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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A dor e o remédio

A dor e o remédio

El dolor y el remedio

Muitos de vós reclamais dos obsessores que os acompanham em suas vidas, porém, poucos, muitos poucos, fazem o verdadeiro exercício que afasta más companhias espirituais e atrai as boas.

Muchos de vosotros os quejáis de los obsesores que los acompañan en sus vidas, sin embargo, pocos, muy pocos, hacen el verdadero ejercicio que aleja malas compañías espirituales y atrae a las buenas.

Refiro-me ao trabalho diário no bem e amor verdadeiro.

Me refiero al trabajo diario en el bien y amor verdadero.

Meus irmãos! Enquanto estiverdes sintonizados nas faixas do mal, tenham certeza que terão companhias de irmãos cujo pensamento e vibração são análogos a vocês. Por isso, não adianta reclamar.

¡Mis hermanos! Mientras estéis sintonizados en las franjas del mal, tengan certeza que tendrán compañías de hermanos cuyo pensamiento y vibración son análogos a vosotros. Por eso, no adelanta protestar.  

Somos nós os responsáveis por tudo o que atraímos em nossas vidas. Contudo, às vezes, a obsessão é permitida por Deus para que retomemos o caminho do amor e do bem.

Somos nosotros los responsables por todo lo que atraemos en nuestras vidas. Pero, a veces, la obsesión es permitida por Dios para que retomemos el camino del amor y del bien.  

Por que o Pai Maior consente isso? Porque em sua misericórdia infinita, Ele, que tudo vê e sabe, deixa que a dor transforme nossa conduta, bem como, nossas ações diárias.

¿Por qué el Padre Mayor consiente eso? Porque en su misericordia infinita, Él, que todo ve y sabe, deja que el dolor transforme nuestra conducta, así como, nuestras acciones diarias.  

Na maioria das vezes, dado o nosso orgulho e vaidade, resta à dor como remédio para nos transformar.

En la mayoría de las veces, dado nuestro orgullo y vanidad, resta al dolor como remedio para transformarnos.

Portanto, meus irmãos, as dores, espirituais e físicas, existem para mudar nossas atitudes e ações contrárias ao bem.

Por tanto, mis hermanos, los dolores, espirituales o físicos, existen para cambiar nuestras actitudes y acciones contrarias al bien.

Por isso, não podemos e nem devemos maldizer o Criador, quando padecemos por nossa culpa pessoal.

Por eso, no podemos y no debemos maldecir al Creador, cuando padecemos por nuestra culpa personal.

Por exemplo, um criminoso é preso e fica detido por anos sob quatro paredes, em seguida, ao término de sua pena é solto.

Por ejemplo, un criminal es preso y se queda encerrado por años entre cuatro paredes, en seguida, al término de su pena es soltado.

O mesmo ocorre com cada um de nós, muitas vezes, dado a nossa capacidade de permanecermos aferrados ao mal, resta apenas a dor como remédio amargo para alterar ou mudar condutas que são contrárias à Lei de Amor.

Lo mismo ocurre con cada uno de nosotros, muchas veces, dado nuestra capacidad de permanecer aferrados al mal, resta sólo al dolor como remedio amargo para alterar o cambiar conductas que son contrarias a la Ley de Amor.

É dessa forma que o Criador Celeste, que tanto nos ama, a cada um propicia a corrigenda necessária.

Es de esa forma que el Creador Celeste, que tanto nos ama, a cada uno propicia la corrección necesaria.  

Então, de nada adianta procurar uma Casa Espírita, que segue os ensinamentos de Jesus, se não mudarmos nossos comportamentos e atitudes.

Entonces, de nada adelanta buscar una Casa Espírita, que sigue las enseñanzas de Jesús, si no cambiáramos nuestros comportamientos y actitudes.  

Quero dizer ainda: há pouco tempo, um irmão espiritual, veio até nós rogando amparo e ajuda espiritual.

Quiero decir aún: hace poco tiempo, un hermano espiritual vino hasta nosotros rogando amparo y ayuda espiritual.

De imediato, solidarizei-me com seu pedido de socorro, contudo, meu sábio orientador disse que não era momento de acolhê-lo.

De inmediato me solidaricé con su pedido de socorro, con todo, mí sabio orientador dijo que no era momento de acogerlo.

Fiquei muito incomodado com a situação, no entanto, vim a saber, caso ele fosse aceito traria perturbações ao grupo.

Me quedé muy incomodado con la situación, no obstante, vine a saber, que en caso él fuese aceptado traería perturbaciones al grupo.

No dia seguinte, o orientador pediu que eu visualizasse aquele irmão atentamente.

Al día siguiente, el orientador pidió que yo visualizara a aquel hermano atentamente.

Fiz isso por alguns minutos, em seguida, na testa, percebi alguns chifrinhos, que tinham forma de cobras. Na altura do plexo solar, vi vermes horripilantes.

Hice eso por algunos minutos, enseguida, en la prueba, percibí algunos animales, que tenían forma de cobras. A la altura del plexo solar, vi gusanos horripilantes.

Nesse instante, percebi toda a extensão da misericórdia de Deus.

En ese instante, percibí toda la extensión de la misericordia de Dios.

Meus irmãos, somente fazendo o bem verdadeiro é que somos merecedores das benesses divinas.

Mis hermanos, solamente haciendo el bien verdadero es que somos merecedores de bienes divinos.

O Pai, que é amoroso, pede-nos: Que o amemos e o outro como a nós.

El Padre, que es amoroso, nos pide: Que lo amemos y al otro como a nosotros.

Portanto, fiquem com a paz do Celeste Benfeitor e pensem amorosamente em tudo que lhes é digo.

Por tanto, queden con la paz del Celeste Benefactor y piensen amorosamente en todo lo que les digo.

André Luiz / Psicografia de Ricardo Santos. 

Mensaje traducido por Isabel Porras-España – 22/02/2012

AS MÚLTIPLAS FACES DA OBSESSÃO -- RAUL TEIXEIRA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

EU TENHO 15 PESSOAS VIVENDO DENTRO DE MINHA CABEÇA – VÍDEOS NO FINAL DO TEXTO – EXCELENTE - LEIA O TEXTO PRIMEIRO

DESCULPEM-ME SE OS TEXTOS LONGOS MAS É NECESSÁRIO PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO.

