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quarta-feira, 16 de junho de 2010

FILMES SOBRE ESPIRITISMO

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ESPIRITISMO - TV MUNDO MAIOR - PSICOMETRIA OU CLARIVIDENCIA

sábado, 12 de junho de 2010

Para Deus não existe, raça, cor, idade, e nesse caso específico TAMANHO.

Nem as ciências explicam. São os milagres produzidos pelas ações sobrehumanas. São desígnios, decisões, provas, desafios que Deus faz ver aos homens, ainda que lhes tenha feito racionais e dotar-lhes de inteligência, em muitos casos fazê-los gênios, ainda assim, o Chefe, o Comandante Supremo, o Gestor do Universo é Único, Onipotente, Onipresente, Insofismável e Todo Poderoso.
De tal fato, real, concreto, como se vê, brotam-nos imagens e deduções prospectivas, inúmeras.
É tal qual uma boneca viva, diante das dimensões em comparação com o ser humano normal, com os próprios pais.
Impressionante.
São as permanentes lições, por vezes inacreditáveis, mas, concretas, comprovadas, que deixam embasbacados os cépticos e descrentes, obrigando-os a alargar o raciocínio, convencendo-se que Deus é Deus. 

Menina de 70 cm

E a gente pensa que já viu de tudo... Que  coisa mais magnifica Kenadie Jourdin-Bromley, conhecida ao redor do mundo como 'o pequeno anjo', nasceu em fevereiro de 2003, pesando pouco mais de um quilograma e com 22 centímetros. À época, os médicos consideraram que ela não passaria da primeira noite.

Não foi o que aconteceu. Ela continuou desafiando a medicina e a todas as expectativas. Na idade de 8 meses, Kenadie foi finalmente diagnosticada  como  Nanismo Primitivo, uma condição genética que afeta a somente 100 pessoas em todo o mundo. Não se espera que ela cresça mais que 70 centímetros e que tenha mais que 5 quilos.

O estado de Kenadie inspira cuidados constantes e da presença atuante e carinhosa dos pais Brianne Jourdin e Tribnal Bromley. A menina está com 6 anos, adora passeios, corridas e começa a falar as suas primeiras palavras.

Dizem que o mais impressionante é que as pessoas que de uma forma ou de outra tiveram em contato com a menina, tem a suas vidas radicalmente mudadas por acreditarem que foram tocadas por um pequeno anjo com um enorme coração.

Deus é maravilhoso e perfeito, e tem gente que duvida do milagre que é a vida, do milagre que é acordar todas as manhãs saudáveis e capacitadas.

Para Deus não existe, raça, cor, idade, e nesse caso específico TAMANHO.


terça-feira, 1 de junho de 2010

SUBJUGAÇÃO E POSSESSÃO

 

http://www.guia. heu.nom.br/ possessao. htm

SUBJUGAÇÃO

A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. O paciente fica sob um verdadeiro jugo.

A subjugação pode ser moral ou corporal.

  • No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação.
  • No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. Traduz-se, no médium_escrevente, por uma necessidade incessante de escrever, ainda nos momentos menos oportunos. Vimos alguns que, à falta de pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas, nas paredes.

Vai, às vezes, mais longe a subjugação corporal; pode levar aos mais ridículos atos. Conhecemos um homem, que não era jovem, nem belo e que, sob o império de uma obsessão dessa natureza, se via constrangido, por uma força irresistível, a pôr-se de joelhos diante de uma moça a cujo respeito nenhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento. Outras vezes, sentia nas costas e nos jarretes uma pressão enérgica, que o forçava, não obstante a resistência que lhe opunha, a se ajoelhar e beijar o chão nos lugares públicos e em presença da multidão. Esse homem passava por louco entre as pessoas de suas relações; estamos, porém, convencidos de que absolutamente não o era; porquanto tinha consciência plena do ridículo do que fazia contra a sua vontade e com isso sofria horrivelmente.

O LIVRO DOS MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec (GUIA DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES) (Paris - 1861) - página 309 item 240

A subjugação é um tipo de obsessão que apresenta um elevado grau de domínio do aspecto corporal e às vezes moral do paciente. Quanto a subjugação é moral, diferencia-se da fascinação, porque o paciente sabe que está obsediado. Na fascinação ele nega que o esteja.

Na subjugação ocorre um intenso domínio do Espírito_obsessor no plano fluídico que, em alguns momentos, chega a se imantar ao corpo espiritual do doente, provocando-lhe crises de movimentação involuntária, com conseqüentes reflexos no corpo físico.

