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sábado, 28 de julho de 2012

Fora da Caridade não há Salvação. Perdoar é Amar.

 

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MENSAGEM EM PORTUGUÊS-ESPAÑOL-ENGLISH -FRANÇAIS

 

5º CONGRESSO ESPÍRITA DE SERGIPE-Português

7º CONGRÈS SPIRITE MONDIAL-Français

EGOISMO-Português

O HOMEM DO SEDÃ-Português

EM CASA-Português

34º ANIVERSÁRIO DO PRONTO SOCORRO-B.DE MENEZES-Português

CLIQUE E VOTO NO CHICO XAVIER-Ele merece!-Português

 

Amigos(as) Luz e Amor, sempre.

 

Novas mensagens para iluminar Vidas.

Divulguemos o Amor e a Luz para a Terra,

O Amigo agradecido. Feliz fim de Semana!

 

João Cabral - Presidente da ADE-SERGIPE-Brasil

ADE-SERGIPE-Aracaju

Website: www.ade-sergipe.com.br

Vídeos. Links. Fotos. TVs. Mensagens. Rádio Online-Clique e ouça, agora.

Em: 27.07.2012

 

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http://marcosianoski.blogspot.com.br/

 

Egoísmo

 

913 Entre os vícios, qual se pode considerar o pior?
– Já dissemos várias vezes: é o egoísmo; dele deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Vós os combatereis inutilmente e não conseguireis arrancá-los enquanto não tiverdes atacado o mal pela raiz, enquanto não tiverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse objetivo, porque aí está a verdadeira chaga da sociedade. Aquele que deseja se aproximar, já nesta vida, da perfeição moral, deve arrancar de seu coração todo sentimento de egoísmo, por ser incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades.


914 Parece bem difícil extinguir inteiramente o egoísmo do coração do homem se ele estiver baseado no interesse pessoal; pode-se conseguir isso?

– À medida que os homens se esclarecem sobre as coisas espirituais, dão menos valor às materiais. É preciso reformar as instituições humanas que estimulam e mantêm o egoísmo. Isso depende da educação.

915 O egoísmo, sendo próprio da espécie humana, não será sempre um obstáculo para que reine o bem absoluto na Terra?

– É certo que o egoísmo é o maior mal, mas ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra, e não à humanidade em si mesma; os Espíritos, ao se depurarem nas sucessivas encarnações, perdem o egoísmo como perdem outras impurezas. Não tendes na Terra algum homem desprovido de egoísmo e praticando a caridade? Há mais do que imaginais, porém pouco os conheceis, porque a virtude não se põe em evidência; se há um, por que não haveria dez? Se há dez, por que não haveria mil e assim por diante?

916 O egoísmo, longe de diminuir, aumenta com a civilização, que parece excitá-lo e mantê-lo; como a causa poderá destruir o efeito?

– Quanto maior o mal, mais se torna horrível. Será preciso que o egoísmo cause muito mal para fazer compreender a necessidade de extingui-lo. Quando os homens tiverem se libertado do egoísmo que os domina, viverão como irmãos, não se fazendo nenhum mal, ajudando-se mutuamente pelo sentimento natural da solidariedade; então o forte será o apoio e não opressor do fraco, e não se verão mais homens desprovidos do indispensável para viver, porque todos praticarão a lei da justiça. É o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar. (Veja a questão 784.) 

(O Livro dos Espíritos - Perguntas nº: 913,914,915,916)


A caridade, para todos nós, tem uma função pedagógica ! Ninguém desenvolve a própria capacidade de amar sem

começar a doar do que possui...


(Obra: Estudando Nosso Lar - Carlos A. Baccelli / Inácio Ferreira)

 

 

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O HOMEM DO SEDÃ

 

Achava-se Chico Xavier nos jardins da Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, logo à entrada do escritório, quando à sua frente para um automóvel SEDÃ e dele salta um cavalheiro bem vestido, que lhe ordena arrogantemente:
- Chame-me o Sr. Francisco Candido Xavier e diga-lhe que preciso falar-lhe, urgentemente.

O Chico sentiu que o homem do Sedã o tomara por um serviçal qualquer, um João Ninguém, e que tinha o Sr. Francisco Candido Xavier na conta de um grande na Historia. Ficou, pois, algum tempo indeciso. Não sabia como proceder: se dissesse que era ele, assim vestido, humildemente, como sempre andava, não seria acreditado pelo arrogante visitante... Se mentisse, talvez ficasse pior...Foi quando o homem do sedã, explicou: - Não ouviu, ande daí seu moleque, mau empregado deve ser você...

- É que - respondeu-lhe Chico - Francisco, isto é, Chico Xavier, como sou conhecido, sou eu mesmo meu irmão...!

O homem do automóvel Sedã arregalou os olhos. Fitou Chico Xavier de cima para baixo. Soltou um Oh! E, desejando consertar a situação, exclamou:

- Então é você, mas que desilusão! Mas, enfim, já que é você, ouça: estou atravessando uma quadra difícil e preciso de sua proteção...

- Mas, meu irmão - interrompeu-lhe Chico -, eu nada valho; depois, não trato de coisas materiais. Os espíritos, por mim, ás vezes, solucionam questões, mas de fundo espiritual. Se o irmão desejar colocar o seu nome no livro de preces, pediremos aos nossos amigos para o ajudarem a vencer seus problemas morais, a encontrar um caminho de consolação, a salvação pelo Cristo de Deus!

- Não quero isto-, disse-lhe o homem depois de refletir um pouco - estou mesmo desiludido com você. Vejo que não é o que eu esperava. Você é mesmo um pobretão, que nada vale...

E, olhando o servidor de Jesus com certo desdém:

- Quanto ganha aqui e há quantos anos trabalha?

- Ganho pouco, algo que dá para eu viver satisfeito. É muito com Deus. Trabalho aqui há mais de vinte anos, graças ao Pai!

- Logo vi. Então você com a sua mediunidade tão falada, ainda não conseguiu melhorar sua situação financeira. Não vale mesmo nada...

- Não valho mesmo meu irmão. Muito obrigado pelo que me diz, pois eu não pude solucionar seu problema, mas você meu irmão solucionou o meu, fazendo-me crer que não valho nada mesmo... Vá com Deus! Que Jesus o abençoe...

O homem do sedã soltou um palavrão, entrou para dentro de seu carro e partiu velozmente sem nem olhar para trás, como a dizer: perdi meu tempo, vim de tão longe para ouvir bobagens...

E tirando daí uma lição, concluímos: por este mundo de Deus quantos homens assim vivem à procura do MUITO sem Deus, esquecidos de que estão repetindo a história milionária do Homem Velho, que ainda não se desiludiu de encontrar a felicidade onde ela não está... até que a dor lhe abra as portas da realidade do seu desencarne...

Do livro: ‘’Chico Xavier na Intimidade’’, de Ramiro Gama

Questão 879: QUAL SERIA O CARÁTER DO HOMEM QUE PRATICASSE A JUSTIÇA EM TODA A SUA PUREZA?  Resposta: O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus; porque praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.-Livro dos Espíritos, 65ª edição-tradução de J. Herculano Pires.

EVANGELHO NO LAR – REALIZE  COM A SUA FAMÍLIA!

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V – JORNADA MÉDICO-ESPÍRITA E 1º SIMPÓSIO DO GRUPO ESPÍRITA FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER- Salve!

 

 

Bezerra de Menezes – O Apóstolo da Caridade.

Luz do Evangelho - Jesus é nosso guia. (Emmanuel)
“Um amigo é a obra-prima da natureza.”  
          Ralph Waldo Emerson.


AMIGO........
Um filho perguntou a mãe:
Mãe, posso ir no hospital ver meu amigo?
Ele está doente!
A mãe responde com uma pergunta:
Claro, mas o que ele tem?
O filho com a cabeça baixa, diz:

Tumor no cérebro.
A mãe furiosa diz:
E você quer ir lá pra quê? Vê-lo morrer?
O filho lhe da as costas e vai...
Horas depois ele volta vermelho de tanto chorar..
dizendo:

Aí mãe, foi tão horrível, ele morreu na minha frente!
A mãe com raiva:
E agora?! Tá feliz?! Valeu a pena ter visto aquela cena?!
Uma última lágrima caiu de seus olhos e
acompanhado de um sorriso, ele disse:

Muito, pois cheguei a tempo de vê-lo sorrir e dizer...
EU TINHA CERTEZA  QUE VOCÊ VIRIA!!!

