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domingo, 25 de abril de 2010

ESPIRITISMO - CHICO XAVIER - DE PEDRO LEOPOLDO A UBERABA – VÍDEOS

NO 2. VÍDEO DIZ 250 OBRAS, MAS SÃO 418

CHICO XAVIER

 

Programa Câmera Manchete exibido em 16.Jul.1996 dedicado a Chico Xavier, que na época, aos 87 anos de idade, e já se encontrava com a saúde bastante debilitada. Arquivos de propriedade da antiga TV Manchete www.redemanchete.net - Todos os direitos reservados.
Vídeos relacionados:
OS SEGREDOS DE CHICO -
http://www.youtube.com/watch?v=qC4nvG...
ADEUS AO VELHO CHICO - http://br.youtube.com/watch?v=uYQa9G3...
JORNAL NACIONAL - http://br.youtube.com/watch?v=ZxbKJXK...
ORACAO NOSSA - http://www.youtube.com/watch?v=78Lplb...
O humilde médium escolhido como O MINEIRO DO SÉCULO em concurso realizado pela Revista Istoé. Concorreu com inventores, cientistas, escritores, políticos e atletas, figuras mundialmente famosas. Pelé, por exemplo. Chico teve seu nome incluído como uma das cem personalidades brasileiras do Século XX, na categoria de filosofia, teologia e religião.
Wikipedia - A enciclopédia livre da Internet
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xa...
Francisco Cândido Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de Abril de 1910 — Uberaba, 30 de Junho de 2002), mais conhecido popularmente por Chico Xavier, notabilizou-se como médium e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil. (matéria completa no endereço acima).
Universo Espírita - Links para informações sobre Chico Xavier
www.universoespirita.org.br/chicoxavier/chico_gde_homenagem_2pagok.htm
Todos os livros, suas capas e prefácios - Mensagem de São Francisco de Assis - Editoras que Chico Xavier escolheu - Mensagens na Voz de Chico Xavier - Livros que falam de Chico Xavier - Museu virtual sobre Chico Xavier - Outros livros textos de Chico Xavier - Mensagens Dia das Mães e de Natal - Sua psicografia por livros - Discursos e Agradecimentos - Sua Psicografia por temas - Estatística dos Livros - Definições de Chico Xavier - Respostas de Chico Xavier - Biografias de Chico Xavier - Cidades em que é Cidadão Honorário - Entrevistas - Presença na Grande Imprensa - Galeria de Fotos de Chico Xavier - Lei Estadual Comenda da Paz - O Centro e Casa onde Nasceu - Uma Psicografia especial - Textos de Referência - Frases e Textos - Entidades Com Seu Nome - Poesias em Homenagem - Eventos - Casos de Chico Xavier - Áudio de Mensagens do Chico Xavier - Lindos Casos de Chico - Texto de Peças Teatro - O Evangelho de Chico Xavier - Vídeo Homenagem - Outros Livros na Integra - O Túmulo - Músicas.
Revista Época - Edição 434 11.Set.2006
http://revistaepoca.globo.com/Revista...
Chico Xavier - O senhor dos espíritos.
O mineiro que dizia se comunicar com os mortos é o único brasileiro que se tornou figura central de uma crença religiosa. (matéria completa no endereço acima)
Revista Istoé Edição 1.972 15.Ago.2008
http://www.terra.com.br/istoe/
Reportagem de Capa: Espiritismo Os sinais secretos de Chico Xavier
DIVISOR DE ÁGUAS. O mineiro Chico Xavier foi fundamental para a difusão do Espiritismo pela via literária - foram 418 obras psicografadas - e pelo atendimento mediúnico.
Nessa edição: - O Espiritismo cinco anos depois da morte de CHICO XAVIER. - População Espírita. - Leitura em alta. - Obras do mestre seguem em UBERABA. - O código XAVIER. (matéria completa no endereço acima)
Revista Planeta na Web 18.Jan.2001
http://www.terra.com.br/planetanaweb/...
Chico Xavier - O Santo Espírita. Divisor de águas no espiritismo brasileiro e cultuado por pessoas de inúmeras religiões, Chico Xavier morreu aos 92 anos, em 30 de junho de 2002, em Uberaba, MG. Foi uma parada cardíaca que terminou a carreira deste grande médium, que completava 75 anos de serviço ao próximo. Fora os males do coração e algumas pneumonias, Chico estava praticamente cego do olho esquerdo. Para se locomover, o maior médium brasileiro precisava do apoio de outras pessoas. Apesar da saúde frágil, mantinha-se totalmente lúcido. (matéria completa no endereço acima).
Revista Época - Edição 261 - 19/05/2003
http://revistaepoca.globo.com/Epoca
A literatura espírita é o mais novo fenômeno editorial no país. Tradicionalmente vendidos nos redutos Kardecistas, os livros psicografados - escritos por pessoas que se dizem conectadas com almas que enviam mensagens do Além - agora chegam às livrarias e despertam a atenção de grandes editoras. (...) Se os espíritas não são tão ruidosos como os evangélicos, eles lêem mais. No site Submarino, o leitor espírita responde por mais da metade das encomendas de livros religiosos e compra 15% mais que os outros. (...) Mas cada vez mais o interesse pelas obras psicografadas extrapola a religião. (matéria completa no link acima).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

AS PROFECIAS DO APOCALIPSE

A Batalha do Armagedon, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, e a Besta - cujo número é 666. Os três são mencionados na Bíblia. Mas será que o Livro do Apocalipse realmente tem o poder de predizer o futuro? Uma nova teoria afirma que todas as profecias mencionadas já aconteceram.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

OS HIERÓGLIFOS DO JUIZO FINAL – EFEITO NOSTRADAMUS

Por que os antigos egípcios acreditavam que um cometa chamado "O Destruidor" causaria desastres inimagináveis no ano de 2012? Teriam por acaso as profecias escritas na Grande Pirâmide previsto que o mundo entraria em uma nova espiral de destruição a partir de setembro de 2001? Que papéis tiveram os maçons na preservação e difusão destas profecias? Novas investigações e modernos gráficos computadorizados nos dão pistas sobre o futuro.

UFO PERSEGUIDO POR CAÇAS A JATO NA INGLATERRA

 

RAMATIS

Através do médium Hercílio Maes, o Espírito Ramatis escreveu várias obras que seriam úteis para um melhor conhecimento do Mundo Espiritual e da passagem de Jesus pela Terra, não fossem determinadas revelações e profecias. Essas obras se desenvolvem em forma de perguntas e respostas, estas desnecessariamente longas, se comparadas com a objetividade com que Emmanuel respondeu as perguntas contidas em “O Consolador”. Para melhor compreensão, veja-se em “O Livro dos Espíritos”, 2ª Parte, cap. I, item 104, que trata de “Espíritos pseudo-sábios”.

Se, à época em que essas obras surgiram, já pareciam fantasiosas, o que dizer agora, com o não cumprimento das profecias nelas contidas?

Na obra “Mensagens do Astral”, é afirmada a existência de um planeta visitante, que deveria sugar os Espíritos que não mais permaneceriam na Terra, mediante uma aproximação física, que deveria provocar a verticalização do eixo da Terra.

Em “A Gênese” (cap. XVII, item 63), e em “A Caminho da Luz” (cap. III), há o relato do exílio de Espíritos rebeldes, que perturbavam o progresso de um planeta do Sistema Cabra ou Capela. Esses Espíritos foram encaminhados aqui para a Terra, há muitos milênios. Não há nenhuma notícia que a Terra se tenha deslocado para lá, a fim de “sugar” esses Espíritos. Entretanto, qualquer pessoa que tenha estudado a Doutrina Espírita sabe que há uma transmigração contínua de Espíritos no Universo, sem que haja necessidade de os planetas se deslocarem, a fim de recebê-los. São os Espíritos que se mudam – ou são mudados – e não os planetas que se deslocam à semelhança de ônibus ou aviões a buscarem passageiros.