As crises provocadas por esta categoria de obsessão são conhecidas na linguagem popular como "possessão". Esse termo é inadequado, pois não ocorre a posse do corpo físico pelo Espírito desencarnado. O correto é afirmar que alguém está subjugado por um Espírito, isto é, sob seu domínio, seu jugo.

O desenvolvimento dos processos de subjugação se inicia primeiro no plano moral. Depois de encontrada a sintonia adequada, ele evolui para homogeneização fluídica, que mais tarde levará ao domínio do perispírito. A seguir, começam a aparecer as crises que afetam o corpo_físico, com tiques nervosos constantes, trejeitos, agressões e quedas semelhantes a convulsões.

http://www.espirito .org.br/portal/ artigos/gebm/ tecnicas- de-desobsessao. html

José Queid Tufaile Huaixan

A subjugação corporal tira muitas vezes do obsidiado a energia necessária para dominar o mau_Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade. Em falta do concurso do obsidiado, essa terceira pessoa deve tomar ascendente sobre o Espírito; porém, como este ascendente só pode ser moral, só a um ser moralmente superior ao Espírito é dado assumi-lo e seu poder será tanto maior, quanto maior for a sua superioridade moral, porque, então, se impõe àquele, que se vê forçado a inclinar-se diante dele. Por isso é que Jesus tinha tão grande poder para expulsar o a que naquela época se chamava demônio, isto é, os maus Espíritos obsessores.

Aqui, não podemos oferecer mais do que conselhos gerais, porquanto nenhum processo material existe, como, sobretudo, nenhuma fórmula, nenhuma palavra sacramental, com o poder de expelir_os_Espí ritos_obsessores. As vezes, o que falta ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião.

O LIVRO DOS MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec (GUIA DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES) (Paris - 1861) - página 318 item 251

(Ver: Descompensação vibratória)

Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.

Emmanuel - (Caminho, Verdade e Vida)  [55 - página 40]

Processo bastante grave que envolve o domínio completo do pensamento e da vontade do Ser. “É uma opressão que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir ao seu malgrado. A pessoa está sob um verdadeiro jugo”.

A subjugação pode ser moral ou corporal.

  • No primeiro caso o Ser é obrigado a tomar decisões freqüentemente absurdas e comprometedoras.
  • No caso da subjugação corporal, o indivíduo é constrangido a praticar os atos mais ridículos possíveis, apesar de Ter plena consciência do que faz, e fá-lo contra a sua vontade. 

Há neste tipo de obsessão, manipulação e interposição de fluidos muito densos onde o Ser apresenta alterações das funções mentais pela ação intencional de outra mente, onde

  • a razão declina, 
  • a vontade enfraquece, 
  • os sentimentos se deterioram
  • e os hábitos mudam (Bezerra de Menezes).

http://www.espirito .org.br/portal/ artigos/diversos /obsessao/ refletindo- sobre.html

Indoval Moreli Heiderick  -  e-mail: clotildes@escelsa. com.br

Um caso grave de Fascinação:

... É uma dessas pobres almas que terá_deixado_ o_círculo_ carnal sob o império de terrível obsessão, tão terrível que não terá podido recolher o amparo espiritual das caridosas legiões que operam nos túmulos. Indubitavelmente, largou o corpo denso sob absoluta subjugação mental, caindo em problemas angustiantes.

...  Nosso desventurado amigo encontra-se sob terrível hipnose. Inegavelmente, foi conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto, para torturá-lo, fixaram-lhe_ a_mente em alguma penosa recordação. 

... Para atingir a miserabilidade em que se encontra, nosso irmão terá acumulado débitos sobremaneira escabrosos.        

... Desintegremos as forças magnéticas que lhe constringem os centros vitais e ajudemos-lhe a memória, para que se liberte e fale.

[AÇÃO e REAÇÃO - Francisco Cândido Xavier – André Luiz - 17ª edição. * - @1956 - página 39 e 41]

* * *

SUBJUGAÇÃO é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vitima, controlando- lhe a vontade. A subjugação pode ser moral ou corpórea.

No primeiro caso(moral), o subjugado é levado a tomar decisões freqüentemente absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, considera sensatas: é uma espécie de fascinação. Na subjugação corpórea, o Espírito age sobre os órgãos matérias, provocando movimentos involuntários: Ex. Um individuo, num jantar onde se reunia varias personalidades importantes, de repente é constrangido por uma força irresistível a cair de joelhos diante de uma jovem que não lhe interessava e pedi-la em casamento. (envolvimento moral e corpóreo)

https://bemviverapo metria.wordpress .com/2009/ 10/12/obsessao- fascinacao- subjugacao- e-possessao/

POSSESSÃO

Possessão [do latim possessione] Atuação de um Espírito desencarnado sobre o encarnado, com domínio completo.

http://www.espirito .org.br/portal/ doutrina/ vocabulario/ letra-p.html

Dava-se outrora o nome de possessão ao império exercido por maus Espíritos, quando a influência deles ia até à aberração das faculdades da vítima. A possessão  seria, para nós, sinônimo da subjugação. Por dois motivos deixamos de adotar esse termo:

  • primeiro, porque implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal, enquanto que não há senão seres mais ou menos imperfeitos, os quais todos podem melhorar-se; 
  • segundo, porque implica igualmente a idéia do apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação, ao passo que o que há é apenas constrangimento. 