A psicofonia é uma mediunidade das mais conhecidas do mundo, pois notamos sua função em toda parte: nos tratamen¬tos psiquiátricos, nas tribunas, nos conselhos, nas decisões de guerra e de paz, nos botequins, nas pregações evangélicas e nos revoltosos, nos desastres das rodovias, nos assassinatos e nos assaltos. É muito comum nos cirurgiões. E os espíritas são conscientes dessa manifestação. Também conhecida como mediunidade de incorporação, é o mais natural dos fenómenos da vida, porque nele deparamos com o revigoramento das coisas afins, doando e recebendo energias compatíveis com as necessidades.
Pode-se ver, pela observação comum, que energia incorpora em energia, fecundando uma existência; que amor faz simbiose com amor, avolumando a esperança; caridade se eterniza com caridade, na manifestação de maior alegria espiritual; perdão coaduna-se com perdão, na mais alta fraternidade e a paz se encontra com a paz, para que o trabalho se harmonize. Isso tudo é incorporação de um para com o outro, para a luz da própria vida; Os nossos pensamentos incorporam-se em outros pensamentos idênticos, para materializar o que desejamos. Isso tudo é mediunidade em outra esfera, mas é intercâmbio no silêncio da natureza. Não obstante, devemos tratar, com mais saliência, a mediunidade psicofônica, de inteligência com inteligência e, por ela, analisar as consequências dessa faculdade, pelos modos que ela se apresenta.
A incorporação de um espírito em um médium que tem essa faculdade se processa por variados meios. Não podemos determinar que seja desta ou daquela maneira, como se fabricam objetos, usando formas. Ela é de natureza elástica, obedece a escala evolutiva das criaturas. Cada médium situa-se em uma dimensão. Assim, também o espírito que se comunica por inter¬médio dele.
O momento de incorporação de uma entidade num médium depende de muitas incidências, do ambiente, dos com¬panheiros e da disposição do próprio medianeiro. um médium bom hoje, pode ser ruim amanhã.
A incorporação do espírito de luz não tira totalmente os sentidos do médium em função. Ele domina as suas faculdades e o médium adestrado entrega-se suavemente ao visitante do bem, para expor as suas ideias renovadoras. Os centros de força se acoplam uns aos outros em uma harmonia sublimada e, no caminho das vibrações, as ideias do comunicante tornam-se palavras, onde a boca do intermediário amplifica os pensa¬mentos em ordem, do companheiro desencarnado.
Esse tipo de comunicação pode se chamar de mediunidade benfeitora, tanto para quem ouve, como, e muito mais, para quem serve de instrumento de quem fala. As emoções internas do médium são indescritíveis, porque tudo vibra nas duas perso¬nalidades em perfeita conexão, e mesmo o comunicante que alcançou a esfera divina, encontra, nesse exercício de inter¬câmbio, uma renovação de forças e um bem-estar indescritível.
O espírito de esfera superior é amável nos seus gestos e gracioso no falar. Diz a verdade com brandura e nos ajuda a modificar-nos, tirando-nos da ignorância com suavidade, sem alterar nem impor suas ideias. No entanto, a sua presença nos encanta e desperta em nós o interesse de melhorar.
O mensageiro das trevas age contrariamente ao que se observa na comunicação do espírito elevado e ainda existem muitas outras comunicações intermediárias, cabendo a quem ouve analisar e escolher a que seja favorável ao bem.
Certas possessões é que tiram quase totalmente a razão do médium, mas este precisa estar em plena sintonia com o possessor. Mais de noventa por cento dos médiuns desequili-. brados são teleguiados. Os espíritos os dirigem por telepatia, usando com grande habilidade esses meios de transmitir ideias Os espíritos trevosos tentam infiltrar esse sistema de comu¬nicação à distância, mesmo para os médiuns de grande equi¬líbrio, sempre procurando brechas. Por isso, dizemos que a vigilância é a eterna âncora da paz.
Sensitivos existem muitos. Em todas as esquinas os encontramos. Mas o que procuramos são médiuns que já passaram pelo vestibular da dor e do Evan¬gelho, e que não se esquecem do Cristo nos seus pensamentos, palavras e obras. Estes são raros, mas são estes que vão levan¬tar a bandeira da luz nesta grande nação, para a renovação do mundo inteiro.

É muito importante ler esta entrevista antes de ver os vídeos. Hermínio foi quem escreveu o livro CONDOMÍNIO ESPIRITUAL que fala sobre o que se passa com que acontece com a pessoa nos vídes.

Entrevista com Hermínio C. Miranda

Folha Espírita

(Esta Entrevista foi publicada recentemente na Folha Espírita)

FE: Quando e como foi que o senhor fez sua opção pelo Espiritismo?

Hermínio Miranda: Não fui levado ao Espiritismo por crise existencial ou sofrimento, mas pela insatisfação com os modelos religiosos à minha opção. Alguém – mergulhado em transe anímico regressivo – me diria mais tarde que eu não aceitava tais propostas porque, de alguma forma que não me foi explicado, eu sabia que ali não estava a verdade que eu buscava. Essa atitude de reserva e até de rejeição contribuiu, acho eu, para retardar minha descoberta da realidade espiritual.

Um episódio irrelevante em minha vida desencadeou o processo. Eu quis, no entanto, entrar pela porta da frente. Consultei, para isso, um amigo de minha inteira confiança e ele me indicou com primeira leitura os livros da Codificação. Acrescentou os nomes de Gabriel Delanne e de Léon Denis e me disse, como que profeticamente: “Daí em diante, você irá sozinho”.

A surpresa começou com O Livro dos Espíritos. Inexplicavelmente, eu tinha a impressão de haver lido aquele livro antes, mas onde, quando? Antecipava na mente o conteúdo de numerosas respostas . Anos depois, ficaria sabendo que outras pessoas viveram experiência semelhante, entre elas, o respeitável e amado dr. Bezerra de Menezes.


FE: Desde quando o senhor escreve sobre o Espiritismo?

Hermínio Miranda: Comecei a escrever regularmente para o “Reformador e, em seguida, para outras publicações doutrinárias. Permaneci como colaborador assíduo do órgão oficial da FEB até 1980. Meus textos eram assinados nessa primeira fase, com as iniciais HCM. Posteriormente, o amigo dr. Wantuil de Freitas, presidente da FEB, me pediu que arranjasse um pseudônimo para evitar que dois ou mais artigos saíssem com o mesmo nome em um só número da revista. Foi assim que “nasceu” “João Marcus”.

A partir de 1976 começaram a sair os livros. Diálogo com as sombras foi o primeiro. Para alegria minha, foi bem recebido


FE: O senhor tem hoje quase 40 livros publicados. Como analisa sua obra?

Hermínio Miranda: Costumo dizer que boa parte de meus livros é voltada para o meio espírita. Diálogo com as sombras, Diversidade dos Carismas, bem como a série sob o título genérico Histórias que os espíritos contaram” são exemplos desse tipo de livro que dificilmente leitor e leitora não-espírita tomariam para ler. Sempre achei, contudo, de meu dever escrever livros que, sem excluir o leitor espírita, pudessem interessar também o leitor não-espírita. Estão nesse caso,A memória e o tempo, Alquimia da Mente, Autismo – uma leitura espiritual, Nossos filhos são espíritos, Condomínio espiritual e As mil faces da realidade espiritual. Parece que o plano deu certo, pois essas obras atendem a dois objetivos: o de mandar nosso recado para além das fronteiras espíritas e, ao mesmo tempo, abordar assuntos não especificamente espírita com enfoque doutrinário, sem contudo, fazer pregação ou com intuito meramente arregimentador. Na minha opinião, a gente deve ir ao Espiritismo se e quando quiser e por suas próprias pernas, ou seja, sem ser “arrastado”.


FE: O senhor tem idéia de quantos exemplares de seus livros foram vendidos até agora?

Hermínio Miranda: A repórter de uma grande revista semanal brasileira me fez, há tempos, essa mesma pergunta e muito se admirou por não ter eu condições de respondê-la. Continuo sem saber. Cheguei a tentar, mas não obtive a informação desejada. A razão disso está, em parte, no fato de que os direitos autorais da grande maioria de meus livros são doados a diversas instituições, como à FEB, ao Lar Emmanuel, do Correio Fraterno do ABC, a OCaminho da Redenção (Divaldo), ao Centro Espírita “Amantes da Pobreza, de “O clarim, ao Centro Espírita Léon Denis. Com os rendimentos auferidos pelos livros publicados pela Lachâtre mantemos nosso próprio serviço social numa favela do Rio de Janeiro.


FE: E quais os de sua preferência?

Hermínio Miranda: Creio ser difícil para qualquer autor dizer de que livro ou livros gosta mais. É como perguntar a um pai ou mãe, qual ou quais os filhos e filhas de suas preferências. Penso que a gente gosta de todos por motivos diferentes. Tanto quanto é possível considerar minha obra com um mínimo de objetividade e isenção, gosto de Nossos filhos são espíritos, pela surpreendente aceitação que encontrou dentro e fora do movimento espírita, o que também aconteceu com Autismo – uma leitura espiritual. Livros como Cristianismo – a mensagem esquecida, As marcas do Cristo, O evangelho gnóstico de Tomé, Os cátaros e a heresia católica, pela forte ligação emocional que tenho com a temática do cristianismo primitivo. Sobre as explorações intelectuais em território fronteiriço com o do Espiritismo, citaria A memória e o tempo, Alquimia da Mente e, novamente, por motivação diferente da anterior, Autismo – uma leitura espiritual.