Analisemos algumas afirmativas, à luz da Ciência e da Doutrina Espírita:

“A verticalização, quando for percebida, será incondicionalmente atribuída à periodicidade espontânea dos movimentos naturais do orbe. Dificilmente a vossa ciência haverá de aceitar a “absurda” notícia da aproximação de um planeta desconhecido nas cartas astronômicas.”

“A partir do próximo ano de 1950, manifestar-se-á, junto à aura da Terra a primeira vibração sensível desse astro intruso, mas ainda de maneira profundamente magnética; será uma expansão endógena, isto é, de dentro para fora; uma ação astro-etérea pois, na realidade, o fenômeno terá início na esfera interior do vosso orbe. A princípio, dar-se-á um acasalamento de forças íntimas da Terra com as energias agressivas e primárias do planeta visitante, por cujo motivo os cientistas – que estão na dependência de instrumentos materiais – só poderão assinalar o fenômeno quando ele aflorar à superfície dos cinco sentidos humanos.” (pág. 81)

Qualquer pessoa dotada de um mínimo de bom-senso refutará essa afirmativa, pois sabemos que a lua, que é 49 vezes menor do que a Terra, quando se aproxima um pouco provoca o fenômeno das marés. Imaginemos então o que produziria a aproximação de um astro 3.200 vezes maior do que a Terra! Haveria uma perturbação geral no Sistema Solar. Esses argumentos serviriam para rebater as afirmativas perturbadoras de Ramatis à época em que o livro foi publicado, porque hoje os argumentos contrários são outros, de vez que nada disso aconteceu! Todas as suas profecias foram desmentidas com o passar do tempo!

“A fase mais intensa da modificação física situar-se-á entre os anos de 1982 e 1992, e os efeitos catastróficos se farão sentir até o ano de 1999, pois o advento do terceiro milênio será sob os escombros que, em todas as latitudes geográficas, revelarão o maior ou menor efeito dos “fins dos tempos”. Daqui a mais alguns anos, os vossos geofísicos anunciarão, apreensivos, a verdade insofismável: – O eixo da Terra está se verticalizando!!!” (pág. 81).

Nenhum geofísico se pronunciou até agora – passados quase 60 anos dessas absurdas predições, que atemorizaram tanta gente à época e, que infelizmente, ainda encantam encarnados que se recusam ver a verdade, raciocinar e rejeitar esses absurdos. É realmente de estarrecer que ainda existam grupos que se dizem espíritas e tenham esse Espírito como guia ou mentor. Que houvesse aqueles que se encantaram com suas “revelações”, àquela época, é até admissível. Mas, agora, depois de passado todo o tempo previsto, sem que suas predições se tenham concretizado, e pessoas continuem a se organizar em torno desse Espírito, isso só pode ser explicado como um processo de fascinação.

A ser verdade a “profecia” abaixo, a população da Terra, agora, deveria estar reduzida a um terço:

“Até o final deste século, libertar-se-ão da matéria dois terços da humanidade, através de comoções sísmicas, inundações, maremotos, furacões, terremotos, catástrofes, hecatombes, guerras e epidemias estranhas.” (pág. 190).

Para explicar tanto absurdo, só o velho adágio: “O falso tem mais brilho do que o verdadeiro.” Será que essas pessoas que se apoiam em Ramatis, dizendo-se espíritas, já estudaram a Codificação? Será que conhecem Kardec?

E não é só esta obra de Ramatis passível de refutação. Todos os seus livros contém absurdos, escritos de forma pomposa, em linguagem pretensamente erudita, numa verbosidade impressionante, bem própria dos Espíritos pseudo sábios, conforme classificação de Kardec.

A respeito de Jesus, há afirmativas que merecem destaque pelo absurdo gritante:

“Sob a inspiração e pedagogia dos Essênios amigos da família e que reconheciam em Jesus um homem incomum, ele desenvolveu suas forças ocultas sob rigorosa disciplina e aprendizado terapêutico pois, embora curando até pela sua simples presença junto aos enfermos, não podia tangenciar as leis naturais que determinam as direções, intensificações e dispersões fluídicas. (...) Submisso e fiel ao mecanismo natural da vida humana criada por Deus, sabia curar com a simples imposição de mãos, como aprendera com os Essênios, e usava uma terapêutica afim com o seu tipo psico-físico e temperamento espiritual.” (pág. 458)

Só para exemplificar o falar do pseudo sábio, verifique-se o que quer ele dizer com a frase: não podia tangenciar as leis naturais que determinam as direções, intensificações e dispersões fluídicas.

Além do mais, se agia curando até pela sua simples presença junto aos enfermos, por que precisaria ir aprender alguma coisa com os essênios?

Dando cores próprias, Ramatis repetiu afirmativas que já haviam sido feitas sobre uma pretensa preparação de Jesus, entre os Essênios, para o cumprimento de sua missão. Dezoito anos antes, Emmanuel, na obra citada, no cap. 12, contesta de forma clara e veemente a freqüência do Mestre, como discípulo, em qualquer grupo religioso:

“Muitos séculos depois da sua exemplificação incompreendida, há quem o veja entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de amor e de redenção. As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditórias da Humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas.

O Mestre, porém, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, não necessitou da sua contribuição. Desde os seus primeiros dias na Terra, mostrou-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio.”

Ramatis afirmou que o planeta intruso é 3.200 vezes maior do que a Terra. Ao ser-lhe apresentada contestação da parte de alguns encarnados, com base nas perturbações que ocorreriam no Sistema Solar diante da sua aproximação, responde:

“É que ao captardes o nosso pensamento confundistes o volume áurico do planeta com o seu volume material. Esse volume 3.200 vezes maior do que a Terra não é referente à massa rígida daquele orbe, cujo núcleo resfriado é um pouco maior que a crosta terráquea. Estamos tratando do seu campo radiante e radioativo, que é o acontecimento principal de todos os acontecimentos no “fim dos tempos”. É o volume do seu conteúdo energético, inacessível à percepção da instrumentação astronômica terrestre, mas conhecido e fotografado pelos observatórios de Marte, de Júpiter e de Saturno, cujas cartas sidérias registram principalmente a natureza e o volume das auras dos mundos observados.” (pág. 228)

“Verdadeiramente, o astro intruso é maior do que a Terra, em seu núcleo rígido ou a sua matéria resfriada, mas não há correspondência aritmética entre os núcleos e auras de ambos. O volume etérico do primeiro é mais extenso ou expansivo, porque também é mais radioativo, no sentido de energia degradada, e mais radiante no sentido de interceptação de energia pura ou livre. Embora seja um mundo oriundo da “massa virgem” do Cosmo, com que também se forjou o globo terrestre, ele se situa como um tipo especial a parte, comparado ao vosso orbe e que variou desde o tempo de coesão molecular, resfriamento, volume e distância com que circunavega no seu campo constelatório.” (pág. 229)

Diante desse palavrório sem nexo, será possível se acredite na seguinte “revelação”?

“Já que quereis saber a verdade, dir-vos-emos que o corpo de Jesus foi transferido, altas horas da noite, por Pedro e José de Arimatéia, para um jazigo de propriedade deste último, que era devotadíssimo ao Mestre, e que, assim, evitavam que os sacerdotes incentivassem os fanáticos a depredarem o túmulo do Messias, a quem não queriam reconhecer como líder espiritual.” (pág. 419)

José Passini

Juiz de Fora mg

passinijose@yahoo.com.br

terça-feira, 13 de abril de 2010

Revista SUPERINTERESSANTE denigre Chico Xavier e recebe resposta de Richard Simonetti.

Nas bancas, a revista SUPERINTERESSANTE  com a reportagem de capa:

Superinteressante ed. 277

abril/2010

Chico Xavier - Uma investigação

Quem foi o homem que fez milhões de brasileiros acreditar em espíritos?