Desconheço a autoria do texto,
mas desejo que você tenha amigos verdadeiros !!!!!!!!

 

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BEZERRA DE MENEZES-APÓSTOLO DA CARIDADE
                      

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Malleus Maleficarum - O Martelo das Feiticeiras -


Os Instrumentos de Tortura da Santa Inquisição

Compêndio de Instrumentos de
Tortura e Execução na Idade Média
Européia

Por Cristine Vieira Vilarino

I - Instrumentos de Execução

1 - Espada, Machado e Cepo
A decapitação com a espada, entretenimento público, desde o início da Idade Média, é,
ainda hoje, utilizada em alguns países do terceiro Mundo. Era necessária uma longa
aprendizagem para aprender a manejar a espada com precisão, de modo a decepar a cabeça
com um golpe só, coisa que a multidão muito apreciava,  como  um  sinal  da  habilidade do
carrasco.
Os executores mantinham-se "em forma" treinando com animais nos matadouros ou com
espantalhos de cabeça de cabaça.
A decapitação, pena suave quando executada com habilidade, estava reservada
exclusivamente a condenados nobres e importantes. Os plebeus eram executados de outras
formas, que garantiam agonias mais prolongadas, das quais a mais freqüente e mais rápido
era o enforcamento comum, no qual a vítima era erguida e lentamente estrangulada - ao
contrário do enforcamento à inglesa, que faz tombar a vítima de certa altura com a corda ao
pescoço, provocando ruptura das vértebras cervicais e da medula espinhal.
Distinção importante: o cepo só era usado em conjunto com o machado; nas decapitações
com a espada, o condenado deveria manter-se ereto, enquanto o executor efetuava um
movimento horizontal com a lâmina, ceifando o pescoço.

2 - O Garrote
Consistia o garrote em um poste de madeira provido de um colar de ferro ou, menos
comum e eficientemente, de couro duro, e que se apertava progressivamente por meio de
um parafuso. Havia duas versões essenciais deste instrumento:
a) a versão tipicamente espanhola, na qual apertando se o parafuso, fazia-se apertar a argola
de ferro, matando a vítima por asfixia;
b) a versão catalã, no qual havia, na nuca do condenado, um punção de ferro, que, ao
apertar-se o colar, penetrava e quebrava as vértebras cervicais, ao mesmo tempo que
empurrava o pescoço para a frente, provocando o esmagamento da traquéia contra a argola,
matando tanto por asfixia como pela destruição da medula espinhal ou do bulbo cerebral. A
presença deste aguilhão não garante uma morte rápida; antes, pelo contrário. A agonia
podia ser mais ou menos prolongada, dependendo do humor do carrasco.
O primeiro tipo foi usado na Espanha até a morte de Franco, em 1975, altura em que o rei
Juan Carlos aboliu a pena capital.
O segundo tipo, usado até princípio deste século na Catalunha e na América Central, ainda
é utilizado, em alguns países do Terceiro Mundo, como instrumento de tortura e execução.

3 - Emparedamento
O emparedamento, utilizado já no tempo dos romanos, para punir as vestais que perdiam
sua virtude, dispensa qualquer explicação. A vítima era sepultada viva, morrendo,
dependendo do local de confinamento, de sede e fome, ou simplesmente asfixiada.

4 - As Gaiolas Suspensas
Desde a Alta Idade Média até finais do séc. XVIII, as paisagens urbanas e suburbanas da
Europa abundavam de gaiolas de ferro e madeira, no exterior de edifícios municipais,
palácios de justiça, catedrais e muralhas de cidades, assim como penduradas em postes
situados nas encruzilhadas de diversos caminhos; freqüentemente havia várias gaiolas em
fila, umas ao lado das outras.
Em Florença, Itália, havia dois locais reservados às gaiolas: um na esquina do Bargello, na
Via Aguillara com a praça San Firenze, e o outro num poste fixado na colina de San
Gaggio, passada a Porta Romana, junto à estrada para Siena. Em Veneza, tida como um dos
prováveis locais de origem da gaiola celular, estas erguiam-se na Ponte dos Suspiros e nos
muros do Arsenal.
As vítimas, nuas ou quase nuas, eram fechadas nas gaiolas suspensas, que não eram muito
maiores que seus corpos; morriam de fome e sede, de mau tempo e frio no Inverno, de
queimaduras e insolação no Verão e eram muitas vezes torturadas e mutiladas para melhor
servir de exemplo. Os cadáveres em putrefação eram, na maior parte das vezes, deixados in
situ, até o desfazimento do esqueleto.

5 - A Roda Para Despedaçar
A roda para despedaçar era, depois da forca, a forma mais comum de execução na Europa
germânica, desde a Baixa Idade Média até princípios do séc. XVIII; na Europa latina e
gálica, o despedaçamento era feito por meio de barras maciças de ferro e maças, em lugar
da roda.
A vítima, nua, era esticada de barriga para cima na roda (ou no chão ou no patíbulo), com
os membros estendidos ao máximo e atados a estacas ou anilhas de ferro. Por baixo dos
pulsos, cotovelos, joelhos e quadris, colocavam-se atravessados suportes de madeira. O
verdugo aplicava violentos golpes com a barra, destroçando todas as articulações e partindo
os ossos, evitando dar golpes que pudessem ser mortais. Isso provocava, como é fácil
imaginar-se, um verdadeiro paroxismo de dor, o que muito divertia a platéia1.
Depois do despedaçamento, desatavam o condenado e entrelaçavam-lhe os membros com
os raios da grande roda, deixando-o  ali até  que  sobreviesse  a morte, ao  cabo  de
algumas  horas,   ou   até    dias.
Os corvos, outrossim, arrancavam pedaços de carne e vazavam os olhos até a chegada do
último momento. Esta era a mais atroz e longa agonia prevista dentre todos os
procedimentos de execução judicial.
Junto com a fogueira, o despedaçamento ou desmembramento era um dos espetáculos mais
populares que tinham lugar nas praças da Europa. Multidões de plebeus e nobres
deleitavam-se ao contemplar um bom despedaçamento, como comprovam várias gravuras
da época.

6 - Submersão em Azeite
A submersão em azeite podia ser tanto uma forma de execução como de interrogatório,
tanto judicial como extrajudicial. O prisioneiro, suspenso pelos braços no teto, era baixado,
por meio de um sistema de corda e roldana, dentro de um caldeirão cheio de azeite em
ebulição. Este suplício podia ser aplicado em conjunto com a estrapada (!) e quase que
invariavelmente, provocava a morte da vítima; na melhor das hipóteses, deixava-a inválida
para toda a vida.

7 - A Serra
A serra era outro meio de execução extremamente cruel, no qual a vítima, suspensa pelos
pés, era serrada ao meio, de cima para baixo, a partir de entre as pernas. Esse tipo de
execução podia ser levada a cabo com qualquer tipo de serra de lenhador utilizada a quatro
mãos e de dentes grandes.  A história conta que vários mártires - santos, religiosos, laicos -
sofreram esse suplício, talvez pior que a cremação lenta ou a imersão em azeite fervente.
Devido á posição invertida, que assegura a oxigenação do cérebro e  impede a perda geral
de sangue
o  condenado não perde a consciência até que a serra alcançava o umbigo, ou, às vezes, até
o peito.
A Bíblia conta-nos que o rei hebreu Davi exterminou os habitantes de Rabah e de todas as
outras cidades amonitas, pelo método de por os homens, mulheres e crianças debaixo de
serras, rastelos, machados de ferro e fornos de tijolos. Esta espécie de beneplácito, pouco
menos que divino, contribuiu muito para a aceitação da serra, do machado, do rastelo  como
meio de execução por gente bem pensante da Igreja medieval.
A serra era aplicada  freqüentemente a homossexuais de ambos os sexos, principalmente a
homens. Na Espanha, a serra foi um meio de execução militar até meados do séc. XVIII,
segundo várias referências, que não citam, todavia, um só caso concreto. Na Catalunha,
durante a guerra da Independência (1808-1814), contra os exércitos de Napoleão, os
guerrilheiros espanhóis submeteram dezenas de oficiais franceses e ingleses à serra, sem se
preocupar muito com as alianças do momento. Na Alemanha, a serra estava reservada aos
cabeças de movimentos rebeldes e na França, às bruxas "engravidadas por Satanás".