Como se vê, isto não é propriamente uma lista de preferências, mas uma análise de cada grupo de livros, classificados por assuntos de minha preferência. Sobre a qualidade e o conteúdo dos livros, no entanto, prefiro que fale o público leitor.


FE: Além de seus próprios livros, o senhor tem feito algumas traduções. Qual o critério adotado na seleção das obras traduzidas?

Hermínio Miranda: Tenho dito que prefiro escrever meus próprios livros do que traduzir os alheios. É verdade, mas, às vezes, me vejo envolvido numa tradução motivado por fatores que diria imponderáveis, circunstanciais ou subjetivos. Não sei definir os critérios que me levaram a esse envolvimento. Cada caso é um caso.


FE: O que pensa o senhor do Espiritismo na sua interação com o mundo contemporâneo?

Hermínio Miranda: Prefiro reformular a pergunta: O que se pode dizer acerca da interação da realidade espiritual com o mundo contemporâneo? Isso porque, no meu entender, não há uma rejeição ou indiferença em relação ao Espiritismo especificamente, mas à realidade que a Doutrina dos Espíritos ordenou e colocou com simplicidade e elegância. O Espiritismo continua sendo um movimento minoritário, até mesmo no Brasil, justamente considerado o país mais espírita do mundo. Como se percebe, a massa maior das pessoas ainda prefere uma das numerosas religiões institucionalizadas e tradicionais. Ou a aparente liberdade que proporcionaria a descrença, que não tem compromisso com coisa alguma senão com a própria negação. O que, no fundo, e também uma crença (na descrença).


FE: O senhor tem algum projeto literário em andamento?

Hermínio Miranda: Acho que projetos o escritor sempre os tem. Eu também; talvez mais do que deveria ou poderia ter. No momento, traduzo The sorry tale, discutido livro mediúnico da autora espiritual que se identificou como Patience Worth, ao escrevê-lo através da médium americana conhecida como Sra. Curran, a partir de 1918. Além de ser um fenômeno literário, a história se passa no tempo do Cristo, da noite em que ele nasceu até o dia em que foi crucificado. É espantoso o conhecimento que a autora espiritual revela da época: a geopolítica, os costumes, a sociologia, a religião, a história e tudo o mais. O tratamento respeitoso e amoroso que ela dá à figura de Jesus é comovente. O livro é considerado um fenômeno exatamente por esse grau de erudição histórica e pelo fato de ter sido escrito num inglês um tanto arcaico, o elizabetano do século 17, que faz lembrar Shakespeare e, por isso mesmo, um desafio para o tradutor. A entidade justifica essa linguagem arcaica exatamente para provar que a obra não era da médium, uma jovem senhora dotada de escassos conhecimentos.


FE: Como o senhor escolhe os temas que desenvolve em seus livros, considerando-se a variedade dos assuntos neles abordados?

Hermínio Miranda: Outra pergunta para a qual não tenho resposta objetiva. Às vezes (Ou sempre?) me fica a impressão de que não fui eu que escolhi os temas; eles é que me escolheram.


FE: Seu livro mais recente – Os cátaros e a heresia católica – aborda uma doutrina medieval bastante parecida com o Espiritismo. Diga-nos algo sobre isso.

Hermínio Miranda: O estudo sobre os cátaros esteve em minha agenda cerca de 25 anos. Até que chegou o momento em que a própria obra “entendeu” que chegara a hora de ser escrita. Em parte, porque o tema exigia extensas e aprofundadas pesquisas na historiografia especializada francesa. Além disso, procurei sempre obedecer nos meus estudos uma escala de prioridades.

Não há dúvida de que o catarismo foi um dos mais convincentes precursores do Espiritismo. Antes dele, o mais promissor e bem articulado foi o movimento gnóstico. A inteligente doutrina cátara foi elaborada a partir do Evangelho de João, de Atos dos Apóstolos e das Epístolas, principalmente as de Paulo. Tive algumas surpresas como a de encontrar referências ao Consolador, que, com tanto relevo figura na Doutrina dos Espíritos. E mais: reencarnação, comunicabilidade entre as duas faces da vida, o despojamento dos cultos, sem rituais e sem sacramentos a não ser o do “consolamentum”. Seu propósito era o de um retorno à pureza original do cristianismo. E por isso, morreram nas fogueiras da Inquisição.


FE: O senhor tem obras não-espíritas publicadas?

Hermínio Miranda: No início de minha atividade literária, na distante mocidade, escrevi alguma ficção. Nada de que me possa orgulhar, ainda que tenha sido premiado em concursos literários e ter tido acesso a importantes publicações brasileiras. Um desses escritos mereceu crítica bastante lisonjeira de significativos escritores como Eloy Pontes (O Globo), Monteiro Lobato e o temido e respeitado Agripino Griecco (estes dois em cartas ao autor). Logo compreendi, contudo, que meu caminho não passava por ali, embora o instrumento de trabalho – a palavra escrita – fosse o mesmo.


FE: Sabe-se de sua limitada atividade como orador, expositor, palestrante ou conferencista. Por que isso?

Herminio Miranda: Considero-me orador medíocre. E nem me esforcei em desenvolver esse improvável talento, por duas razões: Primeira – sempre sonhei e desejei tornar-me escritor. Sinto-me à vontade com as letras. Segundo – que, no meu entender, não faltam bons oradores, expositores e conferencistas no meio espírita. Eu nada teria a acrescentar ao excelente trabalho que eles e elas têm feito nesse sentido.


FE: Como tem sido sua atividade em grupos mediúnicos?

Hermínio Miranda: Durante quase 40 anos participei de trabalhos mediúnicos em pequenos grupos. A parte mais importante de minha obra surgiu da experiência adquirida nessa tarefa. Sou grato aos amigos espirituais que guiaram meus passos nessa nobre e difícil atividade, bem como aos companheiros encarnados – médiuns e demais participantes – e às numerosas entidades com as quais dialogamos no correr de todo esse tempo. Costumo dizer com toda sinceridade e convicção que muito mais aprendi com os chamados “obsessores” do que lhes ensinei, se é que o fiz.


FE: Dispomos hoje de computadores, Internet, e-mail e outras tecnologias destinadas a facilitar a pesquisa. De que forma o senhor deu conta de seu trabalho sem o aparato de hoje?

Hermínio Miranda: O computador me tem sido valioso instrumento de trabalho. Não tanto nas pesquisas, mas na tarefa mesma de escrever. No tempo da falecida máquina de escrever, os textos eram penosamente datilografados, corrigidos à mão ou na própria máquina e posteriormente passados a limpo, duas ou três vezes.

Não uso muito a Internet para pesquisa, a não ser quando se torna necessária alguma informação adicional especializada. Ou quando à cata de livros. Isso porque, no meu entender, nada substitui o livro como objeto de estudo, consulta e citação. Obras como as que escrevi sobre o autismo, por exemplo, ou sobre os cátaros ou Alquimia da mente, exigiram preparo maior que só uma boa bibliografia em várias línguas poderia suprir. Em suma, por mais que os entendidos da informática desaprovem, o computador é, para mim, uma excelente e sofisticada máquina de escrever.


FE: Qual deve ser a postura espírita diante da antiga dicotomia e até confronto entre religião e ciência?

Hermínio Miranda: De serenidade e confiança. Não há o que temer. Ao lado de cientistas que têm procurado minimizar ou até demolir aspectos fundamentais da realidade espiritual, temos também, outros tantos que produziram e continuam a produzir impressionante volume de trabalhos científicos que demonstram a validade do modelo adotado pela Doutrina dos Espíritos. Dizem nossos amigos advogados, que o ônus da prova cabe a quem acusa. Que se prove, então, que essa realidade é uma balela ou uma fantasia. Kardec teve a corajosa serenidade de ensinar que a Doutrina teria de estar preparada até para mudar naquilo que fosse demonstrado estar em erro. O que não aconteceu em quase século e meio. Deixou igualmente claro que o Espiritismo é uma doutrina evolutiva e, portanto, aberta e atenta a todos os ramos do conhecimento. Ou seja, não deve deixar-se congelar dentro de um rígido modelo ou procedimento que o isole do que se passa “lá fora” de seu território ideológico.