O grifo é nosso... Tendenciosa a manchete? Imagine o conteúdo...

Mas não percamos tempo em ler a matéria. Melhor que isto é a carta que Richard Simonetti encaminhou à redação, de cujo teor se deduz o material tendencioso e chulo da revista da Abril Cultural.

Para quem não sabe, Richard Simonetti é autor de mais de 40 livros espíritas de elevada qualidade, coerência doutrinária e confiabilidade.

Senhor Sérgio Gwercman

Diretor de redação da revista Super Interessante

Sou assinante dessa revista há muitos anos. Sempre a encarei como publicação séria, fonte de informações a oferecer subsídios para meu trabalho como escritor espírita, autor de 49 livros publicados.

Essa concepção caiu por terra ao ler, na edição de abril, infeliz reportagem sobre Francisco Cândido Xavier, pretensiosa e tendenciosa, objetivando, nas entrelinhas, denegrir e desvalorizar o trabalho do grande médium.

Isso pode ser constatado já na seção “Escuta”, com sua assinatura, em que V.S. pretende distinguir respeito de reverência, como se reverência não fosse o respeito profundo por alguém, em face de seus méritos.

Podemos e devemos reverenciar Chico Xavier, não por adesão de uma fé cega, mas pela constatação racional, lúcida, lógica, de que estamos diante de uma personalidade ímpar, que fez mais pelo bem da Humanidade do que mil edições de Superinteressante, uma revista situada como defensora do bom jornalismo, mas que fez aqui o que de pior existe na mídia – a apreciação superficial e tendenciosa a respeito de alguém ou de uma notícia, com todo respeito, como pretende seu editorial, como se fosse possível conciliar o certo com o errado, o boato com a realidade, o achincalhe com o respeito.

Para reflexão da repórter Gisela Blanco e redatores dessa revista que em momento algum aprofundaram o assunto e nem mesmo se deram ao trabalho de ler os principais livros psicografados pelo médium, sempre com abordagem superficial, pretendendo “explicar” o fenômeno Chico Xavier, aqui vão alguns aspectos para sua reflexão e – quem sabe? – um cuidado maior em futuras reportagens.

De onde a repórter tirou essa bobagem de que “toda essa história começou com as cartas dos mortos?”

Se as eliminarmos em nada se perderá a grandeza de Chico Xavier. A história começa bem antes disso, com a publicação, em 1932, do livro Parnaso de Além-Túmulo, quando o médium tinha apenas 22 anos.

A reportagem diz: “Ele dizia que não escolhia os espíritos a quem atenderia, só via fantasmas e ouvia vozes. Mas parecia ser o escolhido por celebridades do céu. Cruz e Souza, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Castro Alves lhe ditaram versos e prosa.”

Afirmativa maliciosa, sugerindo o pastiche, a técnica de copiar estilo literário. O repórter não se deu ao trabalho de observar que no próprio Parnaso há, nas edições atuais, 58 poetas desencarnados, menos conhecidos e até desconhecidos, como José Duro, Alfredo Nora, Alma Eros, Amadeu, B.Lopes, Batista Cepelos, Luiz Pistarini, Valado Rosa… Poetas do Brasil e de Portugal que se identificam pelo seu estilo, em poesias personalíssimas enriquecidas por valores de espiritualidade.

Não sabe ou preferiu omitir a repórter que Chico psicografou poesias de centenas de poetas desencarnados, ao longo de seus 75 anos de apostolado, na maior parte poetas provincianos, conhecidos apenas nas cidades onde residiam no interior do Brasil. Pesquisadores constatam que esses poemas não são “razoavelmente fiéis ao estilo dos autores”. São totalmente fiéis.

Não tem a mínima noção de que a técnica do pastiche, a imitação de estilo literário, é extremamente difícil, quase impossível. Pastichadores conseguem imitar uma página, uma poesia de alguém, jamais toda uma obra ou as obras de centenas de autores.

Afirma que Chico foi autodidata e leitor voraz durante toda a vida, sempre insinuando o pastiche. Leitor voraz? Passava os dias lendo? Só quem não conhece sua biografia pode falar uma bobagem dessa natureza, já que Chico passava a maior parte de seu tempo atendendo pessoas, psicografando, participando de reuniões e atendendo à atividade profissional. Não conheço um único documentário, uma única foto mostrando Chico lendo “vorazmente”. Ah! Sim! Para a repórter Chico certamente escondia isso.

Fala também que Chico teria 500 livros em sua biblioteca e que “a lista inclui volumes de autores cujo espírito o teria procurado para escrever suas obras póstumas, como Castro Alves e Humberto de Campos”.

E as centenas de poetas e escritores que se manifestaram por seu intermédio. Chico tinha livros deles? E de poetas que sequer publicaram livros?

Quanto a Humberto de Campos, cuja família tentou receber na justiça os direitos autorais pelas obras psicografadas por Chico, o que seria ótimo acontecer, o reconhecimento oficial da manifestação dos Espíritos, esqueceu-se a repórter de informar que Agripino Grieco, o mais famoso crítico literário de seu tempo, recebeu uma mensagem do escritor, de quem era amigo. Reconheceu que o estilo era autenticamente de Humberto de Campos, mas que o fato para ele não tinha explicação, já que, como católico praticante, não admitia a possibilidade de manifestação dos espíritos.

Esqueceu ou ignora que Chico, médium psicógrafo mecânico, recebia duas mensagens simultaneamente, com ambas as mãos sendo usadas por dois espíritos. Desafio Superinteressante a encontrar um prestidigitador capaz de fazer algo semelhante.

Uma pérola de ignorância jornalística está na referência sobre materialização de Espíritos: “seria necessário produzir um total de energia duas vezes maior do que é hoje produzido pela hidroelétrica de Itaipu por ano, segundo os cálculos feitos por especialistas exibidos por reportagens sobre Chico nos anos 70.” Seria superinteressante a repórter ler sobre as pesquisas de Alfred Russel Wallace, Oliver Joseph Lodge, Lord Rayleigh, William James, William Crookes, Ernesto Bozzano, Cesare Lombroso, Alexej Akzacof e muitos outros cientistas respeitáveis que estudaram o fenômeno da materialização e o admitiram. Leia, também, sobre quem eram esses cientistas, para constatar que não agiam levianamente como está na revista.

A repórter reporta-se às reuniões mediúnicas das quais Chico participava como shows que o tornaram famoso e destila seu veneno. Cita o sobrinho de Chico que, dizendo-se médium, confessou que era tudo de sua cabeça, o mesmo acontecendo com o tio. Por que passar essa informação falsa, se o próprio sobrinho de Chico, notoriamente perturbado e alcoólatra, pediu desculpas pela sua mentira? Joga penas ao vento e espera que o leitor as recolha? Omitiu também a informação de que ele confessou que pessoas interessadas em denegrir o médium pagaram-lhe pela acusação.

Eram frequentes nas reuniões a ocorrência de fenômenos como a aspersão de perfumes no ambiente, algo que, deveria saber a repórter, costuma ocorrer com os médiuns de efeitos físicos. No entanto, recusando-se a colher informações mais detalhadas sobre o assunto, limitou-se a dizer que em 1971 um repórter da revista Realidade, José Hamilton Ribeiro, denunciou que viu um dos assessores de Chico Xavier levantar o paletó discretamente e borrifar perfume no ar. Sugere que havia mistificação, aliás, uma tônica na reportagem. Por que não foram consultadas outras pessoas, inclusive centenas que tiveram seus lenços inexplicavelmente encharcados de perfume ou a água que levavam para magnetizar, a exalar também um olor suave e desconhecido que perdurava por muitos dias?