8 - Empalamento
Esta era uma forma particularmente cruel de execução, visto que a vítima agonizava por
vários dias antes de morrer, demorando muito a ficar inconsciente.  Era, ao que se tem
notícia, usada desde a antigüidade; no séc. XVI, foi amplamente empregada pelos exércitos
turcos que invadiam o leste da Europa.
O método era simples: deitava-se a vítima de bruços e enfiava-se-lhe no ânus, no umbigo -
ou, talvez, tratando-se de uma mulher, na vagina - uma estaca suficientemente longa para
transfixar o corpo no sentido longitudinal. Para que a estaca ficasse firme, era introduzida
no corpo do condenado a golpes de marreta. Em seguida, simplesmente plantava-se a estaca
no chão; a força da gravidade fazia o resto. O corpo simplesmente era puxado em direção
ao solo, enquanto a estaca rasgava lentamente as entranhas, num processo que podia durar -
dependendo da espessura da estaca e da capacidade de resistência da vítima - várias horas
ou até dias.
Ainda mais terrível era o "empalamento ao contrário", tal coo era feito pelas tropas turcas
de janízaros que invadiam o leste da Europa no século XV. Segundo este método, a vítima
era suspensa pelos pés, o que impedia a hemorragia e facilitava a oxigenação do cérebro;
assim sendo, o condenado demorava a perder os sentidos, permanecendo consciente
durante a maior parte da operação.

9 - Cremação
A cremação ou vivicombustão é conhecida como a forma de execução utilizada em casos
de bruxaria ou feitiçaria; na verdade, os romanos já a utilizavam para os parricidas e os
traidores.
Na sua forma medieval, utilizada pela Inquisição, o condenado só era queimado vivo se se
recusasse a abjurar, ou seja, renunciar aos erros que o haviam arrastado àquela situação;
nesse caso, era estrangulado.
Para garantir que a vítima morresse verdadeiramente nas chamas, e não asfixiada com a
fumaça, vestiam-na com uma camisola encharcada com enxofre.
*
10 - Mesa de Evisceramento
Este terrível suplício era levado a cabo em um aparelho especial, constante de uma mesa ou
tábua sobre a qual havia uma roldana e um sistema de cordas e pequenos ganchos. O
verdugo abria o ventre da vítima amarrada sobre a tábua, de maneira a não poder debater-
se; em seguida, introduzia-lhe os ganchos na abertura, prendendo-os firmemente às
entranhas do condenado. Ao manipular a roldana, as entranhas eram puxadas para fora,
com a vítima ainda viva; esta era então abandonada e deixada para morrer neste estado. A
morte demorava por horas ou até dias. Quanto mais tardasse - isto é, quanto mais o
condenado sofresse, maior era considerada a habilidade do carrasco.

II - Instrumentos Letais de Tortura
Os instrumentos citados a seguir são aqueles que, embora servissem como instrumentos de
interrogatório, podiam ser usados como instrumentos de execução - como por exemplo, a
Dama de Ferro - ou provocavam na vítima tais traumas e lesões que acabavam por matá-la
horas após sua aplicação. Por isso, só eram geralmente aplicados a condenados à morte,
cuja execução deveria seguir-se sem demora; assim, obtinha-se a garantia de que as
vítimas, ainda que gravemente feridas, não escapariam à aplicação da justiça.

1 - As Cunhas ou Borzeguim
Este era um dos suplícios mais dolorosos que se poderia imaginar. A vítima era amarrada e
esticada no chão, com as pernas encerradas entre quatro pranchas de carvalho, das quais o
par do lado externo era fixo, enquanto o interno era móvel. Introduzindo cunhas no espaço
de separação entre as duas pranchas móveis, era possível esmagar as pernas da vitima
contra a estrutura fixa da máquina.
Havia a tortura dita comum e a extraordinária; a diferença entre as duas era avaliada pela
quantidade de cunhas cada vez mais espessas que eram cravadas na parte interna.
Este tipo de tortura, pelo fato de ser sempre - embora nem sempre imediatamente - fatal, só
era administrada a condenados à morte que devessem ser executados sem demora.

2 - O Esmaga-Cabeças
Os esmaga-cabeças, instrumentos tipicamente medievais, compunham-se de um capacete e
de uma barra na qual se colocava o queixo do torturado. Em seguida, por meio de um
parafuso, ia-se apertando o capacete, comprimindo a cabeça do indivíduo de
encontro à base, no sentido vertical. O resultado era arrasador: primeiro destroçavam-se os
alvéolos dentários; depois, as mandíbulas; e finalmente, caso a tortura não cessasse, os
olhos saltavam das órbitas e o cérebro vazava pelo crânio fraturado.

3 - A Dama de Ferro
A história da tortura registra muitos instrumentos em forma de sarcófago antropomorfo
com pregos em seu interior, que, ao fechar-se a porta, penetravam no corpo da vítima. O
exemplo mais conhecido foi a chamada "donzela de ferro" de Nuremberg, exemplar do
final do século XV, reprodução aperfeiçoada de exemplares mais antigos. O aparelho foi
destruído quando Nuremberg foi bombardeada, em 1944.
É difícil separar a lenda dos fatos quando se fala de tal instrumento, pois restaram poucas
descrições da época, e a maioria do material publicado baseia-se em investigações
distorcidas do século XIX, opiniões fantasiosas e românticas e testemunhos não oculares e
exagerados. Ao contrário do que se costuma afirmar, a Dama de Ferro raras vezes era usada
numa execução intencional (embora, sem dúvida, o condenado pudesse, devido a um
lamentável infortúnio, morrer asfixiado em seu interior).
A primeira referência confiável a uma execução com a Dama de Ferro reporta-se a 14 de
Agosto de 1515, se bem  que o  instrumento já fose utilizado, comprovadamente, há uns
dois séculos.
Nesse dia, um falsificador de moeda foi aí introduzido e as portas fechadas lentamente,
pelo que as pontas afiadíssimas lhe penetraram nos braços, na barriga, e no peito, nas
pernas em vários lugares, na bexiga, nos olhos, nos ombros e nas nádegas, mas não
suficiente para o matar, e assim permaneceu a gritar e lamentar-se por vários dias, após os
quais morreu.
É provável que os cravos fossem desmontáveis e de vários tamanhos, de modo que
pudessem colocar-se em vários orifícios no interior do aparelho, tornando-se mais ou
menos cutilantes, segundo as exigências da sentença.
A Dama de Ferro era aplicada aos autores de crimes contra o Estado, que não fossem de
lesa-majestade, e também nos casos de mulheres adúlteras e de jovens ou viúvas que não
mantivessem sua castidade. Era também usada como instrumento de interrogatório, em
casos específicos de mulheres suspeitas de bruxaria ou comércio com as forças do Inferno.
Nesse caso do interrogatório, era usada especialmente em mulheres, pois julgava-se que
estas poderiam suportá-la melhor que outros métodos e por deixar poucas ou nenhuma
marca visível, sendo, além disso, praticamente garantida a confissão da acusada.

4 - A Roda Vertical
Na roda vertical, que, como diz o nome, era  erguida perpendicularmente em relação ao
chão, o corpo da vítima era amarrado ao instrumento, o mais esticado possível. Em seguida
a roda era girada, expondo o torturado, a cada volta, a pregos ou brasas ardentes colocados
no chão, sob a máquina. O resultado final era  o retalhamento lento ou queimaduras
expostas por toda a superfície do corpo, que, conforme sua gravidade, poderiam levar à
morte do torturado.

5 - Gaiola de Cravos
Atribui-se geralmente a invenção desse engenhoso instrumento à condessa húngara
Elizabeth Báthory, que viveu no século XVI; todavia, existem registros de seu uso já no
tempo dos romanos. Frise-se, porém, que não era um modo de interrogatório ou punição
judicial, sendo utilizado apenas por certos indivíduos, isoladamente.
Basicamente, o engenho era uma gaiola cilíndrica de lâminas de ferro afiadas, cujo interior
era guarnecido de pontas aguçadas de ferro. A vítima era trancada na gaiola e o torturador,
armado de um archote, um ferro em brasa ou ainda de um ferro pontiagudo, começava a
espetar ou atiçar o prisioneiro, que, em seus movimentos de recuo, ia chocar-se contra as
pontas e lâminas da gaiola. O resultado final é fácil de imaginar-se.
Embora a maioria das gaiolas de cravos de que se tem notícia fossem colocadas diretamente
sobre a terra, diz-se que a gaiola de Elizabeth Báthory (aperfeiçoada para que ela tomasse
os famosos banhos de sangue que, segundo supunha, a manteriam sempre jovem e bela) era
suspensa no teto; a condessa sentava-se abaixo dela e o sangue corria diretamente sobre seu
corpo.