A palavra subjugação exprime perfeitamente a idéia. Assim, para nós, não há possessos, no sentido vulgar do termo, há somente obsidiados, subjugados e fascinados.

O LIVRO DOS MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec (GUIA DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES) (Paris - 1861) - página 309 item 241

Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada.  São esses os verdadeiros possessos.  Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la.  Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.

O vocábulo possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, isto é, de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a alma de um indivíduo, no seu corpo.  Pois que, nesse sentido, não há demônios e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos na conformidade da idéia a que esta palavra se acha associada.  O termo possesso só se deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS – 76a. ed. - Kardec.  (Paris, 18-4-1857) - página 250 questão 474

Apesar de naturalmente compreensível para os estudiosos do Espiritismo, pode parecer estranho àqueles que não se aprofundaram adequadamente no tema as seguintes afirmações: Possessão é um fenômeno possível e este não é, invariavelmente, uma obsessão.

Este entendimento requer uma consulta criteriosa à Codificação, pois trata-se de assunto que o próprio Allan Kardec revisitou durante sua obra e num ato de verdadeira humildade desenvolveu- o, complementando o sentido que aparentemente havia firmado desde 1857 n’O Livro dos Espíritos (LE). Somente a partir de 1863, na Revista Espírita, o Codificador revê o conceito de possessão, admitindo a sua existência não mais como subjugação, mas em seu sentido exato. Sobre o caso verificado da Srta. Julie (RE - Dez/1863), Kardec expressa-se da seguinte maneira:

“Temos dito que não havia possessos (ver LE-473, por exemplo) no sentido vulgar do vocábulo mas somente subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta porque agora nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado.”

Somente alguém da lieza moral e intelectual de Kardec poderia retomar um conceito que ele mesmo propagava como absoluto mas que evidenciou-se, através de fatos comprovados e pelo crivo racional, com diferente acepção. Este é um exemplo do dinamismo da Doutrina, que só pode ocorrer quando validado pela razão e demonstrado irrefutavelmente.

Para melhor diferenciação, devemos conceituar estes termos conforme encontramos n’A Gênese (GEN - Cap XIV - itens 45 a 49):

  • Obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influência moral sem sinais exteriores sensíveis até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.
  • Possessão é a ação que um Espírito exerce sobre um indivíduo encarnado, substituindo- o temporariamente em seu próprio corpo material. Esta ação não é permanente considerando que a união molecular do perispírito ao corpo opera-se somente no momento da concepção.  

A diferença no processo de comunicação entre os fenômenos de psicofonia e de possessão também pode ser evidenciada:

  • No primeiro, o Espírito comunicante transmite seus pensamentos ao encarnado e este encarrega-se de retransmitir conforme seus próprios recursos;
  • No segundo caso, é o próprio desencarnado que serve-se (apossa-se) diretamente do corpo material e transmite a sua mensagem (o Espírito encarnado afasta-se mas ainda permanece ligado ao seu envoltório físico).

Esclarecendo objetivamente que a possessão pode ser promovida por um Espírito bom, encontramos (GEN – Cap. IV – item 48): “A obsessão sempre é o resultado da atuação de um Espírito malfeitor. A possessão pode ser o feito de um bom Espírito que quer falar e, para fazer mais impressão sobre os seus ouvintes, toma emprestado o corpo de um encarnado, que este lhe cede voluntariamente tal como se empresta uma roupa. Isto se faz sem nenhuma perturbação ou incômodo e, durante este tempo, o Espírito se encontra em liberdade como num estado de emancipação e freqüentemente se conserva ao lado de seu substituto para o ouvir.”

Obviamente a possessão também pode ocorrer através de um Espírito malfeitor e neste caso caracteriza- se um processo obsessivo. Assim ocorre quando a vítima não possui força moral para resistir à agressão e é obrigada a afastar-se temporariamente de seu corpo (obs: mais uma vez é importante ressaltar que nestes momentos a vítima permanece ligada ao corpo mas sem o seu domínio).

Considerando o presente nível moral da humanidade não é de se estranhar que há muito mais casos de possessões obsessivas do que aquelas com finalidades edificantes.