Na questão das cartas, milhares e milhares de cartas de Espíritos que se comunicavam com os familiares, sugere a repórter que assessores de Chico conversavam com as pessoas, anotando informações para dar-lhes autenticidade. Lamentável mentira. E ainda que isso acontecesse, Chico precisaria ser um prodígio para ler rapidamente as informações e inseri-las no contexto de cada mensagem, de cada espírito, mistificando sempre.

E as mensagens dirigidas a pessoas ausentes? E os recados aos presentes? Não eram só mensagens. Eram incontáveis recados. A pessoa aproximava-se de Chico e ele, sem conhecer nada de sua vida, transmitia recados de familiares desencarnados, na condição de um ser interexistente, que vivia simultaneamente a vida física e a espiritual, em contato permanente com os Espíritos.

Lembro o caso de um homem inconformado com a morte de um filho. Ia toda noite deitar-se na sepultura do rapaz, querendo “ficar com ele”. Não contava a ninguém, nem mesmo aos familiares. Em Uberaba recebeu mensagem do filho pedindo-lhe que não fizesse isso, porquanto ele não estava lá.

Durante muitos anos Chico psicografou receituário mediúnico de homeopatia. Perto de 700 receitas numa noite. Ficava horas psicografando. E os medicamentos correspondiam à natureza do mal dos pacientes, sem que o médium deles tivesse o mínimo conhecimento. Na década de 70 tive uma uveíte no olho esquerdo. Compareci à reunião de receituário. Escrevi meu nome e idade numa folha de papel. Não conversei com ninguém. Após a reunião recebi a indicação de dois medicamentos. Tornando a Bauru, onde resido, verifiquei num livro de homeopatia que o dois medicamentos diziam respeito ao meu mal. Curaram-me.

Concebesse a repórter que, como dizia Shakespeare, há mais coisas entre a Terra e o Céu do que concebe nossa vã sabedoria, e não se atreveria a escrever sobre assuntos que desconhece, com o atrevimento da ignorância.

Outras “pérolas” da reportagem:

Oferece “explicações” lamentáveis para o fenômeno Chico Xavier.

Psicose, confundindo mediunidade com anormalidade.

Epilepsia, descarga elétrica que “poderia causar alheamento, sensação de ausência, automatismo psicomotor”, segundo a opinião de um médico. Descreve algo inerente ao processo mediúnico, que não tem nada a ver com desajuste mental, ou imagina-se que o contato com o Espírito comunicante não imponha uma alteração nos circuitos cerebrais, até para que ocorra a manifestação? E porventura o médico consultado sabe de algum paciente que produza textos mediúnicos durante a crise epilética?

Criptomnésia, memórias falsas, lembranças escondidas no subconsciente do médium, ao ouvir informações sobre o morto.

Inconscientemente ele “arranjaria” essas informações para forjar a “manifestação”.

Telepatia. Aqui o médium captaria informações da cabeça dos consulentes e as fantasiaria como manifestação do morto. Como dizia Carlos Imbassahy, grande escritor espírita, inconsciente velhaco, porquanto sempre sugere que é um morto quem se manifesta, não ele próprio.

Informa a repórter que “acuado pelas críticas na Pedro Leopoldo de 15 mil habitantes, Chico resolveu fazer as malas e partir para Uberaba, um polo do Espiritismo onde contaria com um apoio de amigos”.

Mentira. Ele deixou Pedro Leopoldo, onde tinha muitos amigos, não por estar “acuado”, mas simplesmente seguindo uma orientação do Mundo Espiritual, em face de tarefas que desenvolveria em Uberaba que, então sim, com sua presença transformou- se em “polo do Espiritismo”.

Na famoso pinga-fogo a que Chico compareceu, em 1971, na TV Tupi, um marco na história das entrevistas televisivas, com uma quase totalidade de audiência, diz a repórter que Chico foi “bombardeado por perguntas. Mas se safou.” Bombardeado? Safou-se? O que foi essa entrevista, um libelo acusatório contra um mistificador? Se a repórter se desse ao trabalho de ver a entrevista toda, o que lhe faria muito bem, verificaria que o clima foi de cordialidade, de elevada espiritualidade, e que em nenhum momento os entrevistadores “bombardearam” Chico. E em nenhum momento ele deixou de responder as perguntas com a sobriedade e lisura de quem não está ali para safar-se, mas para ensinar algo de Espiritismo.

Falando da indústria (?) Chico Xavier, há um box sobre “Dieta do Chico Xavier”, que jamais seria veiculada por Chico. Usaram seu nome. Por que incluí-la nas inverdades sobre o médium, simplesmente para denegrir sua imagem, aqui sugerindo que seria ingênuo a ponto de conceber semelhante bobagem? Se eu divulgar via internet que Superinteressante recomenda o uso de cocô de galinha para deter a queda de cabelos, seria razoável que alguma revista concorrente citasse essa tolice, mencionando a suposta autoria, sem verificação prévia?

Falando dos 200 livros biográficos sobre Chico Xavier, a repórter escreve: “Tem até um de piadas, Rindo e Refletindo com Chico Xavier”. Certamente não leu o livro, porquanto não conhece nem o autor, eu mesmo, Richard Simonetti, nem sabe que não se trata de um livro de piadas, mas um livro de reflexão em torno de ensinamentos bem-humorados do médium.

Não fosse algo tão lamentável, tão séria essa agressão contra a figura respeitável e venerável de Chico Xavier, eu diria que essa reportagem, ela sim, senhor redator, foi uma piada de péssimo gosto!

Doravante porei “de molho” as informações dessa revista, sem o crédito que lhe concedia.

A repórter Gisela Branco esteve em Pedro Leopoldo e Uberaba com o propósito de situar Chico Xavier como figura mitológica. É uma pena! Não teve a sensibilidade nem o discernimento para descobrir o médium Chico Xavier, cuja contribuição em favor do progresso e bem estar dos homens foi tão marcante que, a exemplo do que disse Einstein sobre Mahatma Gandhi, “as gerações futuras terão dificuldade para conceber que um homem assim, em carne e osso, transitou pela Terra.”

E deveria saber que não vemos Chico Xavier como um mártir, conforme sugere. Não morreu pelo Espiritismo. Viveu como espírita. E se algo se aproxima de um martírio em seu apostolado, certamente foi o de suportar tolices e aleivosidades como aquelas presentes na citada reportagem.

Finalizando, um ditado Zen para reflexão dos redatores da Super:

O dedo aponta a lua.

O sábio olha a lua.

O tolo olha o dedo.

Richard Simonetti

Bauru, 3 de abril de 2010.

O CONSOLADOR PROMETIDO

Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito de Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque Ele ficará convosco e estará em vós. - Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17; 26.)

Jesus promete outro Consolador: é o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, pois que não está suficientemente maduro para compreendê-lo, e que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que o Cristo disse. Se, pois, o Espírito de Verdade deve vir mais tarde, ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pode dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa de Cristo: o Espírito de Verdade preside o seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender que Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: "que ouçam os que têm ouvidos para ouvir". O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositadamente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores.

Disse o Cristo: "Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados". Mas como se pode ser feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre? O Espiritismo revela que a causa está nas existências anteriores e na própria destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Revela também o objetivo, mostrando que os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, são a purificação que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que esse sofrimento auxilia o seu adiantamento e o aceita sem queixas, como o trabalhador aceita o serviço que lhe assegura o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem para ir até o fim do caminho.

Assim realiza o Espiritismo o que Jesus disse do Consolador Prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e por que está na Terra, lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus e consolação pela fé e pela esperança

ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE - ESPÍRITO DE VERDADE - PARIS, 1860

Venho, como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me, O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar as plantas e que levanta as ondas. Eu revelei a doutrina divina; e, como um segador, liguei em feixes o bem esparso pela humanidade, e disse: "Vindes a mim, todos vós que sofreis!".