6 - O Cavalo de Estiramento
O estiramento, ou desmembramento causado por meio de tensão exercida
longitudinalmente, já era usado no Antigo Egito e na Babilônia. Na Europa medieval - e
após - o cavalo de estiramento constituía instrumento fundamental de qualquer masmorra
respeitável,  e isso até o desaparecimento da tortura, por volta do séc. XVII.
A vítima era deitada no aparelho, seus membros firmemente presos às extremidades e
esticados pela força do cabrestante, existindo testemunhos antigos que falam de até 30 cm
de distensão, o que é inconcebível; a distensão originada pelo deslocar e torcer de cada
articulação dos braços e das pernas, do desmembramento da coluna vertebral e da
destruição dos músculos das extremidades do tórax e do abdômen provocava um efeito
mortal. No entanto, antes do abatimento final da vítima, e mesmo nas fases iniciais do
interrogatório, era sofrido o deslocamento dos ombros, por causa do estiramento dos braços
para trás e para cima, assim como uma dor intensa provocada pelo rompimento dos
músculos e quaisquer fibras submetidas a uma tensão excessiva.
Com a continuação da tortura, os quadris, e os cotovelos começavam a desconjuntar-se,
separando-se por fim, ruidosamente. Já nesta fase, a vítima, se escapava  com vida do
tormento, ficava aleijada para toda a vida. Depois de horas ou dias, no caso dos mais
resistentes, as funções vitais simplesmente cessavam, uma após a outra.

III - Instrumentos de Interrogatório
Estes instrumentos diferenciam-se dos anteriormente citados por não provocarem
ferimentos fatais - a menos que o verdugo assim o desejasse ou fosse extremamente inábil
em sua utilização. Eram empregados, de forma geral nos interrogatórios judiciais e
inquisitoriais, não se destinando a matar a vítima, que deveria ser mantida viva no interesse
da instrução do processo.

1- As Aranhas Espanholas
As Aranhas eram ganchos de quatro pontas unidas em forma de tenaz, e constituíam
ferramentas básicas no arsenal do verdugo. Serviam, frias ou quentes, para içar a vítima
pelos pulsos, nádegas, ventre, seios ou tornozelos, enquanto as pontas enterravam-se
lentamente na carne.
No processo dos Templários1, no início do séc. XIV, as aranhas espanholas foram usadas,
segundo testemunhas, para suspender os acusados pelos órgãos genitais, até que admitissem
seus crimes.

2 - O Esmagador de Testas
O esmagador era uma faixa de ferro, algumas vezes com aguilhões no seu interior, que se
colocava ao redor da testa da vítima, sendo então, progressivamente apertado, pelos
parafusos situados em roscas laterais, provocando cortes e lacerações e podendo provocar
fraturas cranianas fatais.
Este era um instrumento usado sobretudo em mulheres e quase nunca em homens.

3 - O Berço de Judas
Este procedimento apresentava variações, que eram usadas simultaneamente em toda a
Idade Média. A mais simples consistia em suspender a vítima sobre uma espécie de
pirâmide, sobre cuja ponta fazia-se baixar, com maior ou menor velocidade. O bico afiado
da pirâmide, desta forma, atingia o ânus, a vagina, a base do saco escrotal, ou as últimas
vértebras do cóccix. O carrasco, segundo as indicações dos interrogadores, podia variar a
velocidade e a pressão, desde o nada até a totalidade do peso do corpo. Podia ainda sacudir
a vítima, ou fazê-la cair, repetidas vezes sobre a ponta.
O Berço de Judas, em italiano Culla di Giuda, em alemão Judaswiege e em inglês Judas
Cradle (ou simplesmente Cradle) era conhecido em francês como La Veille (A Vigília).

4 - Cadeira de Interrogatório
Muito simples: era uma cadeira de ferro com o assento e o encosto totalmente cobertos de
pontas afiadas. Era um instrumento básico no arsenal dos inquisidores. A vítima, sempre
nua, era colocada e amarrada na cadeira, cujas pontas produziam um efeito óbvio sobre sua
força de vontade, que dispensa qualquer comentário. O tormento podia ser intensificado
com sacudidelas e golpes nos braços e no tronco.
Além disso, havia outro modo de tornar este instrumento mais eficiente: como a cadeira
era, na maior parte das vezes, de ferro (havia exemplares e madeira, nos quais apenas as
pontas eram metálicas), havia ainda o requinte adicional de aquecê-la a um braseiro até que
se transformasse em brasa.

5 - O Esmagador de Polegares
Simples e muito eficaz. O esmagamento dos nós e falanges dos dedos e a arrancamento das
unhas estão entre as torturas mais antigas. Os resultados, em termos de relação entre a dor
infligida, o esforço realizado e o tempo consumido são altamente satisfatórios do ponto de
vista do torturador, sobretudo quando se carece de instrumentos complicados e
dispendiosos.
O esmagador era basicamente constituído de duas ou três barras, que podiam ser apertadas
por meio de um parafuso, lentamente, ou por meio de pancadas dadas em cunhas, de
maneira mais brusca.

6 - A "Extensão"
A extensão  é uma variante do cavalo de estiramento. Ao invés da distensão ser aplicada ao
corpo no sentido longitudinal, é aplicada apenas aos braços do condenado, enquanto a
corrente, enlaçando e esmagando o tórax, exerce uma pressão extra. A extensão  é uma
variante do cavalo de estiramento.

7 - A Escada de Estiramento
A chamada "escada de estiramento" era nada mais que uma simples escada de madeira, à
qual se dava um uso a mais, o de instrumento de interrogatório. Foi usada no processo de
Eischtadt, no qual uma velha foi acusada de bruxaria, em meados do séc. XV.
A vítima era deitada sobre a escada, tendo seus pés atados a um dos degraus; aos braços,
igualmente atados, eram progressivamente puxados para trás, fosse por meio da força
humana, fosse por meio de pesos cada vez maiores.
Se depois de tudo isso a vítima ainda se recusasse a confessar, estando paralisada e com os
ombros destroçados, o tribunal era forçado a reconhecer sua inocência.
Esta tortura era largamente usada pelos inquisidores alemães.

8 - Potro
Este aparelho, muito engenhoso, era composto por uma prancha, sobre a qual era deitada a
vítima. Esta prancha apresentava orifícios pelo quais se passavam cordas de cânhamo que
arrochavam os antebraços, os braços as coxas, as panturrilhas, em suma, as partes mais
carnudas dos membros da vítima. No decorrer da tortura, essas cordas eram
progressivamente apertadas, por meio de manivelas nas laterais do aparelho. O efeito era o
de um torniquete.
A legislação espanhola que regulamentava a tortura previa, no máximo, cinco voltas nas
manivelas que apertavam as cordelas ao corpo. Isso visava a garantir que, caso fosse
provada a inocência do réu, este não saísse da tortura com seqüelas irreversíveis. Porém,
geralmente, os carrascos, incitados pelos interrogadores, davam até dez voltas na torção, o
que fazia com que as cordas esmagassem a carne até o osso.

9 - Quebrador de Joelhos
Assemelhava-se, em ponto maior, ao  esmagador  de  polegares:  duas  barras
destinadas a comprimir entre si, até o ponto de fraturá-los, os joelhos da vítima. A parte
interior do aparelho podia conter pontas.
Geralmente, este aparelho era aplicado, após o que permitia-se à vítima uma noite ou
algumas horas de descanso; no dia seguinte, estando as pernas do infeliz esmagadas e
inflamadas, se não já quebradas
mesmo, repetia-se a tortura, que se tornava, assim, muito mais dolorosa e quase impossível
de resistir-se.

10 - A Estrapada ou Polé
Uma tortura fundamental, que consistia na deslocação dos ombros, pelo movimento de içar
violentamente a vítima, com os braços atados às costas, com o corpo suspenso.
A estrapada era um meio de extraordinária eficiência; como não provocava derramamento
de sangue, o que era proibido pela Igreja a seus agentes, era largamente usado pelos
inquisidores.
O aparelho era muito simples: compunha-se apenas de uma corda e de uma
roldana. Os pulsos do condenado eram atados atrás das costas e ligados a uma
corda, que, passando pela roldana, permitia que fosse içado no ar, pelo que as
articulações dos ombros passavam a suportar a totalidade da massa corporal.
De imediato, as clavículas e as omoplatas se desarticulavam, o que provocava deformações
que podiam ser irreversíveis. A agonia podia ser agravada por uma série de medidas
adicionais:
a) podia-se içar a vítima até certa altura, deixando-a cair em seguida, mas sustando a queda
antes que chegasse ao chão, o que provocava a imediata ruptura das articulações e por
vezes fraturas ósseas;
b) a fim de aumentar o peso suportado, prendiam-se aos pés do condenado um lastro cada
vez maior,
geralmente, até cinqüenta ou sessenta quilos, embora  haja notícias de interrogatórios em
que foram presos aos pés dos interrogados pesos de até setenta quilos, quase o peso do
próprio corpo;
c) por vezes, enquanto o condenado se achava suspenso, podia-se queimar partes de seu
corpo - notadamente as axilas, - com mechas ou archotes, como
no caso do interrogatório dos Papenheimers,  na Baviera, no século XVI.