O Espiritismo, mais uma vez, lança luzes sobre males ainda considerados pelas ciências materialistas como de causa patológica. Não descartando esta possibilidade (anormalidade orgânica) a Doutrina Espírita faz conhecer outras fontes das misérias humanas, mantidas pela fragilidade moral dos seres. Inteligência e Amor são as armas para combater desequilíbrios.

Tratam-se de experiências geralmente individuais (como a da Srta. Julie, citada anteriormente) mas Kardec também relata ocorrências de possessão coletiva (ver RE – 1862/63 – casos em Morzine e Tananarive).

Assim, contribuindo para o real entendimento deste processo, devemos distinguir os fenômenos de possessão e obsessão. A possessão ocorre e pode ser boa ou má; a obsessão sempre é má. Portanto, nem toda possessão é obsessão.

Marcos Milani - Milani@espirita. zzn.com

(Retirado do Boletim GEAE Número 445 de 30 de outubro de 2002)

http://www.espirito .org.br/portal/ artigos/geae/ possessao. html

POSSESSÃO é imantação do Espírito a determinada pessoa, dominando-a física e moralmente. Na Gênese (cap. XIV Item 45 a 49), Kardec usa o termo possessão, e o utiliza como forma de ação de um Espírito sobre o encarnado, distinguindo- a da subjugação. Diz-nos Kardec: “Na obsessão, o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispirito, que ele identifica com o do encarnado; este ultimo se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade. Na possessão, em vez de atuar exteriormente, o Espírito livre substitui, por assim dizer, o espírito encarnado. Elege o corpo deste para seu domicilio, sem que, entretanto o espírito encarnado  deixe o corpo definitivamente, o que só ocorre com a morte. A possessão é assim sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não pode operar-se senão no momento da concepção. (GE. Cap.XIV Item 47)

Complementa Kardec, mostrando a diferença entre obsessão e possessão, dizendo que o “Espírito, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Não é mais como na mediunidade falante, em que o espírito encarnado fala, transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado. É este último mesmo quem fala e quem age, e , se alguém o conheceu em vida, reconhecê-lo-á pelo modo de falar, pela voz, pelos gestos e até pela expressão da fisionomia (GE. Cap. XIV –Item 47).

https://bemviverapo metria.wordpress .com/2009/ 10/12/obsessao- fascinacao- subjugacao- e-possessao/

SUBJUGAÇÃO E POSSESSÃO

http://www.comunida deespirita. com.br/grupoestu dos/cursomed2/ 18%20obsessao% 20obsessao% 20simples. htm

Na subjugação a influência do Espírito pode ser moral ou corporal, paralisando a vontade da vítima, que age sob um verdadeiro jugo. "No primeiro caso, o subjugado é levado a tomar decisões freqüentemente absurdas e comprometedoras, que, por uma espécie de ilusão, considera sensatas: é uma espécie de fascinação. No segundo, o Espírito age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários", levando-o, por vezes, a praticar atos ridículos (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 240).

O Espírito que subjuga penetra o perispírito da pessoa sobre a qual quer agir. O Perispírito do obsedado recebe como que um envoltório, o corpo fluídico do Espírito estranho, e, por esse meio, é atingido em todo o seu ser; o corpo material experimenta a pressão sobre ele exercida de maneira indireta.

A possessão, diz Kardec (LM, 2.a Parte, cap. XXIII, item 241) é um termo usado por aqueles que acreditam nas penas eternas, quer dizer: "em seres criados perpetuamente voltados para o mal", o que a Doutrina dos Espíritos não admite.

Um segundo motivo para Kardec não ter adotado o termo possessão, no “O Livro dos Médiuns”, é porque implica "também a idéia de tomada do corpo por um Espírito estranho, numa espécie de coabitação, quando só existe constrangiimento".

Todavia, em "A Gênese", cap. XIV; itens 45 a 49, Kardec admite o termo possessão e o utiliza como forma de ação de um Espírito sobre o encarnado, distinguindo- a da subjugação.

Diz: "Na obsessão, o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado; este último se encontra então enlaçado como numa teia e constrangido a agir contra sua vontade.

Na possessão, em lugar de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; faz domicílio em seu corpo, sem que todavia este o deixe definitivamente, o que só ocorre com a morte. A possessão é assim sempre temporária e intermitente, pois um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do perispírito e do corpo não pode se operar se senão no momento da concepção" (GE, cap. XIV item 47).