Mas os homens ingratos se desviaram da estrada larga e reta que conduz ao Reino de meu Pai, perdendo-se nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana. Ele quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, ou seja, mortos segundo a carne, porque a morte não existe, sejais socorridos, e que, não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a voz dos que se foram, faça-se ouvir para vos gritar: Crede e orai ! Porque a morte é a ressurreição, e a vida é a prova escolhida, durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e desenvolver-se como o cedro.

Homens fracos, que vos limitais às trevas de vossa inteligência, não afasteis a tocha que a clemência divina vos coloca nas mãos, para iluminar vossa rota e vos reconduzir, crianças perdidas, ao regaço de vosso Pai. Estou demasiado tocado de compaixão pelas vossas misérias, por vossa imensa fraqueza, para não estender a mão em socorro aos infelizes extraviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai todas as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio ao bom grão, as utopias com as verdades.

Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis, que, de além-túmulo, que acreditáveis fazio, vozes vos clamam: Irmãos " Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade !"

O ESPIRITISMO COMO CONSOLADOR PROMETIDO

E A CODIFICAÇÃO POR ALLAN KARDEC

O Espiritismo, ou o Consolador Prometido, surge no horizonte terrestre, em meados do século XIX, como a Terceira Revelação. No século XIII a.C., Moisés trouxe para a Humanidade a Primeira Revelação, materializando a idéia do Deus Único (já ensinada por Abraão, o grande patriarca hebreu, cerca de 600 anos antes). Moisés promulgou a lei do Monte Sinai, lançando os fundamentos da verdadeira fé, como grande médium que era. Como homem, foi o legislador eficiente, que organizou a sociedade da época, procurando livrá-la dos erros do politeísmo.

Após Moisés, veio Cristo, encarnando a Segunda Revelação, e acrescentou à essência dos ensinamentos mosaicos a idéia da vida futura, estranha ao contexto do pentateuco, bem como as penas e recompensas que esperam o homem depois da morte. Jesus faz encarar a divindade de um ponto de vista totalmente novo: "não é mais o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado". Jesus, então, resume o Decálogo num mandamento maior - o amor a Deus, acima de todas as coisas - e num menor, semelhante àquele - o amor ao próximo - e estabelece assim as bases da Religião Cósmica (Universal).

A Doutrina dos Espíritos, como Terceira Revelação, é o Cristianismo Redivivo. A revelação espírita possui um duplo caráter, visto que participa, ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica, as duas vias que levam o homem ao verdadeiro conhecimento. Nas palavras de Kardec, "o que caracteriza a revelação espírita é que sua origem é divina, que a iniciativa pertence aos Espíritos e que a sua elaboração é o resultado do trabalho do homem".

Abaixo colocamos as obras de Allan Kardec para Estudos Filosóficos, Científicos e Religiosos da Doutrina Espírita (e inclusive um cronograma da Codificação da Doutrina Espírita elaborada por Allan Kardec ( Hippolyte Léon Denizard Rivail)):

I O LIVRO DOS ESPÍRITOS (CODIFICAÇÃO) 1.857

II REVISTA ESPÍRITA 1.858

III REVISTA ESPÍRTA 1.859

IV REVISTA ESPÍRITA 1.860

V O LIVRO DOS MÉDIUNS (CODIFICAÇÃO) 1.861

VI REVISTA ESPÍRITA 1.861

VII REVISTA ESPÍRITA 1.862

VIII REVISTA ESPÍRTA 1.863

IX O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (CODIFICAÇÃO) 1.864

X REVISTA ESPÍRITA 1.864

XI O CÉU E O INFERNO (CODIFICAÇÃO) 1.865

XII REVISTA ESPÍRITA 1.865

XIII REVISTA ESPÍRITA 1.866

XIV REVISTA ESPÍRITA 1.867

XV REVISTA ESPÍRITA 1.868

XVI A GÊNESE (CODIFICAÇÃO) 1.868

XVII REVISTA ESPÍRITA 1.869

XVIII INICIAÇÃO ESPÍRITA 1.869

XIX OBRAS PÓSTUMAS 1.890

O ROUSTAINGUISMO

Embora muitos não concordem, consideramos a doutrina de Roustaing, que admite o corpo fluídico de Jesus, também tem uma deturpação do Espiritismo. E por que não dedicamos a ela um capítulo especial, na primeira edição de "Pureza Doutrinária", que saiu em 1988? Porque não penetráramos ainda, com profundidade, no assunto e não assimiláramos o pensamento de Herculano Pires: "A posição científica Kardec opõe-se à posição vulgar de Roustaing - um horrível vaidoso que se deixa levar pelos Espíritos mistificados aceitando as explicações mais ridículas e absurdas para esclarecimento de problemas escriturísticos. O grande advogado não passava de um grande ingênuo". (O Verbo Carne, Edição Cairbar, página 56, 1973).

1 - Breve histórico

Jean-Baptiste Roustaing era advogado e nasceu Bordeaux (França). Foi assessorado pela médium Emile Collignon, que lhe transmitiu comunicações mediúnicas atribuídas aos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas, João), cada qual comentando seu Evangelho, tudo dirigido por Moisés. Roustaing publicou sua obra em 1866, intitulada . Quatro Evangelhos", com o subtítulo "Espiritismo Cristão Revelação da Revelação".

No segundo século da era cristã, surgiu dentro cristianismo a doutrina do docetismo. Ensinava ela que o corpo de Cristo não era material, e sim aparente e ele não teria nascido como os homens em geral. No século IV, Apolinário de Ludicéia, dizia que Jesus não nascera de Maria, não sofrera e só morrera na aparência.

Roustaing traz de novo essas idéias. Se, como pretende os quatro Evangelhos fossem comentados agora pelos próprios evangelistas, constituiriam uma obra de altíssimo valor, que viria reforçar a Codificação. Mas as contradições e erros são tão grandes que têm prestado um desserviço ao Espiritismo. Por isso, é profundamente lamentável que a Federação Espírita Brasileira dê tamanho valor a essa doutrina desagregadora.

No Brasil, os "Quatro Evangelhos" foram introduzidos por Antônio Luiz Sayão, do Grupo Ismael (RJ), fundado em 1880. Foi ele precursor da Federação Espírita Brasileira (F.E.B.), que veio a defender ardorosamente o roustainguismo, através das palavras e ações de todos os seus presidentes: Guillon Ribeiro, Wantuil de Freitas, Armando de Assis, Francisco Thiesen e Juvanir Borges de Souza. Fecharam eles os espíritas ingênuos numa gaiola de ouro: nenhuma pessoa poderia ter cargo diretivo se não fosse roustainguista.

Ismael Gomes Braga, dirigente da FEB, em seu livro "Elos Doutrinários" culpa os kardecistas pelo fracasso do movimento espírita francês: "Nos lugares onde os inimigos visíveis e invisíveis de Roustaing venceram a campanha que maquinaram, o Espiritismo e Kardec entraram em declínio e, ou desapareceram totalmente, ou estão adormecidos. Está demonstrado, pois, que atacar a obra de Roustaing é, de fato, atacar e minar o edifício todo da Terceira Revelação, lançar o descrédito sobre a fonte mesma do espiritismo." ( ... )"Não nos iludamos com esses pretensos defensores de Kardec. Eles são os únicos inimigos perigosos do espiritismo, por isso que se dizem espíritas, escrevem e falam em nome da Doutrina e ardilosamente lhe vão minando os alicerces eternos: os Evangelhos e a Mediunidade". Para ele, os livros de Roustaing são um curso superior de Espiritismo.

Luciano dos Anjos, em artigo publicado no "Reformador", órgão da FEB, em 1973, afirma que a FEB é uma instituição extraterrena, nada mais sendo do que uma projeção de sua verdadeira sede que está no alto. Francisco Thiesen, ex-presidente da FEB, no "Reformador"de abril de 1987, diz que "Kardequizar é sectarizar".

