Príapus [e as variações como tronco/árvores, sem braços, remete a divindades antigas também veneradas em cultos orgiásticos dos campos, com o deus grego Pan, em uma clara antropomorfização de um ente vegetal, a árvore, soberana na Natureza].
A forma humano-caprina, entretanto, mais comum nos tempos medievais, é feia e repelente, [de Lancre insiste neste ponto]. Suas maneiras são imperiosas, sua voz, rouca. Sentado no púlpito, que brilha como ouro, ele tem ao seu lado a "rainha do Sabá", seminua, uma de suas bruxas mais pervertidas a quem ele dá a grande honra de dividir a presidência da festa. Por entre "fogos falsos" passam demônios encorajando os bruxos e bruxas a fazerem o mesmo, pois não sentirão nenhuma dor e assim aprenderão a não temer o fogo do inferno. ...
Aqui e ali vêem-se caldeirões cheios de sapos, víboras, corações de crianças que morreram sem batismo, carne de assassinados e outros ingredientes macabros que entram nas fórmulas dos ungüentos e poções. Ingredientes que podem ser adquiridos ali mesmo, no Sabá, como em uma feira. Outros caldeirões cozinham a comida da festa, que deve ser insossa [sem nenhum sal], crua e embolorada, como o Diabo gosta.
As mulheres dançam em círculos, formam casais, vão para o centro da roda conduzidas pelos demônios, que ensinam movimentos e gestos cheios de lascívia e indecência capazes de horrorizar a mais despudorada das prostitutas. Cantando versos licenciosos, lúbricos, a grupo é uma visão de monstruosa luxúria. Aquelas que são escolhidas para copular e fazer outras impudícias com os demônios são encobertas por uma nuvem, para esconder a execração e a imundície destas cenas e prevenir a compaixão que alguém sentir ouvido os gritos e vendo a degradação dessas pobres desgraçadas.
Misturando impiedade e outras abominações eles realizam seus ritos "religiosos", uma selvagem e indecorosa paródia da missa católica. O altar é erguido e o sacerdote oferece a "hóstia", feita de substâncias impuras e todos os ritos são repugnantes.
Pequenas Diferenças
De Lancre assegura que existem pequenas diferenças de procedimentos do Sabá de um país para outro, diferente na característica da localidade, na figura do master que preside a Assembléia, na disposição geral dos participantes. Todavia, os aspectos fundamentais se mantêm como uma tradição que transcende fronteiras de países europeus. O Sabá é considerado como a cerimônia mais importante dos praticantes da bruxaria ocidental.
A primeira testemunha do pesquisador é um documento de 18 de dezembro de 1567, uma cópia da confissão deEstébane de Cambrue, da paróquia de Amou, uma mulher de 25 anos. Ela informou que o "Grande Sabá", na verdade, acontecia somente quatro vezes por ano, paródia às quatro festas anuais da Igreja. As pequenas Assembléias, realizadas nas vizinhanças das cidades e paróquias eram freqüentadas por residentes locais, próximos aos diferentes locais onde eram realizados estes encontros nos quais as pessoas "somente dançavam e se divertiam". O Diabo não costumava freqüentar estes encontros menores.
Existia, de fato, a Grande e a Pequena Priapéia. esta depoente foi uma das que se referiu ao local dos grandes encontros como Lane de Bouc ou Mata do Bode, onde dançava-se ao redor de uma pedra [freqüentemente associados aos monumentos druídicos] sobre a qual sentava-se um grande homem negro que era chamado de Monsieur. Como de praxe, havia a cerimônia do beijo na traseira e as imprecações contra Deus, a Virgem Maria e "o resto".
A "profissão de fé" renovava os laços dos bruxos com Satanás, a quem consideravam "seu pai e protetor". Essa testemunha relatou o comércio e a produção de poções durante o Sabá. Havia um "notário" [contador] responsável pela cobrança das mercadorias. Uma curiosidade mágica: se chovesse à caminho do Sabá, os bruxos (as) não se molhavam protegidos pelo encantamento das palavras: Haut la coude, Quillet! Quando tinham de fazer uma longa jornada, diziam as palavras: Pis suber hoeilhe, en ta la lane de bouc bien m'arrecouille...
Mais Testemunhas: Sexo & Sabá
Roger Rivasseau
confessou ter estado em um Sabá duas vezes, embora não tivesse adorado o Diabo nem feito qualquer das coisas que lhe foram solicitadas. "O Sabá começou lá pela meia-noite em uma encruzilhada. Geralmente é feito nas quarta e nas sextas-feiras e o Diabo prefere as noites de tempestade, quando o vento forte serve para propulsionar seu transporte pelos ares. Dois notáveis demônios presidiram aquele Sabá; um grande negro chamado Master Leonard e outro pequeno diabo, que substituia o mestre eventualmente e que se chamava Master Jean Mullin. Eles adoraram o Grande Satã e cerca de sessenta pessoas dançavam sem roupas".
Muitas bruxas ouvidas disseram que o Sabá era um delícia! Para Jeanne Dibasson, 29 anos, o Sabá era um verdadeiro paraíso onde havia mais prazer do era possível descrever. Ela esperava ansiosa pelos encontros. Marie de la Ralde, uma bela mulher de 28 anos, havia abandonado suas relações com o Diabo há seis anos e forneceu muitas informações sobre suas experiências nos Sabás. Freqüentava as Assembléias desde os dez anos de idade.