11 - Pêra Oral, Retal e Vaginal
Esses instrumentos em forma de pêra - daí o nome - eram colocados na boca, no reto ou na
vagina da vítima, e ali eram abertos, por meio de um parafuso, até atingir sua total abertura.
O interior da cavidade afetada ficava, invariavelmente, danificado, com efeitos muitas
vezes irreversíveis. Por vezes, além da abertura exagerada, a pêra era dotada, na
extremidade mais interna, de pontas em gancho, que destroçavam a garganta, o reto ou a
raiz do útero, pois penetravam bastante fundo.
A pêra oral aplicava-se aos casos de predicadores hereges ou a criminosos laicos de
tendências anti-ortodoxas. A pêra vaginal estava destinada a mulheres consideradas
culpadas de conluios e acordos com Satanás ou quaisquer outras forças sobrenaturais (o
processo das feiticeiras bascas1, no qual foi utilizada, falava dos "espíritos dos mortos"), a
adúlteras, homossexuais ou suspeitas de ter mantido relações com familiares; e por último,
a retal destinava-se a homossexuais masculinos passivos.

12 - Tortura da Água
Havia duas maneiras de aplicar-se a tortura da água. A primeira delas consistia
simplesmente em enfiar um trapo na boca da vítima amarrada e ir deitando água aos poucos
no trapo, fazendo-o inchar, provocando sufocação; um bocado além da conta e o torturado
afogava-se em terra seca.
A segunda versão, mais conhecida, é também chamada de "tortura das bilhas". A bilha era
um recipiente de argila que continha cerca de um litro e meio de água. O carrasco
introduzia na boca da vítima um funil de couro ou de chifre e despejava o conteúdo da bilha
nesse funil.
Em ambas as versões, para que a tortura fosse eficiente, tapava-se o nariz do condenado,
provocando-lhe asfixia.

13 - Agulhas e Estiletes Para Punções
Estes instrumentos eram utilizados pelos inquisidores para encontrar a "marca do Diabo",
um sinal que o Demônio, segundo a crença, teria colocado no corpo de todos os seus
seguidores. A marca do Diabo poderia ter a forma de uma mancha na pele, um pedaço de
carne saliente, ou ainda (era mais conclusivo) de um mamilo anormal, onde se
alimentariam os "acompanhantes", pequenos demônios em forma de animais domésticos
(geralmente gatos ou sapos) que acompanhavam as bruxas. Mas a marca poderia também
ser invisível aos olhos dos não iniciados; nesse caso, seria uma área insensível do corpo,
que, além disso, não verteria sangue se ferida. Então, para descobrir-se tais marcas,
espetava-se o corpo do suspeito com agulhas e estiletes especiais. Um calo, uma verruga,
uma região tornada insensível pelo excesso de dor, era considerada uma prova irrefutável
da culpabilidade.
Este método, diga-se de passagem, era aplicado por vezes de maneira irregular; os
examinadores recorriam a velhacarias tais como lâminas retráteis, que não feriam a pele,
não provocando, portanto, qualquer dor ou sangramento. A vítima, em contrapartida, não
podia fingir dor ou sofrimento, pois permanecia vendada durante todo o exame. Os
suspeitos não eram páreo para os inquisidores.

14 - As Garras de Gato
As garras eram instrumentos simples, semelhantes a grandes tridentes um pouco
encurvados, ou antes, a rastelos. Eram utilizadas para escarnar o corpo dos prisioneiros,
arrancando progressivamente a carne, até a exposição dos ossos.

IV - Instrumentos de Mutilação
Desde o Antigo Egito, e antes, a mutilação serviu como método eficaz de castigo para
crimes menores, considerados não tão graves que merecessem a pena de morte, tais como
furtos, danos à propriedade alheia, e às vezes - por incrível que possa parecer - estupros.
A mutilação, além de ter um efeito arrasador sobre os culpados, tanto física quanto
moralmente, também era considerada um esplêndido método de prevenir a reincidência,
visto que o criminoso ficava marcado como tal para o resto da vida, bastando às pessoas de
bem lançar-lhe um olhar para estarem prevenidas acerca de seus atos ilícitos no passado.
Geralmente, os condenados a ser mutilados recebiam a pena em público, a fim de servir de
exemplo q quem quer que, por desespero ou inclinação, estivesse tentado a desobedecer a
lei.

1 - Pinças e Tenazes
Pinças, tenazes e tesouras, usadas também frias, mas normalmente aquecidas ao rubro,
adequadas para arrancar pedaços de carne do corpo das vítimas, constituíam utensílios
básicos de qualquer verdugo. As tenazes destinavam-se geralmente  - e de preferência em
brasa - aos narizes, dedos das mão e dos pés e mamilos. As pinças, maiores, serviam para
destroçar e queimar o pênis.
No decorrer da história da tortura, os órgãos genitais masculinos (ao contrário dos
femininos) sempre gozaram de certa imunidade. Contudo, raramente, aconteciam casos de
castração (arrancamento dos testículos) e de amputação do pênis. Estes castigos não se
aplicavam, como seria de esperar, por violência contra a mulher, mas geralmente por
conspiração ou tentativa de conspiração contra o príncipe ou governante local. A violação
extra-conjugal, na Idade Média como hoje era raramente castigada; a violação conjugal
sempre foi considerada exercício de direito por parte do marido, permanecendo sempre
impune.

2 - Ferros de Marcar a Quente
Usavam-se para marcar alguns condenados, normalmente no ombro, mas outras vezes na
face ou na testa. O delito cometido era expressado na marca, através de um código de letras
facilmente reconhecível.

3 - Destroçador de Seios
Tratava-se de tenazes com quatro garras convergentes, capazes de transformar em massas
disformes os seios de mulheres condenadas por heresias, blasfêmias, adultério, magia
branca erótica, homossexualismo, aborto provocado, entre outros delitos. Para tal efeito, às
vezes era utilizado apenas um gancho, aquecido ao rubro.

V - Instrumentos de Contenção
Tais instrumentos destinavam-se não propriamente a causar dor e sofrimento - embora esta
fosse uma conseqüência secundária muitas vezes inevitável - mas a imobilizar os
prisioneiros enquanto estavam a ser interrogados, ou simplesmente quando permaneciam
em suas celas. É claro que a imobilidade constante e forçada podia consistir por si só em
uma tortura bastante requintada.

1 - A Cegonha ou A Filha do Varredor
A cegonha consistia numa espécie de algema ou grilhão que quase unia os pés e as mãos do
torturado, impedindo qualquer movimento. Ainda que pareça, à primeira vista, mais um
meio de imobilização que de tortura, não mais terrível que milhares de outros artefatos
semelhantes, a Cegonha provoca, depois de poucos minutos, fortes cãibras, primeiro nos
músculos retais e abdominais, depois nos peitorais, cervicais e nas extremidades do corpo;
cãibras que, com o passar das
horas, transformam-se em uma contínua e atroz agonia, sobretudo no abdome e no reto.
Em tal situação, a vítima pode ser maltratada, queimada, açoitada e mutilada, ao bel prazer
de seus interrogadores.

2 - A Mordaça de Ferro
Esta invenção era muito útil na medida em que abafava os gritos e gemidos dos torturados,
para não importunas os debates de seus interrogadores entre si. Compunha-se de um aro de
ferro, no interior do qual havia uma protuberância chamada "caixa", a qual colocava-se na
boca da vítima, fechando-se o aro metálico na nuca. Uma minúscula abertura permitia a
entrada do ar; o que podia ser interrompido pela ação do verdugo. Uma simples pressão
dedos poderia provocar a asfixia do condenado.
Freqüentemente os condenados ao tronco eram assim amordaçados; ou quando se tratava de
autos-de-fé, para que seus gemidos não perturbassem a audição da música sacra que
acompanhava esses autos.
Este instrumento era usado desde a época romana, mas na Idade Média foi aperfeiçoado,
com a colocação de farpas na caixa, de maneira não só de silenciar, mas também de ferir.
Giordano Bruno, um dos intelectuais mais brilhantes de sua época, foi queimado na Praça
do Campo dei Fiori, em Roma, e, 1600. Tinha colocado um açaime de ferro com cravos,
um dos quais lhe perfurava a língua e outro, o céu da boca.
A mordaça era usada tanto durante os interrogatórios como durante as execuções, ou
simplesmente para calar ou punir os prisioneiros recalcitrantes.