O "Reformador", como se vê, sempre foi o porta-voz dos roustainguistas da FEB. Há cerca de 8 anos, em manobra política, a FEB levou, para vice-presidentes, dois espíritas paulistas, de enorme valor e dignidade, ambos kardecistas. Esperávamos que eles conseguissem abrandar, se não as idéias, pelo menos as táticas roustainguistas, mas estamos vendo que não o conseguiram, ou não quiseram. A FEB passou a assediar, por meios os mais variáveis, as poucas Entidades, como a USE-SP que se mantinham fora de seus domínios. Esperemos seu novo vôo, rumo ao Conselho Espírita Internacional.

2 - Afirmações de Roustaing

Basei-me nas seguintes fontes:

Durval Ciamponi, em seu excelente livro "Alternativas da Humanidade (Na era do Espírito)", Edições FEESP, 1996, faz um estudo resumido das 'teses roustainguistas'. Gélio Lacerda da Silva aborda longamente o assunto, no seu livro "Conscientização Espírita", Editora Opinião E, 1995. Wilson Garcia já havia sido muito feliz na pesquisa para "O Corpo Fluídico", Editora Correio Fraterno, 1987. E não nos esqueçamos do livro que fez furor em 1973: "O Verbo e a Carne", de Herculano Pires e Júlio Abreu Filho. Em 1999, Nazareno Tourinho publicou uma excelente crítica: "As Tolices e Pieguices da Obra de Roustaing", Correio Fraterno.

Vamos então, às principais afirmações do livro "Os Quatro Evangelhos".

1 - Jesus, sendo um Espírito Crístico, não teve um corpo carnal, mas um corpo fluídico, com todas as aparências de matéria.

2- A gravidez de Maria foi aparente: "Foi obra do Espírito Santo (noção católica), porque foi obra dos Espíritos do Senhor e, como tal, aparente e fluídica, de maneira a produzir ilusão, a fazer crer numa gravidez real". Quer dizer: Maria participou de uma grande farsa. "Os espíritos prepostos à preparação do aparecimento do Messias na Terra reuniram em torno de Maria fluidos apropriados que lhe operaram a distensão do abdômem e o entumesceram." ( ... )"Seu parto foi igualmente obra do Espírito Santo, porque também foi obra dos Espíritos do Senhor e só se deu na aparência, tal como a gravidez." Vejam-se o misticismo e a arrogância, fazendo os "Espíritos do Senhor" virem fazer os partos aqui na Terra ...

3 - O leite mamado por Jesus era devolvido pelos espíritos ao sangue da mãe, sem que ela o soubesse.

4 - O corpo fluídico justifica atos da vida de Jesus, como andar sobre as águas e desaparecer do sepulcro.

S - Os Espíritos crísticos, puríssimos, não podem encarnar, por isso, Jesus não poderia ter corpo de matéria.

6 - Tudo, na vida de Jesus, foi apenas aparente, havendo ilusão para todos os que o seguiam.

7- Deveria vir o "Espírito Regenerador", representando o Consolador prometido por Jesus, com o papel do Espírito Santo da Igreja Romana. Esta afirmação reduz a zero a universalidade da missão do Espiritismo e as manifestações mediúnicas. "Os vossos médiuns só entrarão no gozo completo de suas faculdades medianímicas quando estiver entre os homens o Regenerador, Espírito que desempenhará a missão superior de conduzir a humanidade ao estado de inocência, isto é, ao grau de perfeição a que ela tem de chegar". ( ... )" Debaixo da influência e da direção do Regenerador, caminha o chefe da Igreja Católica, a qual será, então, católica na legítima acepção desse termo, pois estará em vias de tornar-se universal, como sendo a Igreja de Cristo."

8 - Afirmam os seguidores de Roustaing que Humberto de Campos enfatiza a participação dele na obra da Codificação.

"O Mundo Maior decidiu que Kardec contaria com a coordenação de uma plêiade de auxiliares de sua obra, designados particularmente para coadjuvá-lo, nas individualidades de ]ean-Baptiste Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; de Léon Denis, que efetuaria o desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica; e de Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos."

9 - Vem agora o absurdo dos absurdos, defendido por Roustaing. Trata-se dos "criptógamos carnudos". Para ele, os espíritos "ateus" sofrem o castigo da primitiva encarnação humana, transformando-se em larvas, que Roustaing denomina "criptógamos carnudos". Seriam uma espécie em que se encarnam espíritos humanos que regrediram aos planos vegetal e animal. Em Botânica, criptógamos é o termo usado para designar os vegetais que possuem órgãos reprodutores ocultos. O acréscimo "carnudo" faz lembrar músculos, carne, e por isso, os remete ao reino animal. Nesses seres encarnariam espíritos humanos que regridem ao reino vegetal ou animais extremamente elementares.

Roustaing assim os descreve: "São corpos rudimentares.

O homem aporta a essas terras no estado de esboço, como tudo que se forma nas terras primitivas. O macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem, como os animais, do que encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem abundantemente para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os caçam. A previdência do Senhor vela pela encarnação de todos. Seus únicos instintos são os da alimentação e os da reprodução".

No livro "O Verbo e a Carne", na página 43, Herculano Pires comenta: "Essa é a revelação da revelação. Roustaing copia e desfigura Kardec, acrescentando aos seus ensinos os maiores absurdos. Note-se que essas criaturas estranhas, em forma de larvas e lesmas, são encarnação de espíritos humanos que haviam atingido alta evolução sem passar pela encarnação humana. Depois de desenvolverem a razão em alto grau e de haverem colaborado com Deus nos processos da Criação, chegando mesmo a orientar criaturas humanas, voltam à condição de criptógamos carnudos.

Mas por que falam os reveladores em substâncias humanas? Por que não simplificam as coisas dizendo simplesmente que esses espíritos decaídos vão encarnar-se em lesmas? Por que é preciso enganar os espiritistas que aceitam Kardec e sabem que a evolução espiritual é irreversível, que o espírito humanizado não pode regredir ao plano animal?"

Encontramos em Léon Denis, "Depois da Morte", 9º edição, FEB, página 124: "A alma se elabora no seio dos organismos rudimentares. No animal, está apenas em estado embrionário: no homem adquire o conhecimento e não pode mais retrogradar".

Os antigos egípcios e outros admitiam quc a alma humana pode reencarnar em corpo de animais como punição a falhas cometidas. Nisto consiste a metempsicose, não aceita pelo Espiritismo, que só admite reencarnação em corpos humanos. A metempsicose é esclarecida por Kardec, em "O Livro dos Espíritos", perguntas 611, 612 e 613.

3 - REFUTAÇÃO DE ROUSTAING

O combate às idéias de Roustaing já é antigo: Deolindo Amorin e Carlos Imbassahy, no Rio de Janeiro, nas décadas de 1950 e 1960; José Herculano Pires e Júlio Abreu Filho, de 1960 a 1975 (em São Paulo); mais recentemente, Durval Ciamponi e Gélio Lacerda da Silva, de Vitória, ES, que publica "Conscientização Espírita", EME editora, 1995, livro claro, didático e muito corajoso.

Vamos tentar refutar, item por item, os argumentos falaciosos dos roustainguistas, mas nada melhor do que iniciar citando os ensinos poderosos do Codificador, que constituem nosso esclarecimento, nossa luz, nosso farol. Representam não a opinião sem validade de um homem, fanatizado e presunçoso, que quer impingir suas idéias como se fossem os ensinos dos quatro evangelistas, mas sim, a opinião coletiva de Espíritos de alta evolução, que trouxeram a Doutrina Espírita.