A primeira vez que viu o Diabo ele estava em sua forma de tronco de árvore, sem pés mas, aparentemente sentado no púlpito. Tinha uma face humana, muito obscura. Outras vezes, seu rosto parecia vermelho. Presenciou em várias ocasiões o Mestre aproximar um ferro em brasa de crianças oferecidas a ele mas não sabia dizer se eram realmente marcadas. Marie de la Ralde declarou que tinha um prazer especial em freqüentar o Sabá. ...
Jeanette d'Abadie relembrou os atos libidinosos da Assembléia onde era comum o incesto e as relações "contrárias à ordem da natureza"; ela mesma participou de tais orgias quando copulou com não somente com Satanás mas com muitos outros. Ela tentava fugir das relações com o Demônio porque causavam extrema dor; seu membro era frio e seu sêmen jamais não produz gravidez. Ninguém fica grávida em um Sabá. Longe do Sabá, a conduta da jovem era irrepreensível mas nos encontros dos bruxos ela confessava desfrutar de prazeres maravilhosos naqueles intercursos sexuais que ela descrevia em linguagem obscena ...
A Sarabande

Cultos fálicos e orgiásticos: Grécia arcaica, Pan — Idade Média, o Bode, Baphomet — e Roma Antiga, Príapus
Em muitos outros depoimentos há referência ao grande prazer experimentado nesses Sabás que exerciam enorme excitação entre homens e mulheres. Mulheres entregavam-se a outros homens na fente dos maridos, que não raro encorajavam as relações. Na Sabá não havia posse nem ciúme nem tabus: pais defloravam filhas, mãe relacionavam-se com filhos, irmãos com irmãs.
As danças do Sabá, como mencionado, eram indecentes, como a Sarabande, na qual as mulheres participavam usando apenas camisas indecorosas quando não estavam completamente nuas. Os movimentos da dança eram especialmente violentos. O Diabo participava tomando uma mulher como par. escreve de Lancre: "Se o que dito é verdade jamais uma mulher ou adolescente retornou do Sabá casta ou virgem como poderia ter chegado [porque no Sabá ela] ... dançaria com os demônios e maus espíritos e com eles trocaria beijos obscenos, copularia com eles". ...
O Membro de Satanás
Um das mais impuras e sensuais curiosidades dos Inquisidores manifestada em seus interrogatório refere-se às peculiaridades sexuais e "capacidades" do Demônio. De Lancre, como outros pesquisadores, diante dos documentos pesquisados, identifica essas orgias, os Sabás, com os antigos cultos Priápicos sendo que Príapus, foi, claramente, substituído pela figura-conceito do/de Diabo [uma aculturação de evidente influência cristã].
Jeanette d'Abadie, contou que tinha visto o intercurso sexual promíscuo de homens e mulheres no Sabá. O diabo organizava os casais em combinações pervertidas: pai e filha, mãe e filho, irmão e irmã, padrasto e enteada, penitente e confessor, sem distinção de idade, classe social etc.. Ela mesma manteve relações com uma irmã por afinidade e muitos outras pessoas. Revelou, ainda, que tinha sido deflorada pelo Demônio aos treze anos - quando doze é a idade mais comum. Nunca tinha ficado grávida, fosse do Diabo ou de qualquer um dos bruxos dos Sabás.
Em sua primeira vez com Satanás, sentiu o membro muito frio; mas os bruxos eram homens comuns. O Diabo escolhia as mais belas mulheres e adolescentes para seu desfrute particular e uma delas era a preferida, a rainha das Assembléias. As relações sexuais com o Demo eram dolorosas porque seu pênis era coberto de escamas, como uma pele de peixe. Além disso era longo e retorcido.
Marie d'Aspilcuette, entre os 19 e os 20 anos, que também confessou relações sexuais freqüentes com Satanás, descreveu o membro medindo cerca de meio metro e moderadamente largo. Marguerite, de Sare, 17 anos, descreveu o pênis do Diabo como semelhante ao de um jumento, tão longo e grosso como um braço. Apesar de muitas das vítimas serem muito jovens e virgens, o Diabo prefere as mulheres casadas às descomprometidas porque há mais pecado nas relações adulterinas, mais execrável que a simples fornicação.
In BABBATH.RU
Conclusão
Os Sabás, são, evidentemente, uma manifestação de sobrevivência clandestina de um culto pagão em uma Europa já dominada ideologicamente e politicamente pelos valores do Cristianismo Católico Romano, em especial, da moral judaico-cristã. Entretanto, entre a população mais rústica, entre os "servos", cuja moral ou vida privada passava como desimportante para as classes mais altas da sociedade medieval, tradições antigas persistiram durante incontáveis gerações.
O povo continuou praticando seus rituais priápicos, suas orgias, suas Saturnálias; continuou usando seus alucinógenos excitantes, mergulhando em estados mentais caóticos onde realidade e fantasia, homens, mulheres e demônios, verdade e ficção, se confundiam. Nas charnecas, nas clareiras das florestas, longe das leis dos juízes e da Igreja, costumes antigos continuaram vivos e, não raro, junto com os camponeses mais simples, certos da proteção das trevas, figuras importantes da comunidade entregavam-se aos mais dissolutos prazeres, às tentações, que lamentavam depois, talvez num confessionário, buscando a pureza na mortificação e o perdão a peso de ouro para mais uma vez, na próxima lua cheia, ceder ao chamado da lascívia e dançar e pecar — no Sabá.