FE: Assuntos como clonagem, que vêm ganhando espaço na mídia, devem ser tratados pelos espíritas?

Hermínio Miranda: Não tenho dúvidas de que a temática da clonagem nos interessa para estudo e tomada de posição, mesmo porque perguntas sobre esse fenômeno estão sendo dirigidas a nós. “O que você acha disso?” – perguntam-nos.

Em artigo intitulado “Xerox de gente” (“Reformador”, julho de 1980) cuidei do assunto, bem como, em outras oportunidades, da criogenia e do transplante. Este, por exemplo, foi tema proposto por Deolindo Amorim, em estudo, do qual participei, no Instituto de Cultura Espírita.

Antes disso, em dois artigos intitulados “O homem artificial”, publicados no antigo “Diário de Notícias”, do Rio, entendia eu o seguinte, em conclusão “...o que se chama um tanto pomposamente de criação do homem em laboratório, se reduz, a uma análise fria do problema, à criação de condições materiais à atuação de um espírito reencarnante.” (Ver De Kennedy ao homem artificial, de Luciano dos Anjos e meu, FEB 1975, p. 285).

O problema, portanto, situa-se no açodamento irresponsável de interferir nos mecanismos naturais testados, aprovados e consolidados ao longo dos milênios. Irresponsável porque não estão sendo levados em conta os aspectos éticos necessariamente envolvidos em tais pesquisas. Pensa-se, por exemplo, em criar com a clonagem, um “estoque” de “peças de sobressalentes” destinadas a repor as que se desgastarem pelo uso e abuso praticados no corpo da pessoa que forneceu o material genético.

A técnica de congelar cadáveres – criogenia – parte do pressuposto de que a ciência venha a desenvolver no futuro, procedimentos e medicamentos capazes de curar as mazelas de que morreram as pessoas. E os espíritos? “Onde” ficam? Sob que condições? Até quando? Disso, ninguém cuida, pois a entidade espiritual acoplada àquele corpo é totalmente ignorada. Por ignorância mesmo, aquela que não sabe e não quer saber, por mais cultos que sejam os que realizam tais experimentações.

Sobre esse tema, escrevi, ainda, há cerca de 30 anos – não tenho, no momento, como precisar a data – um artigo intitulado “Uma ética para a genética”—uma espécie de pressentimento sobre o que estamos agora testemunhando.

Em resumo: os espíritas devem, sim, acompanhar a movimentação de idéias, fatos, estudos e pesquisas, no mínimo para se informarem do que se passa e para que continuem confiando nas estruturas doutrinárias que adotaram.


FE: Gostaríamos que falasse sobre Chico Xavier e seu papel no contexto espírita.

Hermínio Miranda: Não há muito que dizer. Chico é uma unanimidade. Portou-se com bravura e digna humildade. Anulou-se como pessoa humana, para que por ele falassem seus numerosos amigos espirituais. Não há dúvida de que ampliou os horizontes desvelados pela Doutrina dos Espíritos, sem por em questionamento nenhum de seus princípios básicos; pelo contrário, os confirmou, sempre olhando para frente. O trabalho que nos chegou através dele demonstra que se pode expandir os horizontes da Doutrina dos Espíritos sem a mutilar.


FE: Que acha o senhor do movimento espírita brasileiro? Vai bem?

Hermínio Miranda: Não me considero com autoridade suficiente para uma avaliação do movimento espírita. Por contingências profissionais, não me foi possível participar dele como o desejaria, mas não apenas por isso. Tive de fazer uma opção e toda opção tem certo componente limitador, porque exclui outras. Minha prioridade era escrever. Isso tem sido uma espécie de compulsão, por ser, creio eu, a principal tarefa que me teria sido confiada ao me reencarnar. E para escrever, você precisa ler, ler muito, estudar, pesquisar, meditar, organizar suas idéias e expô-las de modo consistente. Não me teria sido possível fazer tudo isso em adição ao intenso trabalho profissional e às tarefas que, porventura, me fossem confiadas no movimento.


FE: Os princípios básicos da Doutrina Espírita já eram conhecidos na Antiguidade. Quais as civilizações que mais contribuíram para a formação desse patrimônio cultural?

Hermínio Miranda: A pergunta é muito ampla para as limitações de uma simples entrevista. É certo, porém, que os fenômenos de que se ocupa a doutrina são tão antigos quanto o ser humano. O aspecto que me parece mais relevante, neste caso, é o de que a realidade espiritual sobre a qual se assenta a Doutrina dos Espíritos já estava contida nos ensinamentos de Jesus e foi ele próprio que dirigiu a equipe que trabalhou com Kardec.


FE: Como o senhor considera o papel de Allan Kardec na elaboração dos livros básicos da Codificação?

Hermínio Miranda: Seria ocioso repetir o que já sabemos. O papel dele foi fundamental na elaboração dos livros básicos. Sua percepção da relevância do que estava acontecendo com as mesas girantes, sua capacidade para ordenar todo o material que lhe foi entregue, digamos, em estado bruto, em simples cadernos de anotações e a sensibilidade para formular suas perguntas dentro de um esquema racional e seqüencial, evidenciam o acerto de sua escolha para delicada tarefa.


FE: Fala-se e se escreve muito no meio espírita sobre os três aspectos da Doutrina dos Espíritos. Qual a sua posição nessa questão?

Hermínio Miranda: Não me sinto atraído por debates ou polêmicas, como o que às vezes se armam em torno de questões como essa. Está claro, para mim, que o Espiritismo tem sua vertente filosófica, a científica e a religiosa. Ao falar sobre isso, tenho em mente Religião com maiúscula; com todo o respeito devido, não me refiro às várias denominações cristãs contemporâneas. Mesmo porque o Cristo não fundou religião alguma – ele se limitou a pregar e exemplificar uma doutrina de comportamento, ou seja, como deve o ser humano portar-se perante o mundo, a vida, seus semelhantes e, em última análise, diante de si mesmo e da divindade. Ao que sabemos, jamais o Cristo cogitou de saber se sua doutrina devia ou não ser caracterizada como religião. E, no entanto, é religião, no seu mais puro e amplo sentido, de vez que cuida de nossa relação com as leis divinas. Minha opção prioritária, por assim entender, é pelo aspecto religioso do Espiritismo, sem, contudo, ignorar ou minimizar os demais. Nada tenho e nem poderia ter, contra os que pensam de modo diferente. Não vejo como nem por que disputar coisas como essa. Tenho eu de desprezar, combater, hostilizar, odiar e até eliminar aquele que não pensa exatamente como eu?

Se você prefere cuidar do vetor científico ou do filosófico, tudo bem.

Solicitado, certa ocasião, a um pronunciamento dessa natureza, entreguei pessoalmente ao eminente e saudoso companheiro dr. Freitas Nobre, um pequeno texto sob o título “Problema inexistente”, que ele mandou publicar em “Folha Espírita”. Por que e para quê todo esse debate? Começa que a posição a ser assumida ante o problema depende da conceituação preliminar do que se entende por religião. De que tipo de religião estaríamos falando?


FE: Como o senhor situa o pensamento do Cristo no contexto da Doutrina Espírita?

Hermínio Miranda: Kardec sabia muito bem o que fazia ao adotar a moral do Cristo. Afinal de contas e, ainda repercutindo a temática da pergunta anterior, o Espiritismo nos pede mais, em termos de comportamento e reforma íntima, do que a ciência e a filosofia. Há quem me considere místico, mas o rótulo não me incomoda; ao contrário, acho-o honroso e o aceito assumidamente. Não consigo imaginar minha vida – e a vida, em geral – sem os ensinamentos do Cristo. Como sou um obstinado questionador, tenho, pelo menos, duas perguntas a formular: “Que é ser místico?” E, antes dessa: “O que é misticismo?” Um amigo meu, muito querido, costumava dizer-me isso, naturalmente, sem a mínima conotação crítica, como quem apenas enuncia um fato. Regressou antes de mim ao mundo espiritual. Passado algum tempo, manifestou-se em nosso grupo mediúnico e entre outras coisas, me disse: “Você é que estava certo.”