Complementa Kardec, mostrando a diferença entre obsessão e possessão, dizendo que o "Espírito, em possessão momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio; fala por sua boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se fosse vivo. Já não é mais como na mediunidade falante, na qual o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um Espírito desencarnado; é este último, mesmo, que fala, que se agita, e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos sua linguagem, sua voz, seus gestos e até a expressão de sua fisionomia" (GE, cap. XIV; item 47).

Esta modificação no pensamento de Kardec, depois de ter escrito "O Livro dos Médiuns", provavelmente ocorreu quando se deparou com o caso de Mde. Julie, referido no livro "A Obsessão," publicado em 1950, edição belga, relativo a compilações das anotações de Kardec.

Aí se lê: "Temos dito que não havia possessos, no sentido vulgar do vocábulo, mas subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta, porque nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado".

Em síntese, pode-se dizer que na obsessão o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, e na possessão faz domicílio no corpo do encarnado, que cede seu corpo voluntariamente, como no caso da senhorita Julie, ou, involuntariamente, quando o possessor é um Espírito mau, ao qual o possesso não tem força moral para resistir.

Tanto na obsessão como na possessão, dizem os Espíritos, essa dominação não se efetua jamais sem a participação daquele que sofre, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo. Dizem: "Freqüentemente, se têm tomado por possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam de médico do que de exorcismo" (LE, perg. 474).

Bibliografia:

O LIVRO DOS MÉDIUNS, 2ª.parte, cap. XXlll  - Allan Kardec

A GÊNESE, cap. XIV itens 45 a 48 - Allan Kardec

OBRAS PÓSTUMAS, cap.Manifestaçõ es dos Espíritos. - Allan Kardec

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNlDADE, cap. 23 - André Luiz.

MISSIONÁRIOS DA LUZ, cap.18- André Luiz.

A OBSESSÃO - Edição Belga, de Anotações de Allan Kardec.

O LIVRO DOS ESPÍRITO, pergs. 413 a 480. - Allan Kardec

ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, cap. Xl Àl11, XIX, X,UV - Martins Peralva

DESOBSESSÃO - André Luiz.

A REENCARNAÇÃO NOS PRIMEIROS SÉCULOS DO CRISTIANISMO

 

Orígenes de Alexandria

Um pai da Igreja que acreditava na Reencarnação

Um dos maiores lumiares do início do cristianismo, "O maior erudito da Igreja antiga", segundo J. Quasten - pertencente à Igreja Grega e do Oriente, dica-se de passagem, enquanto a de Roma ainda não tinha a supremacia que viria a ter em virtude de manipulações políticas - Orígenes nos encanta por sua apurada visão espiritual e sua maneira especialmente lúcida de abordar a mensagem do Cristo. Nascido por volta de 185 de nossa era, em Alexandria - onde ficava a famosa biblioteca, marco único na história intelectual humana, e que foi destruída pela ignorância e sede de poder dos romanos e, depois, por pseudo-cristã os ensandecidos e fanáticos -, desde cedo teve contato com a doutrina de Cristo, especialmente com seu pai, Leonídio, que foi martirizado em testemunho de sua fé. Com isso, a família de Orígines passou a ser estigmatizada, tendo sido seqüestrado todo o patrimômio que lhe pertencia. Para sobreviver, o jovem e brilhante Orígines passou a lecionar para ganhar seu sustento. Mente curiosa e aberta, Orígines dedicava-se ao estudo e a discussão da filosofia, notadamente Platão e os estóicos. Orígenes bebeu da mesma formação intelectual que viria a ter Plotino, na escola de Amônio Sacas e, com certeza, as doutrinas ditas orientais não lhe eram estranhas, e muito menos a ênfase num conhecimento pisíquico direto com o transcendente que era típica da escola de Amônio, fundador do neoplatonismo e, também, um simpatizante (pelo menos em parte) do cristianismo. Por isso, com absoluta certeza, o conhecimento na doutrina Paligenética (da Reencarnação), tão cara a Platão e a Sócrates, lhe era muito familiar em sua fase de formação, e posteriormente ele viria a divulgá-la abertamente - este foi um dos motivos pelos quais foi perseguido pela vertente católico romana, e por isso, temos hoje poucos de seus escritos, mesmo assim, devidamente "maquilados" (c.f. Reale & Antiseri, 1990, volume I, página 413; e Fadiman & Frager em Teorias da Personalidade, 1986, ed. Harbra, páginas 175-176).