3 - Pieti ou Cinturão de Santo Erasmo
Apesar do nome, este instrumento não era sempre um cinto, embora fosse esta a sua forma
mais comum. Podia tomar tanto a forma de um cinto como a de uma túnica ou vestimenta,
de malha de arame, com inúmeras pontas de ferro dirigidas para seu interior. Bastante
apertado em volta da vítima, feria e destroçava a carne a cada pequeno movimento ou
respiração. Depois, vinham a infecção, a putrefação e a gangrena. Por vezes, a fim de
ampliar o sofrimento, eram colocados insetos ou vermes carnívoros nos ferimentos.
Segundo uma tradição do séc. XIV, este cinturão teria sido aplicado a uma jovem e bela
senhora chamada Márcia Orsini, esposa de um rico nobre milanês, por um condontieri. O
salteador havia raptado a dama, mas sendo contrário ao estupro, por princípios morais e
escrúpulos religiosos, atou-a à cama e colocou-lhe o cinturão, deixando-a assim até que
resolvesse entregar-se-lhe por vontade própria. Sabe-se que felizmente, o covil do bandido
foi descoberto e assaltado pelos homens de armas do marido, e a dama foi posta em
liberdade, ficando, finalmente, a salvo. Diga-se, porém, que não se sabe se o resgate foi
anterior ou posterior à anuência da dama.

4 - A "Forquilha do Herege"
Era um colar de ferro cuja frente consistia em uma espécie de espeto duplo, com duas
pontas que se encravavam no queixo e sobre o esterno da vítima, profundamente. A
forquilha impedia qualquer movimento de cabeça, mas permitia que os condenados
falassem em voz quase inaudível, durante as cerimônias de abjuração.

5 - Cinturão de Castidade
A função deste instrumento foi sempre mistificada, não só pelo povo, mas também pelo
círculos acadêmicos. A opinião tradicional é que o cinturão de castidade se usava para
garantir a fidelidade das esposas durante as ausências do marido, e sobretudo - uma
convicção que em nada se aproxima da verdade, não havendo evidências que suportem tal
idéia - para as mulheres dos cruzados que partiam para a Terra Santa.
Na verdade, ainda que a função primordial do aparelho fosse esta, tal constrição limitava-se
sempre a breves períodos de tempo, como algumas horas ou, no máximo, dois ou três dias;
jamais o cinturão era utilizado por períodos dilatados. Uma mulher "impedida" desta forma
corria risco de vida, pelas infecções originadas por acumulações tóxicas prejudiciais ao
organismo, e isso para não falar nas queimaduras e lacerações provocadas pelo contato
contínuo do ferro com a pele ou a possibilidade de uma gravidez em curso.
Contudo, havia uma segunda utilidade para o cinturão, esta bem pouco mencionada:
constituía-se numa barreira contra a violação. Uma barreira eficiente em ocasiões
"perigosas", tais como o aquartelamento de soldados na cidade, ou a permanência em uma
estalagem, durante a noite, em meio a uma viagem qualquer. Nestas ocasiões, eram as
próprias mulheres as mentoras da idéia de colocar o referido cinto, segundo comprovam
vários testemunhos.

6 - Cinturão de Contenção
Aplicava-se este cinturão á cintura da vítima, cujos pulsos eram presos pelas braçadeiras
laterais. A pessoa assim imobilizada, podia ser submetida a quaisquer outras torturas ou
abandonada à morte por fome, frio, sede ou infecções.

7 - Colar de Castigo com Um Peso
Muitas são as formas de acorrentar pessoas a pesos inumanos: argolas para o pescoço,
pulsos e tornozelos; cinturões e colares variados. Há pouco mais a dizer. O prisioneiro
deveria carregar estes pesos por meses, até anos; às vezes, a vida toda.
O colar com peso correspondia a uma argola de ferro passada em v volta do pescoço, à qual
prendia-se um peso variável de cerca de dez a vinte quilos. Além do tremendo esforço em
carregar semelhante conjunto, as queimaduras provocadas pela fricção em torno do pescoço
e dos ombros causavam gangrena e infecções que podiam ser fatais.

8 - Armas Para Carcereiros
Estes  instrumentos   distinguiam-se  das   armas   militares   pela   sua
configuração,
inadequada para a guerra contra os inimigos protegidos com couraças e armaduras, mas
próprios para controlar grupos de prisioneiros desarmados.
O agarra-pescoços era um aro com uma abertura, na extremidade de um bastão de cerca de
dois metros de comprimento. Seu interior era provido de pontas aguçadas. Um preso que,
em meio a uma multidão, procurasse fugir a um oficial de justiça era facilmente capturado.
Uma  vez   preso   o pes-
coço na armadilha, não restava outra alternativa senão seguir o captor sem resistência, sob
pena de ter o pescoço perfurado e esfolado pelas pontas.

9 - Colar de Puas
Este colar, cujo interior era provido de picos afiados, colocava-se em torno do pescoço da
vítima. Era freqüentemente usado coo meio de execução: pesando mais de cinco quilos,
descarnava o pescoço, ombros e maxilares, provocando infecções febris e finalmente a
corrosão dos ossos e das vértebras expostas, o que levava à morte em pouco tempo.
Tinha a grande vantagem de economizar tempo e dinheiro, pois, sendo um meio extático,
não exigia qualquer esforço por parte do carrasco. Trabalhava por si só, dia e noite, não
exigindo qualquer esforço de manutenção.

10 - Cavalete
Este é o mais famoso dos instrumentos de contenção, e um item fundamental no arsenal de
qualquer torturador. Seu uso era variado: tanto servia para imobilizar as
vítimas durante a tortura ou mutilação como para expô-la em público como punição para
crimes menores, insignificantes; como dormir na igreja, por exemplo.

11 - A "Cadeira das Bruxas"
Este aparelho, com a forma de uma cadeira com o assento inclinado, era usada durante os
interrogatórios, principalmente pelos inquisidores, o que justifica seu nome. Nele, a vítima
era pendurada pelos tornozelos, podendo então ser submetida a outras espécies de
tormentos mais dolorosos. A posição invertida, além de impossibilitar os movimentos,
provocava desorientação, e, caso fosse muito prolongada, poderia fazer o prisioneiro perder
os sentidos.

VI - Instrumentos de Açoitamento
Esta é uma família toda especial dentre o arsenal dos instrumentos e tortura: a família dos
açoites. É um grupo de instrumentos interessante e incrivelmente variado, a despeito da
semelhança da forma. Os açoites ou chicotes podem ir desde o gigante "Gato de Nove
Caudas" e o knut dos boiardos russos, que podia destroçar de um só golpe um braço ou
ombro, até os mais finos e pérfidos, como o  chicote egípcio, cujas finas tiras de couro eram
entrelaçadas de laminas de ferro (ou de metais preciosos como ouro e prata) afiados como
navalhas e que faziam o sangue correr no primeiro golpe.  Particularmente interessante e
digno de ser citado é o "Nervo de Boi", que com dois ou três golpes podia cortar a carne
das nádegas até chegar à pélvis.
Dentre as punições menores, a flagelação era muito apreciada pelo público. O suplício era
considerado sobretudo humilhante - e seus aplicadores faziam o possível para acentuar tal
característica. Para a flagelação pública, o condenado, nu da cinta para cima, era amarrado
às traseiras de uma carroça e assim arrastado pelas ruas até o pelourinho público, onde o
executor aplicava-lhe as chicotadas ou varadas prescritas na sentença. A flagelação poderia
também dar-se no interior das prisões; como método de interrogatório, era utilizado
sobretudo em crianças que ainda não haviam atingido a puberdade, por ser considerado
relativamente leve, a não ser que os juízes requeressem expressamente o emprego dos
meios usuais.

1 - Chicotes de Correntes
Os chicotes de correntes mais pareciam armas de guerra que instrumentos de interrogatório
judicial; no entanto, eram largamente usados. Eram todos mais ou menos similares e em
grande variedade - com duas, três, até oito correntes - e providos de muitas "estrelas de
ferro", lâminas cortantes nas pontas. Algumas correntes eram intercaladas com lâminas.