FE: Qual é a sua formação profissional?

Hermínio Miranda: Minha formação profissional é em Ciências Contábeis, função que exerci na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, a partir de 1948, em Nova York (entre 1950 e o final de 1954) e, posteriormente, no Rio de Janeiro, de 1957 a 1980, quando me aposentei. Devo acrescentar que no decorrer dos últimos 22 anos, estive sempre no exercício de cargos executivos no primeiro escalão da empresa ou no segundo.


FE: Deixamo-lo à vontade para algo mais que queira acrescentar.

Hermínio Miranda: Certa vez fui convidado por uma freira, amiga da família, para um encontro com seus alunos de teologia numa universidade brasileira. No dia e hora marcados, lá estava eu. Ela é doutora em teologia e sabia, naturalmente, de minhas convicções, e foi por isso mesmo que me convidou, concedendo-me oportunidade de verificar o quanto sua mente é arejada e despreconceituosa. Perguntei-lhe sobre o que ela desejava que eu falasse. Ela propôs dois pontos: a reencarnação e como o Espiritismo considerava a figura de Jesus. Dito isso, foi sentar-se modestamente entre seus alunos e, como eles e elas, formulou várias perguntas. Passamos ali, umas duas horas numa conversa fraterna, animada e desarmada.

Digo que ela escolheu bem os temas, porque, na minha maneira de ver, a reencarnação é o cimento que mantém os diversos aspectos da realidade espiritual consolidados num só bloco. Uma vez admitida a reencarnação, tudo o mais se encaixa no seu lugar com precisão milimétrica. Isso porque, sendo como é uma realidade por si mesma, uma lei natural e não objeto de crença ou de fé, a reencarnação pressupõe existência, preexistência e sobrevivência do ser à morte corporal, bem como a lei de causa e efeito, que regulamenta nossas responsabilidades perante a vida. Mais: a reencarnação exclui do modelo dito religioso, qualquer possibilidade ou necessidade de céu, inferno ou purgatório como “locais” onde se gozam as benesses da vida póstuma ou se sofrem as conseqüências de erros e equívocos cometidos. Do ponto de vista da teologia dita cristã contemporânea, portanto, a reencarnação é uma doutrina subversiva, no sentido de que desmonta todo um sistema teórico de idéias e conceitos tidos por irremovíveis.

Quanto ao Cristo, não há o que discutir, é a mais elevada entidade que passou pela terra.

Acho que a ilustrada irmã gostou da minha fala, dado que algum tempo depois, me convidou novamente, desta vez para falar a um grupo de sacerdotes católicos já ordenados e seminaristas em final de curso. Que também foi uma conversa amena, fraterna e franca.

(Publicado no Boletim GEAE Número 460 de 29 de julho de 2003 )

AGORA ASSISTAM AOS 4 VÍDEOS E ENTENDA O QUE É UM CONDOMÍNIO ESPIRITUAL, PARA QUEM QUER SE APROFUNDAR NO ASSUNTO LEIAM O LIVRO “CONDOMÍNIO ESPIRITUAL” DE AUTORIA DO HERMÍNIO C. MIRANDA  -  EXCELENTE PARA ENTENDER SOBRE PERSONALIDADES MÚLTIPLAS, O QUE OCORRE TODOS OS DIAS EM NOSSA FRENTE E NÃO ENTENDEMOS O QUE SE PASSA.

PARÁBOLA DA CANDEIA

PARÁBOLA DA CANDEIA

 

PARÁBOLA DE LA CANDELA

 

"Ninguém, depois de acender uma cadeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram veja a luz. Porque não há coisa oculta que não venha a ser manifesta; nem coisa secreta que se não haja de saber e vir à luz. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, ser-lhe-á dado; e ao que não tiver, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado".

(Lucas, VIII, 16-18)

"Nadie, después de encender una candela, la cubra con una vasija o la ponga debajo de una cama; por el contrario, que la coloque sobre un velador, a fin de que los que entran vean la luz. Porque no hay cosa oculta que no venga a ser descubierta; ni cosa secreta que no haya de se saber y venir a la luz. Mirad, pues, cómo oís; porque al que tenga, se le dará; y al que no tenga, hasta aquello que piensa tener, le será retirado".(Lucas, VIII, 16-18)

 

"E continuou Jesus: Porventura vem a candeia para se pôr debaixo do módio ou debaixo da cama? Não é antes para se colocar no velador? Porque nada está oculto senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para ser divulgado. Se alguém tem ouvidos de ouvir, ouça. Também lhe disse: Atentai no que ouvis. A medida de que usais, dessa usarão convosco: e ainda se vos acrescentará. Pois ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que pensa ter, ser-lhe-á tirado".

(Marcos, IV, 21-25

"Y continuó Jesús: ¿Por ventura viene la candela para ponerse debajo del celemín o debajo de la cama? ¿No es antes para ser colocada sobre el velador? Porque nada está oculto sino para ser manifiesto; y nada fue escondido sino para ser divulgado. Si alguien tiene oídos para oír, oiga. También le dijo: Atended a lo que escucháis. Con la medida con que midáis, de esa usarán con vosotros: y aún se os acrecentará. Pues al que tiene, le será dado; y al que no tiene, hasta aquello que piensa tener, le será retirado".

(Marcos, IV, 21-25

 

1 - CAIRBAR SCHUTEL

1 - CAIRBAR SCHUTEL

 

A luz é indispensável à vida material e à vida espiritual. Sem luz não há vida; a vida é luz quer na esfera física, quer na esfera psíquica. Apague-se o Sol, fonte das luzes materiais e o mundo deixará, incontinenti, de existir. Esconda-se a luz da sabedoria e da religião sob o módio da má fé ou do preconceito, e a Humanidade não dará mais um passo, ficará estatelada debatendo-se em trevas.

La luz es indispensable a la vida material y a la vida espiritual. Sin luz no hay vida; la vida es luz quiera en la esfera física, quiera en la esfera psíquica. Si se apaga el Sol, fuente de las luces materiales y el mundo dejará, incontinenti, de existir. Si se esconde la luz de la sabiduría y de la religión bajo el celemín de la mala fe o del preconcepto, y la Humanidad no dará más un paso, quedará tumbado debatiéndose en tinieblas.

 

Assim, pois, tão ridículo é acender uma candeia e colocá-la debaixo da cama, como conceber ou receber um novo conhecimento, uma verdade nova e ocultá-la aos nossos semelhantes. Acresce ainda que não é tão difícil encontrar o que se escondeu porque "não há coisa oculta que não venha a ser manifesta". Mais hoje, mais amanhã, um vislumbre de claridade denunciará a existência da candeia que está sob o leito ou sob o módio, e que desapontamento sofrerá o insensato que aí a colocou!

Así, pues, es tan ridículo encender una candela y colocarla debajo de la cama, como concebir o recibir un nuevo conocimiento, una nueva verdad y ocultarla a nuestros semejantes. Acrece todavía que no es tan difícil encontrar lo que se escondió porque "no hay cosa oculta que no venga a ser manifiesta". Hoy o mañana, un vislumbre de claridad, denunciará la existencia de la candela que está bajo el lecho o bajo el celemín, y ¡qué desengaño sufrirá el insensato que ahí la colocó!

 

A recomendação feita na parábola é que a luz deve ser posta no velador a fim de que todos a vejam, por ela se iluminem, ou, então, para que essa luz seja julgada de acordo com a sua claridade. "Uma árvore má não pode dar bons frutos"; e o combustível inferior não dá, pela mesma razão, boa luz. Julga-se a árvore pelos frutos e o combustível pela claridade, pela pureza da luz que dá. A luz do azeite não se compara com a do petróleo, nem esta com a do acetileno; mas todas juntas não se equiparam à eletricidade.