Pouco antes do nascimento de Orígenes, um estóico chamado Panteno havia se convertido à mensagem do Cristo, e fundara uma escola catequética em Alexandria. Em 203 o jovem Orígines assumiu a direção desta escola, atraindo muitos jovens estudantes pelo seu carisma, conhecimento e virtudes pessoais. Em 231, Orígines foi forçado a abandonar Alenxandria devido à animosidade que o bispo Demétrio (na verdade, um invejoso) lhe devotava. Orígines, então, passou a morar num lugar onde Jesus havia, muitas vezes, estado: Cesaréia, na Palestina, onde prosseguiu suas atividades com grande sucesso. Mas nem mesmo lá ele encontraria a paz, pois logo veio a onda de perseguição aos cristãos ordenada por Décio. Lá, Orígines foi preso e torturado barbaramente, o que lhe causou a morte, em 253 .

O pensamento de Orígenes e sua forma de interpretar o evangelho foi durante muito tempo causa de acesa polêmica entre os sofistas da igreja de Roma, ao ponto de algumas teses de seu pensamento serem oficialmente condenadas pelo imperador Justiniano que via nelas uma ameaça aos resquícios do pensamento antigo que considerava o imperador romano quase uma divindade e, posteriormente, que teve sua ratificação religiosa feita por um concílio católico-romano, em 553. Orígines também sofreu o triste e típico caso dos seguidores de um líder que pervetem a mensagem original.... Muito do que escreveu e disse Orígines foi reinterpretado e corrompido pelos origenistas, o que causou, junto com as condenações de Roma, uma perda em grande parte da sua enorme produção literária. Resta-nos dela Os Princípios, Contra Celso e Comentário a João.

O centro do pensamento de Orígines é Deus: "Deus não pode ser entendido como corpo, mas como uma realidade transcendente apenas passível de ser palidamente entendida como realidade intelectual e espiritual", diz ele. Deus não pode ser conhecido em sua natureza, por meio das limitações dos seres relativos que somos, pelo simples fato de que nossa percepções e concepções sobre tudo está sempre em transformação, quer em maturação, quer em uma espécie de regressão (basta ver o mundo a nossa volta para nos certificarmos disso). Qualquer idéia que possamos fazer de Deus é apenas uma projeção antropomórifca de uma dada época e que apenas toca de leve uma idéia ainda maior: "Deus, em sua realidade, é incompreensível e inescrutável. Com efeito, podemos pensar e compreender humanamente qualquer coisa sbre Deus, mas devemos também saber que Ele é amplamente superior a tudo àquilo que Dele pensamos (...)". Ou seja, temos uma intuição de Deus, não uma compreensão racional definitiva Dele. Aqui ouve-se claramente ecos do pensamento neoplatônico de Amônio Sacas, e Orígines até mesmo usou a expressão "acima da inteligência e do ser", muito famosa por ter sido utilizada por Plotino.

A compreensão da criação do universo por Deus, de Orígenes, nos lembra e muito a das tradições orientais, notadamente as da Índia e a dos mistérios gregos, e, principalmente, Platão e Plotino. Primeiro, Deus teria criado seres racionais e livres, todos simples e iguais entre si - e os criou à própria imagem, por serem seres dotados da capacidade de de desenvolver a razão. Mas a própria simplicidade original (a ignorância) os levaram, por meio da liberdade a que tinham direito, a divergirem no seu comportamento e, em sua busca por instrução, a se diferenciarem entre si (podemos encontrar um retorno a esta idéia no moderno espiritismo kardecista que diz que "todos os espíritos foram criados simples e ignorantes", sendo as diferenças entre eles fruto dos percalços e escolhas no caminho evolutivo individual de cada um). O mundo material e o corpo são conseqüências direta disto, pois tornaram-se necessários a fim de corrigir os erros dos espíritos que se afastaram demasiado de Deus. Mas o corpo não é, em absoluto, algo negativo, como diriam os platônicos e os gnósticos. É, isso sim, o instrumento e o meio mais eficaz para o aprendizado ou para a expiação de erros cometidos anteriormente. A alma, ou espírito, pois, preexistia ao corpo (Reale & Antiseri, História da Filosofia, vol. I, 1990), e a diversidade dos homens e de suas condições remonta à diversidade de comportamento na vida anterior.