1- Corpo Fluídico . Vejamos o que diz "A Gênese"· Capítulo XV . item 65: "A permanência de Jesus sobre a Terra apresenta dois períodos: aquele que precede e aquele que segue sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa com sua mãe como nas condições comuns da vida. A partir do nascimento até sua morte, tudo em seus atos, sua linguagem e nas diversas circunstâncias de sua vida, apresenta os caracteres inequívocos de sua corporeidade. Depois de sua morte, ao contrário, tudo revela nele o ser fluídico. A diferença entre os dois estados é tão fundamentalmente traçada que não é possível assemelhá·las ...
A coesão não existe nos corpos fluídicos; a vida, neles não repousa no funcionamento de órgãos especiais e neles não se podem produzir desordens análogas; um instrumento cortante em qualquer outro, ali penetra como num vapor, sem lhe ocasionar lesão alguma. Eis porque os seres fluídicos designados por agêneres não podem ser mortos.

Depois do suplício de Jesus, seu corpo lá ficou, inerte e sem vida; foi sepultado como os corpos comuns, e todos puderam vê-lo e tocá·lo. .. Se Jesus pôde morrer, é que tinha corpo carnal".

Vamos agora ao livro "Obras Póstumas", de Kardec, capítulo V - Dupla natureza de Jesus, página 105: "O que devia ser humano em Jesus era o corpo, a parte material, e neste ponto de vista, compreende-se que ele tenha sofrido como homem". No capítulo VIII desse livro, Kardec lembra João I, 1 a 14: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós; e vimos a sua glória, como filho unigênito do Pai, cheio de graça e verdade". "Jesus podia, pois, ser encarregado de transmitir a palavra de Deus sem ser Deus, como um embaixador transmite as palavras do seu soberano, sem ser o soberano."

Ainda em ''A Gênese" - Capítulo XV - item 2, diz Kardec:

"A superioridade de Jesus sobre os homens não era relativa às qualidades particulares do seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de maneira absoluta, e ao seu perispírito alimentado pela parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres".

Perante afirmações tão categóricas da Codificação, é de se admirar que os dirigentes da FEB teimem em negar que Jesus tenha tido um corpo material.

2 - O leite mamado por Jesus - A aceitação de que ele era devolvido pelos espíritos ao sangue da mãe é de um absurdo verdadeiramente irritante. Mais tarde, quando jovem e adulto, ele se alimentava como as outras pessoas. O que acontecia com esses alimentos? Seriam desmaterializados? Por que recorrer a hipóteses estapafúrdias? Será desonroso crer que ele tinha um corpo orgânico como o nosso?

3 - Andar sobre as águas - Não é preciso recorrer à fé para aceitar que Jesus pairasse acima das águas, mesmo tendo corpo material. Em "A Gênese" - capítulo XIV - item 42, encontramos: "Jesus, mesmo vivo, pôde aparecer sobre a água sob uma forma tangível, enquanto seu corpo carnal se encontrava alhures; é a hipótese mais provável".

Kardec escrevia e os Espíritos ensinavam, há 150 anos. Mas ele mesmo insistia em que "o Espiritismo caminhará com a ciência". E caminhou. A própria física moderna trouxe-nos explicações, impossíveis naquela época, e que hoje são banais, citando ocorrências em que a força de atração da gravidade é vencida. Assim é que, dentro dos "sputniks", os astronautas flutuam no ar.

4-Desaparecer do sepulcro - Hoje há numerosos trabalhos, livros e revistas que tratam do "fenômeno de transporte". Citemos o mais importante deles: "Fenômenos de Transporte", Ernesto Bozzano, 2ª edição, FEESP, 1982, prefácio de Deolindo Amorin. Nele Bozzano, grande sábio italiano e que escreveu numerosas obras espíritas, estuda com grande agudeza o assunto, citando fenômenos obtidos em plena luz. Se os Espíritos podem efetuar transporte de objetos e alguns médiuns podem levitar, por que Jesus, com seu enorme poder sobre a matéria não poderia fazê-lo?

5-Espíritos puríssimos não podem encarnar - Encontramos em A Gênese", capítulo XIV - item 9, o seguinte:

"Os Espíritos superiores podem vir aos mundos inferiores e mesmo aí se encarnar. Dos elementos constitutivos do mundo em que entram eles extraem os materiais do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao ambiente onde se encontram. Fazem como grande senhor que deixou suas belas roupas para vestir-se momentaneamente com trajes plebeus, sem que, por isso, deixe de ser grande senhor. É assim que Espíritos das ordens mais elevadas podem se manifestar aos habitantes da Terra, ou encarnar-se entre eles, em missão". "Os Espíritos chamados a viver naquele meio dele extraem seu perispírito; mas conforme seja o próprio Espírito mais ou menos purificado, seu perispírito se forma de partes mais puras ou mais grosseiras do fluido próprio ao mundo no qual se encarna."

Durval Ciamponi, no livro "Alternativas da Humanidade", esclarece à página 98: "Quando um Espírito superior encarnar entre os homens na Terra, seu perispírito será mais sutilizado que dos aborígenes. A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito".

Aqui entram os roustainguistas com uma novidade: "Há mundos fluídicos, destinados à habitações de espíritos que, desde o estado de infância e instrução, nunca faliram, e que, conservando-se sempre puros na senda do progresso, progridem no estado fluídico. Mundos materiais - Diversos mundos destinados à encarnação dos espíritos falidos e, como tais, sujeitos à encarnação humana". (Citação de Herculano Pires).

Fantasia que divide os espíritos entre pobres e plebeus; os protegidinhos que nunca "pecaram" (isto só aconteceria se fossem liberados das provas) e aqueles que, jogados em ambientes desfavoráveis, teriam tido seus fracassos. Esquecem a grande Lei da Evolução, que nos mostra que os mundos fluídicos representam a fase superior do desenvolvimento dos mundos materiais.

6-Tudo na vida de Jesus, foi apenas aparente - Durval Ciamponi responde por mim: "Se tudo nele era só aparência, todos os atos de sua vida, o anúncio reiterado de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua oração a Deus para que alistasse o cálice de seus lábios, sua paixão, sua agonia, tudo, até seu último grito no momento de entregar o Espírito, não teria sido senão um vão simulacro para enganar com relação à sua natureza e fazer crer no sacrifício ilusório de sua vida, uma comédia indigna de um homem honesto e simples, quanto mais, e por mais forte razão, de um ser também superior, numa palavra teria abusado da boa fé dos seus contemporâneos e da posteridade". (página 99)

7-Jesus não sofreu dor física, somente dor moral

Roustaing não deixa dúvidas quando afirma que Jesus não sofreu dores físicas ou orgânicas e que seu sofrimento foi apenas moral. Reconhecemos que a dor moral tenha sido bem maior que a dor corporal, dado o comando que tinha sobre a matéria. Não precisaria sofrer a dor material, que é, para os homens, a oportunidade de resgate e útil para a evolução.

O sofrimento de Jesus foi perante a ignorância e incompreensão do povo e até de seus seguidores mais próximos. Não perceberam a grandiosidade de sua missão. Esperavam um salvador guerreiro e não um ser dizendo que "meu reino não é deste mundo". "Se, quando vos falo das coisas terrenas, ainda assim não credes, como creríeis se eu vos falasse das celestiais?"

Em Mateus, 17: 17, encontramos: "ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quandos vos sofrerei?"

"Havendo, pois, Cristo padecido na carne, armai-vos também vós outros desta mesma consideração: que aquele que padecer na carne cessou seus pecados." (l ª Epístola de São Pedro - Capo 4-1)

8- Espírito Regenerador - Roustaing se coloca na posição daqueles crentes de outras religiões que ainda esperam a vinda do Messias prometido, restringindo o valor da missão de Jesus, que precisa ser completada por outros Messias. Para os espíritas, o Consolador prometido já veio e é o Espiritismo.