La recomendación hecha en la parábola es que la luz debe ser puesta en el velador a fin de que todos la vean, por ella se iluminen, o, entonces, para que esa luz sea juzgada de acuerdo con su claridad. "Un árbol malo no puede dar buenos frutos"; y el combustible inferior no da, por la misma razón, buena luz. Se juzga el árbol por los frutos y el combustible por la claridad, por la pureza de la luz que da. La luz del aceite no se compara con la del petróleo, ni ésta con la del acetileno; pero todas juntas no se igualan a la electricidad.

 

Seja como for, é preciso que a luz esteja no velador, para se distinguir uma da outra. Daí a necessidade do velador. No sentido espiritual, que é justamente o em que Jesus falava, todos os que receberam a luz da sua doutrina precisam mostrá-la, não a esconderem sob o módio do interesse, nem sob o leito da hipocrisia. Quer seja fraca, média ou forte; ilumine na proporção do azeite, do petróleo, do acetileno ou da eletricidade, o mandamento é: "Que a vossa luz brilhe diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras (que são as irradiações dessa luz) glorifiquem o vosso Pai que está nos Ceús".

Sea como fuere, es preciso que la luz esté en el velador, para que se distinga una de la otra. De ahí la necesidad del velador. En el sentido espiritual, que es justamente en lo que Jesús hablaba, todos los que recibieron la luz de su doctrina precisan mostrarla, no escondiéndola bajo el celemín del interés, ni bajo el lecho de la hipocresía. Quiera sea débil, media o fuerte; ilumine en la proporción del aceite, del petróleo, del acetileno o de la electricidad, el mandamiento es: "Que vuestra luz brille delante de los hombres, para que, viendo vuestras buenas obras (que son las irradiaciones de esa luz) glorifiquen a vuestro Padre que está en los Cielos".

 

Ter luz e não fazê-la iluminar, é colocá-la sob o módio é o mesmo que não a ter; e aquele que não a tem e pensa ter, até o que parece ter ser-lhe-á tirado. Ao contrário, "aquele que tem, mais lhe será dado", isto é, aquele que usa o que tem em proveito próprio e de seus semelhantes, mais lhe será dado. A chama de uma vela não diminui, nem se gasta o seu combustível por acender cem velas; ao passo que estando apagada é preciso que alguém a acenda para aproveitar e fazer aproveitar sua luz.

Tener luz y no hacerla iluminar, es colocarla bajo el celemín es lo mismo que no tenerla; y aquel que no la tiene y piensa en tenerla, hasta lo que parece tener le será retirado. Al contrario, "a aquel que tiene, más le será dado", esto es, aquel que usa lo que tiene en provecho propio y de sus semejantes, más le será dado. La llama de una vela no disminuye, ni se gasta su combustible por encender cien velas; al paso que estando apagada es preciso que alguien la encienda para aprovechar y hacer aprovechar su luz.

 

Uma vela acendendo cem velas, aumenta a claridade, ao passo que, apagada, mantém as trevas. E como temos a obrigação de zelar, não só por nós como pelos nossos semelhantes, incorremos em grande responsabilidade pelo uso da "medida" que fizemos; se damos um dedal não podemos receber um alqueire; se uma oitava, não podemos contar com um quilo em restituição, e, se nada damos, o que havemos de receber? A luz não pode permaner sob o módio, nem debaixo da cama. A candeia, embora, matéria inerte, nos ensina o que devemos fazer, para que a palavra do Cristo permaneça em nós, possamos dar muitos frutos e sejamos seus discípulos.

Una vela encendiendo cien velas, aumenta la claridad, al paso que, apagada, mantiene las tinieblas. Y como tenemos la obligación de velar, no sólo por nosotros como por nuestros semejantes, incurrimos en grande responsabilidad por el uso de la "medida" que hicimos; si damos un dedal no podemos recibir un alqueire; si una octava, no podemos contar con un kilo en restitución, y, si nada damos, ¿qué habremos de recibir? La luz no puede permanecer bajo el celemín, ni debajo de la cama. La candela, aunque, materia inerte, nos enseña lo que debemos hacer, para que la palabra de Cristo permanezca en nosotros, podamos dar muchos frutos y seamos sus discípulos.

 

Assim, o fim da luz é iluminar e o do sal é conservar e dar sabor. Sendo os discípulos de Jesus luz e sal, mister se faz que ensinem, esclareçam, iluminem, ao mesmo tempo que lhes cumpre conservar no ânimo de seus ouvintes, de seus próximos, a santa doutrina do meigo Rabino, valendo-se para isso do Espírito que lhe dá o sabor moral para ingerirem esse pão da vida que verdadeiramente alimenta e sacia.

Así, la finalidad de la luz es iluminar y la de la sal es conservar y dar sabor. Siendo los discípulos de Jesús luz y sal, menester se hace que enseñen, esclarezcan, iluminen, al mismo tiempo que les cumple conservar en el ánimo de sus oyentes, de su prójimo, la santa doctrina del cariñoso Rabino, valiéndose para eso del Espíritu que le da el sabor moral para que ingieran ese pan de la vida que verdaderamente alimenta y sacia.

 

Assim como a luz que não ilumina e o sal que não conserva para nada prestam, assim, também, os que se dizem discípulos do Cristo e não cumprem os seus preceitos, nem desempenham a tarefa que lhes está confiada, só servem para serem lançados fora da comunhão espiritual e serem pisados pelos homens. A candeia sob o módio não ilumina; o sal insípido não salga, não conserva, nem dá sabor.

Así como la luz que no ilumina y la sal que no conserva para nada sirven, así, también, los que se dicen discípulos de Cristo y no cumplen sus preceptos, ni desempeñan la tarea que les está confiada, sólo sirven para que sean lanzados fuera de la comunión espiritual y que sean pisados por los hombres. La candela bajo el celemín no ilumina; la sal insípida no salga, no conserva, ni da sabor.

 

CAIRBAR SCHUTEL

 

 

2 - PAULO ALVES GODOY

2 - PAULO ALVES GODOY

 

O mundo já foi contemplado com três grandes revelações: a primeira, quando do advento de Moisés; a segunda, com a vinda de Jesus Cristo e, a terceira, com a revelação do Espiritismo, ou a vinda do Espírito Consolador.

El mundo ya fue contemplado con tres grandes revelaciones: la primera, cuando del advenimiento de Moisés; la segunda, con la venida de Jesucristo y, la tercera, con la revelación del Espiritismo, o la venida del Espíritu Consolador.

 

Quando Moisés levou a cabo a primeira, aqueles que o sucederam aureolaram-na com tantos aparatos exteriores e com tantos formalismos inócuos, que os seus ensinamentos se tomaram obscuros. Por isso, Deus, em Seu infinito amor, enviou Seu próprio Filho para trazer a segunda revelação, nova luz que passou a iluminar os horizontes do mundo; contudo, segundo afirma o evangelista João, logo no início do seu Evangelho "os homens temeram a luz porque suas obras eram más".

Cuando Moisés llevó a cabo la primera, aquellos que lo sucedieron lo aureolaron con tantos aparatos exteriores y con tantos formalismos inocuos, que sus enseñanzas se tomaron oscuras. Por eso, Dios, en Su infinito amor, envió a Su propio Hijo para traer la segunda revelación, nueva luz que pasó a iluminar los horizontes del mundo; entretanto, según afirma el evangelista Juan, luego en el inicio de su Evangelio "los hombres temieron a la luz porque sus obras eran malas".

 

O Pai de misericórdia e amor, condoído dos homens, que ainda e dessa vez impregnaram a Doutrina do Cristo com sistemas inócuos e incompatíveis com a verdade, enviou o Espírito de Verdade a fim de restaurar as primícias dos ensinamentos do Meigo Rabi da Galiléia.