2 - A Cauda de Gato
A cauda de Gato era um chicote de cordas entrançadas que servia para esfolar a pele da
vítima. As cordas eram embebidas numa solução de sal e enxofre, de maneira que, devido
às características da fibra do cânhamo e dos efeitos do sal e do enxofre, para além das mais
de cem lâminas de ferro afiadíssimas, cada uma delas colocada no final de cada corda, a
carne ia sendo reduzida a uma polpa, até se encontrarem expostos os pulmões, os rins, o
fígado e os intestinos. Durante esse procedimento, a zona afetada ia sendo coberta com a
mesma solução, em ebulição.

1Roland Villeneuve, Le Musée des Suplices, p. 233.
1 Processo dos Templários: processo inquisitorial  no qual foram julgados todos os
membros da Ordem religiosa e militar do Templo, acusados pelo  rei da França, Filipe, o
Belo, de feitiçaria e heresia.
1 Processos das feiticeiras bascas: caso ocorrido em 1603, no país basco, no qual dois
juízes do Parlamento de Paris, senhores de Lancre e d'Estivet julgaram cerca de seiscentas
pessoas acusadas de práticas de bruxaria e outros contatos com forças sobrenaturais,
nomeadamente a invocação dos mortos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Autoridade X Responsabilidade - Português/Espanhol

Autoridade X Responsabilidade

Autoridad X Responsabilidad
 
Quanto pesa a responsabilidade de um cargo?

¿Cuánto pesa la responsabilidad de un cargo?
 
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Observa-se que muitos perseguem nomeações para cargos e disputam, com ardor, lugares que lhes conferirão autoridade sobre outros.

Se observa que muchos persiguen nominaciones para cargos y disputas, con ardor, lugares que les conferirán autoridad sobre otros.
 
Contudo, quando assumem postos de comando esquecem-se dos objetivos reais para os quais foram ali colocados, passando a agir em seu próprio favor.

Con todo, cuando asumen puestos de mando se olvidan de los objetivos reales para los cuales fueron allí colocados, pasando a obrar en su propio favor.
 
Tal posição nos recorda a história de um homem que foi nomeado mandarim, uma espécie de conselheiro na China.

Tal posición nos recuerda la historia de un hombre que fue nombrado mandarín, una especie de consejero en la China.
 
Envaidecido com a nova posição, pensou em mandar confeccionar roupas novas.

Envanecido con la nueva posición, pensó en mandar confeccionar ropas nuevas.
 
Seria um grande homem, agora.

Sería un gran hombre ahora.
 
Importante.

Importante.
 
Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial que sabia dar a cada cliente o corte perfeito.

Un amigo le recomendó que buscase a un viejo sabio, un sastre especial que sabía dar a cada cliente el corte perfecto.
 
Depois de cuidadosamente anotar todas as medidas do novo mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto tempo ele era mandarim. A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa.

 Después de anotar cuidadosamente todas las medidas del nuevo mandarín, el sastre le preguntó cuánto tiempo hacia que él era mandarín. La información era importante para que él pudiese dar el detalle perfecto a la ropa.


Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?

Ahora, preguntó el cliente, ¿qué tiene eso que ver con la medida de mi manto?
 
Paciente, o alfaiate explicou: "a informação é preciosa.

Paciente, el sastre explicó: “la información es preciosa.
 
É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz erguido, a cabeça levantada. Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás.

Es que un mandarín recién nombrado queda tan deslumbrado con el cargo que anda con la nariz erguida, la cabeza levantada. En ese caso, necesito hacer la parte de frente mayor que la de atrás.
 
Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência. Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida. Para esse costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás.

Después de algunos años, está ocupado con su trabajo y los trastornos venidos de su experiencia. Se vuelve sensato y mira para adelante para ver lo que viene en su dirección y lo que precisa ser hecho enseguida. Para eso se confeccionó un manto de modo que quedase igualadas las partes del frente y la de atrás.

 
Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços. É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.

Más tarde, bajo el peso de los años, el cuerpo está curvado por la edad y por los trabajos exhaustivos, sin hablar de la humildad que adquirió por la vida de esfuerzo. Es el momento de hacer yo el manto con la parte de atrás más larga.
 
Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente."

Por tanto, necesito saber hace cuanto tiempo el señor está en el cargo para que la ropa le siente perfectamente.”
 
O homem saiu da loja pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.

El hombre salió de la tienda pensando mucho más en los motivos que llevaron a su amigo a indicarle a aquel sabio sastre, y menos en el manto que fuera a encargar.

........................................
 
Cargos e funções, são sempre responsabilidades que nos são oferecidas pela divindade para nosso progresso.

Cargos y funciones, son siempre responsabilidades que nos son ofrecidas por la divinidad para nuestro progreso.
 
Não há motivo para vaidade, acreditando-se superior ou melhor que os outros.

No hay motivo para la vanidad, creyéndose superior o mejor que los otros.
 
Quando Pilatos assegurou a Jesus que tinha o poder de vida e morte, e que em suas mãos estava o destino de suas horas seguintes, o Mestre alertou-o dizendo: "Procurador, a autoridade de que desfrutas não é tua; foi-te concedida e poderá ser-te retirada."

Cuando Pilatos dijo a Jesús que tenía el poder de la vida y la muerte, y que en sus manos estaba el destino de sus horas siguientes, el Maestro lo alertó diciendo: “Procurador, la autoridad de que disfruta no es tuya; te fue concedida y podrá serte retirada.”
 
De fato isso veio a acontecer.

De hecho eso ocurrió.
 
Apenas poucos anos após a morte de Jesus, o poder de Roma retirou do procurador da Judéia, Pôncio Pilatos, toda a autoridade. Ele perdeu o cargo, o prestígio, e tudo que acreditava fosse eterno em suas mãos.

Sólo pocos años después de la muerte de Jesús, el poder de Roma quitó al procurador de Judea, Poncio Pilatos, toda la autoridad. Él perdió el cargo, el prestigio y todo lo que creía fuese eterno en sus manos.
 
........................................
 
Toda autoridade deve se centralizar no amor e na vida exemplar, a fim de se fazer real.

Toda autoridad se debe centralizar en el amor y en la vida ejemplar, a fin de hacerse real.

 
A autoridade de que nos vejamos investidos deve ser exercida sem jamais ferir a justiça.

La autoridad de que nos veamos investidos debe ser ejercida sin jamás herir la justicia.
 
No desempenho dos nossos deveres, recordemos que só uma autoridade é soberana: aquela que procede de Deus, por ser a única legítima.

En el desempeño de nuestros deberes, recordemos que sólo una autoridad es soberana: aquella que procede de Dios, por ser la única legítima.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na Revista Brasil

Equipo de Redacción del Momento Espírita, con base en la Revista Brasil

 Rotário - julho de 1998, nº 913).

INTRODUCCIÓN -- Espanhol

 

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“Numerosas escuelas se multiplican para los espíritus desencarnados y, ahora que yo soy un humilde discípulo de estos planteles educativos del Maestro Jesús, reconocí que los planos espirituales también tienen su folklore… De los millares de episodios de este folklore del cielo sobre la vida y obra de Jesús, conseguí reunir treinta y traer al conocimiento del generoso lector que me concede su atención…

Ahora, para consolidar la curiosidad de los que me leen con el sabor de la crítica, tan a gusto de nuestro tiempo, justificando la substancia real de las narraciones de este libro, citaré al apóstol Marcos cuando dice: “Y sin parábolas nunca les hablaba, pero todo declaraba en particular a sus discípulos” (4; 34); y, el apóstol Juan cuando afirma: “Pero, hay muchas otras cosas que Jesús hizo y que, si cada una de por sí fuese escrita, creo que ni aún todo el mundo podría contener los libros que se escribiesen” (21; 25)…

Pedro Leopoldo, noviembre 9 de 1940 - HUMBERTO DE CAMPOS” (Escritor brasileño fallecido).

3

PRIMERAS PREDICACIONES

En los primeros días del año 30 de la era cristiana, antes de sus gloriosas manifestaciones, se vio Jesús con el Bautista en el triste desierto de Judea, no muy lejos de las ardientes arenas de Arabia. Ambos estuvieron juntos por algunos días en plena Naturaleza, en el áspero campo del ayuno y de la penitencia del gran precursor, hasta que el Divino Maestro, despidiéndose del compañero, se dirigió al oasis de Jericó, una bendición de verdura y agua entre la inclemencia del agreste camino. De Jericó se dirigió entonces a Jerusalén, donde reposó al caer la noche.