9-Brasil, Coração do Mundo- "A colocação de Humberto de Campos sobre "Brasil, Coração do Mundo" era, também um pouco emocional-libertária, porque os Espíritos não têm pátria; sua pátria é o Universo (Bahia Espírita, FEEB, Ano XVI, nº 68, Set. - Out. ,1985). Divaldo: "A expressão 'Pátria do Evangelho' não é da Doutrina Espírita. Está inserta numa obra de Humberto de Campos e trata-se de uma colocação emocional do literato que ama sua pátria". (Conscientização Espírita)

Avaliação da "Revelação da Revelação"

Herculano Pires, em "O Verbo e a Carne", à página 56, pergunta: "Quais os motivos da penetração de Roustaing no Brasil? Como e por que ele conseguiu enraizar-se na chamada 'casa mater'? Por que nos defrontamos agora com uma recrudescência dessa pseudo-doutrina? Parece-nos que tudo se resume numa questão de formação religiosa, tendo por fundo a formação nacional brasileira e o período medieval do nosso desenvolvimento nacional. O roustainguismo chegou ao Brasil num momento crítico, quando a nossa cultura estava sendo abalada por várias infiltrações européias. Entre essas, o Espiritismo, que chegara da Franca e empolgara alguns espíritos cultos na segunda metade do século XIX. O roustainguismo se apresentou como integrado ao Espiritismo e tocava de perto a sensibilidade mística de alguns ex-católicos. A obra trazia um grande alívio aos espíritas místicos, pois quebrava a frieza racional da obra de Kardec e restituia ao Cristo a sua condição sobrenatural.

Para homens profundamente religiosos, como Bezerra de Menezes, Antônio Luiz Sayão, Bittencourt Sampaio e outros, cujos escritos atestam o predomínio do sentimento religioso sobre a razão crítica, a obra de Roustaing surgia como uma tábua de salvação, livrando-os do racionalismo kardeciano. Era a volta ao maravilhoso, ao Cristo místico, divino no espírito e no corpo. Dessa maneira, Roustaing devolvia a essas criaturas as ilusões perdidas da religião lírica que as embalara desde a infância.

Não é fácil compreendermos hoje o clima religioso em que o Espiritismo se desenvolveu entre nós. Houve, naturalmente, a dissidência racionalista, constituída por elementos que tendiam para o aspecto racional da doutrina. Daí a divisão acentuada por Canuto de Abreu (na FEB) entre espíritas místicos e científicos".

Essas são as explicações racionais e imorredouras de Herculano Pires, esse grande pensador espírita, que eu não poderia deixar de citar, fazendo-as minhas.

No Esboço Histórico da Federação Espírita Brasileira, publicado em 1911, são citados os confrades que, no dia 1 º de janeiro de 1884, fundaram uma "sociedade para estudo científico do espiritismo", incorporando o jornal "O Reformador", que vinha sendo editado por Elias da Silva. Veja-se o objetivo desta Federação (mudado depois).

Anjo Ismael - Nos centros Espíritas do Rio de Janeiro, antes da Fundação da FEB, havia referências ao "Anjo Ismael", que se transferiu definitivamente para a FEB, tendo como uma das mais importantes finalidades incentivar o estudo dos Quatro Evangelhos. Propuseram que a designação dos dirigentes fosse feita pelos Espíritos, em cada sociedade espírita. Esqueciam-se eles de que a tarefa dos Espíritos é instruir-nos e aconselhar-nos, não se trasnformar em cabos eleitorais. Entretanto, não se tomou conhecimento do que consta nas "Obras Póstumas" de Kardec.

Antes de vir para a FEB, o "luminoso espírito de Ismael", para substituir o primitivo Grupo Confúcio, fundado em 1873, criou a "Sociedade Deus, Cristo e Caridade", criada a 23-3-1876 e dirigida por Bittencourt Sampaio. O Grupo Ismael também se incorporou à FEB. Foi então que a FEB tomou os Quatro Evangelhos como guia máximo no Espiritismo, de valor superior à Codificação, pois os ensinos recebidos proviriam diretamente dos próprios evangelistas, assistidos por Moisés.

A 3 de agosto de 1885, é guindado à presidência da FEB o grande espírita, médico e político dr. Adolpho Bezerra de Menezes; respeitado por todos, veio a acabar com a luta entre místicos e científicos, pacificando a Federação. Desencarnou a 11 de agosto de 1900.

Após Bezerra, pacificador e tolerante, o roustainguismo passou a imperar na FEB; para ser dirigente ou conselheiro, era preciso ser roustainguista. A FEB proibia a realização de qualquer Congresso, no Brasil, sem seu consentimento. Mas em alguns Estados (São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, principalmente) começou-se a esboçar a libertação da ditadura febiana. Assim realizou-se, de 31 de outubro a 5 de novembro de 1948, o Congresso Brasileiro de Unificação, patrocinado pela então corajosa USE e combatido pela FEB.

Em abril de 1962, na cidade de Curitiba, realizou-se o 1 º Simpósio Espírita Centro-Sulino, com a presença das delegações de São Paulo, Paraná, Guanabara, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Tomaram-se resoluções importantes para a condução do movimento espírita no Brasil. Enfatizou-se o aspecto tríplice da Doutrina: aspectos de ciência, filosofia e religião. Alertou-se o meio espírita brasileiro "acerca da diluição progressista da conceituação doutrinária, a que os trabalhos dos movimentos paralelos podem, conscientemente ou não chegar". (...) "O espírita deve evitar a adesão irrefletida ou menos avisada a movimentos ou produções literárias que direta ou indiretamente colidam com o momento espírita .

O Pacto Áureo - A 5 de outubro de 1949, realizou-se, no Rio de Janeiro, o acordo geral visando a unificação do Espiritismo no país e a criação de um Conselho Federativo Nacional apoiado por espíritas de todo o Brasil. Não foi apoiado por pensadores isolados como Herculano Pires, que escreveu: ''A USE submeteu-se ao Conselho Federativo Nacional, órgão da FEB. A reforma estrutural da USE suicida-se num pacto de ouro, entregando-se aos rabinos do Templo". (Jornal Mensagem, dezembro de 1976)

Todos nós nos entusiasmamos com o Pacto. Esperávamos um Conselho Federativo realmente representativo de todo o Brasil, autônomo, funcionando com toda liberdade e sem compromissos com Roustaing. Não percebemos que ele era um Departamento da FEB e, como tal, a ela subordinado. Não víamos que um Conselho, representando democraticamente todas as Federações estaduais, não poderia ser subordinado a uma Federação criada e dirigida por moradores do Rio de Janeiro, intitulada "brasileira", mas sucessora de um só centro espírita.

Uma Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos do Brasil precisa ser formada pela união dos sindicatos de todos os Estados em Assembléia para tal convocada. Tal Federação não pode ser departamento de um Sindicato.

Uma Associação Médica Brasileira é formada por Associações dos vários estados, as quais são a ela subordinadas. Não se concebe a AMB como departamento de uma Associação Estadual.

A Confederação Brasileira de Futebol resulta da união das federações estaduais de futebol. Não teria cabimento a CBF ser um departamento do São Paulo Futebol Clube, ou do Vasco da Gama.

Pois bem. O Conselho Federativo Nacional, que congrega as entidades espíritas de todos os Estados do Brasil, é subordinado à FEB. Seus membros não têm a menor autonomia. Seria triste, se não fosse ridículo.

Terminamos este capítulo com as corajosas palavras de Herculano: "É dever dos espíritas sinceros combater a mistificação roustainguista neste alvorecer da Era Espírita no Brasil. Ou arrancamos o joio da seara ou seremos coniventes na deturpação doutrinária, que continua maliciosamente a ser feita. O Cristo agênere é a ridicularização do Espiritismo, que se transforma num processo de deturpação mitológica do Cristianismo. A doutrina do futuro nega-se a si mesma e mergulha nas trevas mentais do passado. O homem espírita verdadeiro e esclarecido converte-se no homem da era ante-cristã, no crente simplório das velhas mitologias". (O Verbo e a Carne, página 60)

Esta é a nossa posição, apoiado nas Obras Básicas de Allan Kardec e nos estudos de seus mais fiéis seguidores, contra o roustainguismo, uma das piores deturpações do Espiritismo.

Ary Lex