El Padre de misericordia y amor, condolido de los hombres, que aunque de esta vez impregnaron la Doctrina de Cristo con sistemas inocuos e incompatibles con la verdad, envió al Espíritu de Verdad a fin de restaurar las primicias de las enseñanzas del

Cariñoso Rabí de la Galilea.

 

Veio o Espiritismo e os homens devem agora difundir as luzes de que essa Doutrina dimana, pois a sua finalidade básica " de afugentar da Terra as trevas da ignorância e do obscurantismo, colocando a luz sobre o velador, para que ela, como uma cidade edificada sobre uma montanha, seja vista por todos.

Vino el Espiritismo y los hombres deben ahora difundir las luces de que esta Doctrina dimana, pues su finalidad básica " de ahuyentar de la Tierra a las tinieblas de la ignorancia y del oscurantismo, colocando la luz sobre el velador, para que ella, como una ciudad edificada sobre una montaña, sea vista por todos.

 

Não se deve jamais, consoante a recomendação de Jesus, acender uma lâmpada e colocá-Ia sob um vaso, porém, deve-se colocá-la sobre o velador, de forma a poder ser vista por todos.

No se debe jamás, consonante la recomendación de Jesús, encender una lámpara y ponerla bajo una vasija, sin embargo, se debe ponerla sobre el velador, de forma a que  pueda ser vista por todos.

 

Esse ensino de Jesus objetiva esclarecer que, qualquer pessoa que adquirir conhecimentos em torno de uma verdade, ainda que seja em pequena escala, não deverá guardar a luz desse conhecimento apenas para si, mas procurar divulgá-lo a fim de que todos venham a haurir dos seus benefícios.

Esa enseñanza de Jesús objetiva esclarecer que, cualquier persona que adquiera conocimientos en torno de una verdad, mismo que sea en pequeña escala, no deberá guardar la luz de ese conocimiento apenas para sí, pero procurar divulgarlo a fin de que todos vengan a extraer de sus beneficios.

 

Corroborando ainda mais a parábola, em outra parte do Evangelho, afirmou Jesus: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos Céus". (Mateus 5: 16)

Corroborando aún más a la parábola, en otra parte del Evangelio, afirmó Jesús: "Así resplandezca vuestra luz ante los hombres, para que vean vuestras obras y glorifiquen a vuestro Padre, que está en los Cielos". (Mateo 5: 16)

 

Assim como não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte, também resplandecerá a sua luz sobre a Terra, e sobressairá o homem compenetrado dos seus deveres, que se edificou moral e espiritualmente. Por isso, disse Jesus: "Vós sois a luz do mundo", referindo-se aos apóstolos, no entanto, tendo Ele dito que deveríamos nos tornar perfeitos, como perfeito é o Pai Celestial, é óbvio que todos nós temos o potencial para nos transformar em luzes do mundo.

Así como no se puede esconder una ciudad edificada sobre un monte, también resplandecerá su luz sobre la Tierra, y sobresaldrá el hombre compenetrado de sus deberes, que se edificó moral y espiritualmente. Por eso, dijo Jesús: "Vosotros sois la luz del mundo", refiriéndose a los apóstoles, sin embargo, habiendo dicho Él que deberíamos tornarnos perfectos, como perfecto es el Padre Celestial, es obvio que todos nosotros tenemos el potencial para transformarnos en luces del mundo.

 

Na Parábola da Candeia, Jesus Cristo preceituou a necessidade de darmos guarida às Suas recomendações, tornando-nos obreiros atuantes e de decisão inquebrantável, projetando-nos, não apenas pelas palavras, mas sobretudo pelos atos. É importante saber, entretanto, que para adquirirmos essa luz interior, há necessidade de nos desvencilharmos das viciações contraídas no desenrolar das vidas pretéritas e, isso se fará, através das reencarnações sucessivas que Deus, por excesso de misericórdia, nos concede.

En la Parábola de la Candela, Jesucristo preceptuó la necesidad de que diéramos guarida a Sus recomendaciones, tornándonos obreros actuantes y de decisión inquebrantable, proyectándonos, no apenas por las palabras, pero sobretodo por los actos. Es importante saber, entretanto, que para adquirir esa luz interior, hay necesidad de que nos libremos de los vicios contraídos en el transcurso de las vidas pretéritas y, eso se hará, a través de las reencarnaciones sucesivas que Dios, por exceso de misericordia, nos concede.

 

Existe muita gente guardando, avarentamente, apenas para si, os conhecimentos que adquirem, não tolerando qualquer idéia de espargí-los. Isso sucede com os homens, em todos os campos de atividades humanas. Muitos passam seus conhecimentos apenas para seus filhos ou familiares, não concebendo a idéia de transferi-los a um estranho.

Existen muchas personas guardando, avarientamente, apenas para sí, los conocimientos que adquieren, no tolerando cualquier idea de esparcirlos. Eso sucede con los hombres, en todos los campos de actividades humanas. Muchos pasan sus conocimientos apenas para sus hijos o familiares, no concibiendo la idea de transferirlos a un extraño.

 

Guardar um ensinamento de ordem espiritual apenas para si, incita danos para o Espírito, uma vez que o Mestre preceituou na parábola que "não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz". De nada adianta uma pessoa que conheceu determinada verdade, guardá-la somente para si, pois o tempo se encarregará de fazer com que ela seja manifesta para todos.

 Guardar una enseñanza de orden espiritual apenas para sí, incita daños para el Espíritu, una vez que el Maestro preceptuó en la parábola que "no hay cosa oculta que no haya de manifestarse, ni escondida que no haya de saberse y venir a la luz". De nada vale una persona que conoció determinada verdad, guardarla solamente para sí, pues el tiempo se encargará de hacer con que ella sea manifiesta para todos.

 

Nos séculos passados, muitas coisas erradas foram apregoadas como verdades fundamentais, e muitos mentores religiosos, com o objetivo de emprestar-Ihes maior autoridade não trepidaram em rotulá-las como "revelação do Espírito santo". Eram condenados às fogueiras os que ousavam delas discordar. Nos tempos modernos, com a ampliação dos sistemas de comunicação, já não poderá prevalecer essa sistemática, imposta pelo processo do "ferro e fogo".

En los siglos pasados, muchas cosas erradas fueron proclamadas como verdades fundamentales, y muchos mentores religiosos, con el objetivo de prestarles mayor autoridad no trepidaron en rotularlas como "revelación del Espíritu santo". Eran condenados a las hogueras los que osaban de ellas discordar. En los tiempos modernos, con la ampliación de los sistemas de comunicación, ya no podrá prevalecer esa sistemática, impuesta por el proceso de "hierro y fuego".

 

Jesus Cristo veio trazer à Terra um manancial de verdades irretorquíveis, entretanto, essas verdades atentavam contra as inverdades apregoadas pelos doutores da Lei de sua época, e Ele teve que carregar pesada cruz até o cimo do Calvário, onde foi crucificado.

Jesucristo vino a traer a la Tierra un manantial de verdades incontestables, entretanto, esas verdades atentaban contra las falsedades proclamadas por los doctores de la Ley de su época, y Él tuvo que cargar pesada cruz hasta la cima del Calvario, donde fue crucificado.

 

Deveremos, pois, propugnar para que as luzes dos nossos conhecimentos sejam manifestas a todos. Importa sermos como uma cidade edificada sobre um monte, para que as virtudes e a luz, que espargem de nós, sejam vistas e passem a beneficiar a todos.

Deberemos, pues, luchar para que las luces de nuestros conocimientos sean manifiestas a todos. Importa que seamos como una ciudad edificada sobre un monte, para que las virtudes y la luz, que esparcen de nosotros, sean vistas y pasen a beneficiar a todos.

 

Complementando os ensinamentos contidos na parábola da Candeia, ensinou-nos o Mestre: "Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grande serão essas trevas. A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Os vossos olhos refletem as trevas ou as luzes que residem dentro de vós".