A doutrina da reencarnação é uma constante em Orígines, como o fora anteriormente para Pitágoras, Sócrates, Platão, e toda a tradição órifca grega até Plotino. Orígnes tinha consciência de indícios desta doutrina no próprio evangelho, como em Lucas 1:13-17; Mateus 17:9-13 e em João, 3:1-15. Igualmente, com os mistérios gregos, admitia que nosso universo é constituido por uma série de "mundos" habitados, onde a alma se aperfeiçoa (isto séculos antes de Giordano Bruno e de Kardec). Diz-nos Orígines: "Deus não começou a agir pela primeira vez quando criou este nosso mundo visível. Acreditamos que (...) antes deste houve muitos outros". Tal concepção nos lembra, e muito, a concepção de Pierre Teilhard Chardin. Orígines, como Chardin, acredita que tudo no universo tende a voltar a Deus, o ponto ômega. Todos os espíritos se purificarão em sua marcha progressiva pela eternidade em direção a Deus, uma marcha longa e gradual, de correção e expiação, passando, portanto, por inúmeras reencarnações neste e em outros mundos! (Reale & Antiseri, 1990). Diz Orígines: "Devemos crer que (...) todas as coisas serão reintegradas em Deus (...). Isso, porém, não acontecerá num momento, mas lenta e gradualmente, através de infinitos séculos, já que a correção e a purificação advirão pouco a pouco e singularmente: enquanto alguns com ritmo mais veloz se apressarão como primeiros na meta, outros os seguirão de perto e outros ainda ficarão muito para trás. E assim, através de inumeráveis ordens (...)"

Orígines exaltou ao máximo a liberdade e o livre arbítrio de todas as criaturas do mundo, em todos os níveis de sua existência. Em certo sentido, Orígines tinha uma percepção Holística do mundo. No próprio estágio final ( o estágio próximo ao ponto ômega, como diria Teilhard Chardin ), será o livre arbítrio juntamente com uma compreensão esclarecida do sentido do universo que o espírito irá aderir ao amor de Deus, sábio e senhor de milhares de anos de experiência. Assim, terá cumprido o círculo, partindo do ponto de ignorância absoluta ao de sabedoria absoluta, sempre de e em direção a Deus.

Orígines também teve a suficiente visão e sabedoria para distinguir três níveis de leitura das escrituras:

1) o literal (muito usado ainda hoje pela maioria das igrejas evangélicas no Brasil),

2) o Moral e

3) e Espíritual, que é o mais importante e também o mais difícil. Cada um destes níveis indica um estado de consciência e amadureciamento espiritual e psicológico.

Como nos fala Reale & Antiseri, a importância de Orígines é notável em todos os campos. Ele quis ser, antes de tudo, um cristão, e o foi até as últimas conseqüências, suportantdo com heroísmo as torturas que o matariam, para permanecer fiel a Cristo.

Bibliografia Sugerida:

Giovanni Reale & Dario Antiseri: História da Filosofia, Editora Paulus, São Paulo,1990.
James Fadiman e Robert Frager: Teorias da Personalidade, Editora Harbra, São Paulo, 1986.

O ALVO DA VIDA

"A vida atual é a conseqüência direta, inevitável das nossas vidas passadas, assim como a nossa vida futura será a resultante das nossas ações presentes, da nossa maneira de viver..."