Sentado cual peregrino en las adyacencias del Templo, Jesús fue notado por un grupo de sacerdotes y pensadores ociosos que se sintieron atraídos por sus trazos de hermosa originalidad y por su mirada lúcida y profunda. Algunos de ellos se alejaron sin mayor interés, pero Anás, quien sería más tarde el juez inclemente de su causa, se aproximó al desconocido y se dirigió a él con orgullo:

- Galileo, ¿qué hace en la ciudad?

- ¡Paso por Jerusalén buscando la fundación del Reino de Dios! – exclamó el Cristo con modesta nobleza.

- ¿Reino de Dios? – Respondió el sacerdote con acentuada ironía - ¿Y qué piensas tú que venga a ser eso?

- ¡Ese Reino es la obra divina en el corazón de los hombres! – esclareció Jesús con gran serenidad.

Y, continuando sus observaciones irónicas, preguntó:

- ¿Con qué cuentas para llevar adelante esa difícil empresa? ¿Cuáles son tus seguidores y compañero? ¿Acaso habrás conquistado el apoyo de algún príncipe desconocido e ilustre que te auxilie en la ejecución de tus planes?

- Mis compañeros han de llegar de todas partes –respondió el Maestro con humildad.

- Sí – observó Anás – los ignorantes y los tontos están en todas partes de la Tierra. Ciertamente que ellos representarán el material de tu edificación. No obstante, te propones realizar una obra divina; ¿y ya viste alguna estatua perfecta moldeada en fragmentos de lama?

- Sacerdote – le replicó Jesús con serena energía – ningún mármol existe que sea más puro y más hermoso que el sentimiento, y ningún cincel es superior al de la buena voluntad.

Impresionado con la respuesta firme e inteligente, el famoso juez aún preguntó:

- ¿Conoces Roma o Atenas?

- Conozco el amor y la verdad – dijo Jesús con convicción.

- ¿Tienes ciencia de los códigos de la Corte Provincial y de las Leyes del Templo? – inquirió Anás inquieto.

- Sé cuál es la voluntad de mi Padre que estás en los cielos – respondió el Maestro con suavidad.

El sacerdote lo contempló irritado y dirigiéndole una sonrisa de profundo desprecio, se fue en demanda de la Torre Antonio, en actitud de orgullosa superioridad.

Después de algún tiempo, ya habiendo pasado por Nazaret, descansando igualmente en Caná, Jesús se encontraba en los alrededores de la pequeña ciudad de Cafarnaúm, como si buscase con viva atención a algún amigo que estuviese a su espera.

En pocos instantes llegó a la orilla del lago Tiberíades, dirigiéndose resueltamente a un alegre grupo de pescadores como si de antemano los conociese a todos.

La mañana era bella en su manto diáfano de radiante neblina. Las aguas transparentes venían como a besar los arbustos de la playa, pareciendo jugar al soplo de las brisas perfumadas de la Naturaleza. Los pescadores entonaban una ruda canción y, disponiendo inteligentemente las barcazas móviles, echaban las redes en medio de profundas alegrías.

Jesús se aproximó al grupo y, cuando dos de ellos desembarcaron en tierra, les dijo en tono amistoso:

- Simón y André, hijos de Jonás, ¡vengo de parte de Dios y os invito a trabajar por la institución de su reino en la Tierra!

André recordó ya haberlo visto en las cercanías de Bethsaida, además de lo que habían dicho a su respecto, mientras que Simón, aunque agradablemente sorprendido, lo contemplaba confuso. Pero casi a un mismo tiempo, dando expansión a sus temperamentos acogedores y sinceros, exclamaron respetuosamente:

- ¡Sé bienvenido!

Jesús les habló entonces dulcemente del Evangelio, con la mirada encendida de alegrías divinas.

Estando muchos otros compañeros del lago observándolos a los tres de lejos, André, manifestando su notoria ingenuidad, exclamó conmovido:

- ¿Un rey? ¡Pero en Cafarnaúm existen tan pocas casas!

A lo que Pedro objetó, como si la buena voluntad debiese suplir todas las deficiencias:

- ¡El lago es muy grande y varias aldeas circundan sus aguas; el reino podrá comprenderlas todas!

Diciendo esto, fijó en Jesús su mirada indagatoria, como si fuese un niño grande, cariñoso y sincero, deseoso de demostrar comprensión y bondad. El Señor esbozó una serena sonrisa y, como si retardase con placer sus explicaciones para más tarde, inquirió generosamente:

- ¿Queréis ser mis discípulos?

André y Simón se interrogaron a sí mismos, intercambiando sentimientos de admiración envanecida. Reflexionaba Pedro: ¿qué hombre sería este? ¿Dónde había escuchado ya el timbre cariñoso de su voz íntima y familiar?

Ambos pescadores se esforzaban por dilatar el dominio de sus reminiscencias de modo de encontrarlo en sus más queridos recuerdos. Pero, no sabían cómo explicar aquella fuente de confianza y de amor que les brotaba en la esencia del espíritu y, sin vacilación, sin sombra de duda, respondieron simultáneamente:

- Señor, seguiremos tus pasos.

Jesús los abrazó con gran ternura; y, como los demás compañeros se mostraban admirados e intercambiaban entre sí burlas ridiculizadoras, el Maestro, acompañado de ambos y de gran grupo de curiosos, se encaminó hacia el centro de Cafarnaúm, donde se erguía la intendencia de Antipas. Serenamente entró en las oficinas y, avistando un culto funcionario, conocido publicano de la ciudad, le preguntó:

- ¿Qué haces tú, Leví?

El interpelado lo miró con sorpresa; pero seducido por el suave magnetismo de su vista, respondió sin demora:

- Recojo los impuestos del pueblo debidos a Herodes.

- ¿Quieres venir conmigo para recoger los bienes del cielo? – le preguntó Jesús con firmeza y dulzura.

Leví- que más tarde sería llamado el Apóstol Mateo - sin poder definir las santas emociones que dominaron su alma, asintió conmovido:

- ¡Señor, estoy listo!

- Entonces, vamos – dijo Jesús abrazándolo.

Enseguida, el numeroso grupo se dirigió a la casa de Simón Pedro, que había ofrecido al Mesías sincera acogida en su humilde residencia, donde Cristo hizo la primera exposición de su doctrina consoladora. Esclareciendo que la adhesión deseada era la del corazón sincero y puro para siempre, a las claridades de su reino. En ese instante se inició la eterna unión de los inseparables compañeros.

En la tarde de ese mismo día, el Maestro predicó la Buena Nueva por primera vez en amplia plaza cercada de verduras y situada junto a las aguas.

En el cielo vibraban armonías vespertinas, como si la tarde tuviese también un alma sensible. Los árboles vecinos balanceaban los ramos verdes al viento del crepúsculo, como manos de la Naturaleza que invitasen a los hombres a la celebración de aquél primer ágape. Las aves ariscas posaban levemente en las alcaparras próximas, como si también deseasen sentirlo, y en la extensa playa se apiñaba la gran multitud de rústicos pescadores, de mujeres afligidas por flagelaciones continuas, de niños sucios y abandonados, mezclados publicanos, pescadores con simples hombres y analfabetos, que habían acudido ansiosos por escucharlo.

Jesús contempló la multitud y le envió una sonrisa de satisfacción. Contrariamente a las ironías de Anás, él aprovecharía el sentimiento como mármol precioso y la buena voluntad como divino cincel. Los ignorantes del mundo, los débiles, los sufridores, los desalentados, los enfermos y los pecadores, serían en sus manos el material de base para su construcción eterna y sublime. Convertiría todo dolor y miseria en un cántico de alegría y, entonces, tomado por las sagradas inspiraciones de Dios, comenzó a hablar de la maravillosa belleza de su transporte de ventura. En el cielo había una vibración de claridad desconocida.

A lo lejos, en el firmamento de Cafarnaúm, el horizonte se tornó en un deslumbramiento de luz y, bien en lo alto, en la cúpula dorada y silenciosa, las delicadas nubes tomaban la forma suave de las flores y de los arcángeles del Paraíso.

 

Tomado del libro “BUENA NUEVA” de FRANCISCO CÁNDIDO XAVIER (Médium Espírita) y HUMBERTO DE CAMPOS (Espíritu Desencarnado).

Elaborado por: GILGARAL