Os nossos olhos, por sua vez, refletem tudo aquilo que reside no recesso de nossas almas e, como decorrência, devemos procurar nos enquadrar nos ensinamentos dos Evangelhos, processando dentro de nós a REFORMA ÍNTIMA, que Jesus Cristo simbolizou como sendo a conquista do Reino dos Céus.

Complementando las enseñanzas contenidas en la parábola de la Candela, nos enseñó el Maestro: "Mas, si, tus ojos fueren malos, tu cuerpo será tenebroso. Si, por lo tanto, la luz que en ti hay son tinieblas, cuan grandes serán esas tinieblas. La candela del cuerpo son los ojos, de suerte que, si tus ojos fueren buenos, todo tu cuerpo tendrá luz. Vuestros ojos reflejan las tinieblas o las luces que residen dentro de vosotros".

Nuestros ojos, por su vez, reflejan todo aquello que reside en el receso de nuestras almas y, como consecuencia, debemos procurar encuadrarnos en las enseñanzas de los Evangelios, procesando dentro de nosotros la REFORMA ÍNTIMA, que Jesucristo simbolizó como siendo la conquista del Reino de los Cielos.

 

Paulo Alves de Godoy

 

 

3 - RODOLFO CALLIGARIS

3 - RODOLFO CALLIGARIS

 

Estas palavras de Jesus: "não se deve pôr a candeia debaixo da cama, mas sobre o velador, a fim de que todos os que entrem, vejam a luz", dão-nos a entender, claramente, que as leis divinas devem ser expostas por aqueles que já tiveram a felicidade de conhecê-las, pois sem esse conhecimento paralisar-se-ia a marcha da evolução humana.

Estas palabras de Jesús: "no se debe poner la candela debajo de la cama, pero sobre el velador, a fin de que todos los que entren, vean la luz", nos dan a entender, claramente, que las leyes divinas deben ser expuestas por aquellos que ya tuvieron la felicidad de conocerlas, pues sin ese conocimiento se paralizaría la marcha de la evolución humana.

 

 

Não espalhar os preceitos cristãos, a fim de dissipar as trevas da ignorância que envollvem as almas, fora esconder egoisticamente a luz espiritual que deve beneficiar a todos.

No esparcir los preceptos cristianos, a fin de disipar las tinieblas de la ignorancia que envuelven a las almas, fuera esconder egoístamente la luz espiritual que debe beneficiar a todos.

 

Manda a prudência, entretanto, que se gradue a transmissão de todo e qualquer ensinamento à capacidade de assimilação daquele a quem se quer instruir, de vez que uma luz intensa demais o deslumbraria, ao invés de o esclarecer.

Cada idéia nova, cada progresso, tem que vir na época conveniente. Seria uma insensatez pregar elevados códigos morais a quem ainda se encontrasse em estado de selvageria, tanto quanto querer ministrar regras de álgebra a quem mal dominasse a tabuada.

Manda la prudencia, entretanto, que se gradúe la transmisión de toda y cualquier enseñanza a la capacidad de asimilación de aquel a quien se quiera instruir, de vez que una luz demasiado intensa lo deslumbraría, en vez de esclarecerlo.

Cada idea nueva, cada progreso, tiene que venir en la época conveniente. Sería una insensatez predicar elevados códigos morales a quien todavía se encuentra en estado de salvajería, tanto cuanto querer ministrar reglas de álgebra a quien mal dominase la tabla.

 

Essa a razão por que Jesus, tão frequentemente, velava seus ensinos, servindo-se de figuras alegóricas, quando falava aos seus contemporâneos. Eram criaturas demasiado atrasadas para que pudessem compreender certas coisas. Já aos discípulos, em particular, explicava o sentido de muitas dessas alegorias, porque sabia estarem eles preparados para isso.

Esa es la razón del por qué Jesús, tan frecuentemente, velaba sus enseñanzas, sirviéndose de figuras alegóricas, cuando hablaba a sus contemporáneos. Eran criaturas demasiado atrasadas para que pudiesen comprender ciertas cosas. Ya a los discípulos, en particular, explicaba el sentido de muchas de esas alegorías, porque sabía que estaban ellos preparados para eso.

 

Mas, como frisa a parábola em tela, "nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente". À medida que os hoomens vão adquirindo maior grau de desenvolvimento, procuram por si mesmos os conheciimentos que lhes faltam, no que são, aliás, auxiliados pela Providência, que se encarrega de guiá-los em suas pesquisas e lucubrações, projetando luz sobre os pontos obscuros e desconhecidos, para cuja inteligência se mostrem amadurecidos.

Pero, como frisa la parábola en tela, "nada hay secreto que no haya de ser descubierto, ni nada oculto que no haya de ser conocido y de aparecer públicamente". En la medida que los hombres van adquiriendo mayor grado de desenvolvimiento, procuran por sí mismos los conocimientos que les faltan, en lo que son, además, auxiliados por la Providencia, que se encarga de guiarlos en sus investigaciones y lucubraciones, proyectando luz sobre los puntos oscuros y desconocidos, para cuya inteligencia se muestren maduros.

 

 

Os que, por se acharem mais adiantados, intelectual e moralmente, forem sendo iniciados no conhecimento das verdades superiores, e se valham delas, não para a dominação do próximo em proveito próprio, mas para edifiicar seus irmãos e conduzi-los na senda do aperfeiçoamento, maiores revelações irão tendo, horizontes cada vez mais amplos se lhes descortinarão à vista, pois é da lei que, "aos que já têm, ainda mais se dará."

Los que, por encontrarse más adelantados, intelectual y moralmente, fueren siendo iniciados en el conocimiento de las verdades superiores, y se valgan de ellas, no para la dominación del prójimo en provecho propio, pero para edificar a sus hermanos y conducirlos en la senda del perfeccionamiento, mayores revelaciones irán teniendo, horizontes cada vez más amplios se les descortinarán a la vista, pues es de ley que, "a los que ya tiene, aún más se les dará."

 

Quanto aos que, estando de posse de umas tantas verdades, movidos por interesses rasteiros fazem disso um mistério cujo exame proíbem,- o que importa "colocar a luz debaixo da cama", nada mais se lhes acrescentará, e "até o pouco que têm lhes será tirado", para que deixem de ser egoístas e aprendam a dar de graça o que de graça hajam recebido.

Cuanto a los que, estando de pose de unas tantas verdades, movidos por intereses rastreros hacen de eso un misterio cuyo examen prohíben,-  lo que importa "colocar la luz debajo de la cama", nada más se les acrecentará, y "hasta lo poco que tienen les será retirado", para que dejen de ser egoístas y aprendan a dar gratuitamente lo que  gratuitamente hayan recibido.

 

A vida nos planos espirituais, questão que interessa profundamente os sistemas filosóficos e religiosos, por muitos e muitos séculos permaneceu como um enigma indevassável chegou, porém, o momento oportuno em que deveria "aparecer publicamente", e daí o advento do Espiritismo.

 La vida en los planos espirituales, cuestión que interesa profundamente a los sistemas filosóficos y religiosos, por muchos y muchos siglos permaneció como un enigma impenetrable llegó, sin embargo, el momento oportuno en que debería "aparecer públicamente", y de ahí el advenimiento del Espiritismo.

 

Rasgaram-se, então, os véus que encobriam esse imenso universo, tão ativo e real quanto o em que respiramos, e, à luz dessa nova revelação, a sobrevivência da alma deixa de ser apenas uma hipótese ou uma esperança, para firmar-se como confortadora e esplêndida reaalidade.

Se rasgaron, entonces, los velos que encubrían ese inmenso universo, tan activo y real cuanto en que respiramos, y, a la luz de esa nueva revelación, la sobrevivencia del alma deja de ser apenas una hipótesis o una esperanza, para firmarse como confortadora y esplendida realidad.

 

 

Rodolfo Calligaris

 

 

Mensaje traducido por el Grupo Maria de Nazaret de Santiago de Chile

Em: 24.02.2012