O ALVO DA VIDA

Leon Denis

Pelos dados que o Espiritismo nos proporciona*, em torno de nós se estabelece a ordem; o nosso caminho se esclarece; mais distinto se mostra o alvo da vida. Sabemos o que somos e para onde vamos.
Desde então não devemos mais procurar satisfações materiais, porém trabalhar com ardor pelo nosso adiantamento. O supremo alvo é a perfeição; o caminho que para lá conduz é o progresso. Estrada longa que se percorre passo a passo. A proporção que se avança, parece que o alvo longínquo recua, mas, em cada passo que dá, o ser recolhe o fruto de seus trabalhos, enriquece a sua experiência e desenvolve as suas faculdades.
Nossos destinos são idênticos. Não há privilegiados nem deserdados. Todos percorrem a mesma vasta carreira e, através de mil obstáculos, todos são chamados a realizar os mesmos fins. Somos livres, é verdade, livres para acelerar ou para afrouxar a nossa marcha, livres para mergulhar em gozos grosseiros, para nos retardarmos durante vidas inteiras nas regiões inferiores; mas, cedo ou tarde, acorda o sentimento do dever, vem a dor sacudir-nos a apatia, e, forçosamente, prosseguiremos a jornada.
Entre as almas só há diferenças de graus, diferenças que lhes é lícito transpor no futuro. Usando do livre-arbítrio, nem todos havemos caminhado com o mesmo passo, e isso explica a desigualdade intelectual e moral dos homens; mas todos, filhos do mesmo Pai, nos devemos aproximar dEle na sucessão das existências, para formar com os nossos semelhantes uma só família, a grande família dos bons Espíritos que povoam o Universo.
Estão banidas do mundo as Idéias de paraíso e de inferno eterno. Nesta imensa oficina, só vemos seres elevando-se por seus próprios esforços ao seio da harmonia universal. Cada qual conquista a sua situação pelos próprios atos, cujas conseqüências recaem sobre si mesmo, ligam-no e prendem. Quando a vida é entregue às paixões e fica estéril para o bem, o ser se abate; a sua situação se apouca. Para lavar manchas e vícios, deverá reencarnar nos mundos de provas e ali purificar-se pelo sofrimento. Cumprida a purificação, sua evolução recomeça. Não há provações eternas, mas sim reparações proporcionadas às faltas cometidas. Não temos outro juiz nem outro carrasco a não ser a nossa consciência, pois essa consciência, assim que se desprende das sombras materiais, torna-se um julgador terrível. Na ordem moral como na física só há efeitos e causas, que são regidos por uma lei soberana, imutável, Infalível. Esta lei regula todas as vidas. O que, em nossa ignorância, chamamos injustiça da sorte não é senão a reparação do passado. O destino humano é um pagamento do débito contraído entre nós mesmos e para com essa lei.
A vida atual é a conseqüência direta, inevitável das nossas vidas passadas, assim como a nossa vida futura será a resultante das nossas ações presentes, da nossa maneira de viver. Vindo animar um corpo novo, a alma traz consigo, em cada renascimento, a bagagem das suas qualidades e dos seus defeitos, todos os tesouros acumulados pela obra do passado. Assim, na série das vidas, construímos por nossas próprias mãos o nosso ser moral, edificamos o nosso futuro, preparamos o meio em que devemos renascer, o lugar que devemos ocupar.
Pela lei da reencarnação, a soberana justiça reina sobre os mundos. Cada ser, chegando a possuir-se em sua razão e em sua consciência, torna-se o artífice dos próprios destinos. Constrói ou desmancha, à vontade, as cadeias que o prendem à matéria. Os males, as situações dolorosas que certos homens sofrem, explicam-se pela ação desta lei. Toda vida culpada deve ser resgatada. Chegará a hora em que as almas orgulhosas renascerão em condições humildes e servis, em que o ocioso deve aceitar penosos labores. Aquele que fez sofrer sofrerá a seu turno.
Porém, a alma não está para sempre ligada a esta Terra obscura. Depois de ter adquirido as qualidades necessárias, deixa-a e vai para mundos mais elevados. Percorre o campo dos espaços, semeado de esferas e de sóis. Ser-lhe-á arranjado um lugar no seio das humanidades que os povoam. E, progredindo ainda nesses novos meios, ela, sem cessar, aumentará a sua riqueza moral e o seu saber. Depois de um número incalculável de vidas, de mortes, de renascimentos, de quedas e de ascensões, liberta das reencarnações, gozará vida celeste, tomará parte no governo dos seres e das coisas, contribuindo com suas obras para a harmonia universal e para a execução do plano divino.
Tal é o mistério de psique — a alma humana —, mistério admirável entre todos. A alma traz gravada em si mesma a lei dos seus destinos. Aprender a soletrar os seus preceitos, aprender a decifrar esse enigma, eis a verdadeira ciência da vida. Cada farrapo arrancado ao céu da ignorância que a cobre, cada faísca que adquire do foco supremo, cada conquista sobre si mesma, sobre suas paixões, sobre seus instintos egoísticos permite-lhe uma alegria pura, uma satisfação íntima, tanto mais viva quanto maior for o trabalho executado.
Eis aí o céu prometido aos nossos esforços. O céu não está longe de nós, mas, sim, conosco. Felicidades íntimas ou remorsos pungentes, o homem traz, nas profundezas do ser, a própria grandeza ou a miséria conseqüente dos seus atos. As vozes harmoniosas ou severas que em si percebe são as intérpretes fiéis da grande lei, tanto mais potentes e imperiosas quanto mais elevado ele estiver na escala dos aperfeiçoamentos infinitos. A alma é um mundo em que se confundem ainda sombras e claridades, mundo cujo estudo atento faz-nos cair de surpresa em surpresa. Em seus recônditos todas as potências estão em germe, esperando a hora da fecundação para se desdobrarem em feixes de luz. A medida que ela se purifica, suas percepções aumentam. Tudo o que nos encanta em seu estado presente, os dons do talento, os fulgores do gênio, tudo isso nada é, comparado ao que um dia adquirirá, quando tiver atingido as supremas altitudes espirituais.
Já possui imensos recursos ocultos, sentidos íntimos, variados e sutis, fontes de vivas impressões, mas o pesado e grosseiro invólucro embaraça-lhe quase sempre o exercício.
Somente algumas almas eleitas, destacadas por antecipação das coisas terrestres, depuradas pelo sacrifício, sentem as primícias desse mundo; todavia, não encontram palavras para descrever as sensações que as enlevam, e os homens, em sua ignorância da verdadeira natureza da alma e das suas potências latentes, os homens têm escarnecido disso que julgam ilusões e quimeras.

* Introdução nossa.

(Do livro “Depois da Morte”, cap. 12, Leon Denis)