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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Fidelidade ao Código Espírita, por Allan Kardec





Venho informar a todos, que o item 67 do capítulo XV de “A Gênese”, por Allan Kardec, foi suprimido pela FEB e por algumas editoras, substituindo-o pelo item 68; trata-se da discussão: se Jesus teve um corpo carnal e, ou, fluídico. Observem as afirmações nas obras de Allan Kardec, que são claras.

Eles aderem aos conceitos de Roustaing, que são contrários a Kardec e os misturam com os deste.

Os livros de Allan Kardec devem ser publicados na íntegra e íntegros, segundo os seu verdadeiro autor.

Exponho aqui o tema, junto ao item 67 e, a “A Gênese” completa, no grupo de livros, tradução de Carlos de Brito Imbassahy, cujo próprio tradutor me enviou os capítulos enquanto os traduzia. Versão do original francês, de 1868, 3ª edição; fiel à autoria.

O item desaparecido é este: Os milagres do Evangelho

Desaparecimento do corpo de Jesus - cap.XV - 67

Consta a seguir:

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A Gênese – cap.15

DESAPARECIMENTO DO CORPO DE JESUS

64. – O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte tem sido o objeto de numerosos comentários; ele é atestado pelos quatro evangelistas, sobre as declarações das mulheres que estavam presentes ao sepulcro ao terceiro dia e não o encontraram aí.

Alguns viram neste desaparecimento um fato miraculoso, outros supuseram um transporte clandestino.

Conforme uma outra opinião, Jesus não teria se revestido de um corpo carnal, mas somente de um corpo fluídico; ele não teria sido durante a vida senão uma aparição tangível, em uma palavra, uma espécie de agênere.

Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas uma aparência. É assim, diz-se, que seu corpo retornando a seu estado fluídico, pôde desaparecer do sepulcro e é com este mesmo corpo que ele teria se mostrado após sua morte.
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(*) N.do trad. – Perante os conhecimentos atuais correlatos a fluidos e energias, completamente distintos do que se sabia à época de Kardec, não há a mínima possibilidade da existência do referido agênere, sem que a ele corresponda uma fonte permanente geradora de energia. E não havia tecnologia para tal.

65. – A estada de Jesus sobre a Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que seguiu à sua morte. No primeiro, após o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa na casa materna como nas condições ordinárias da vida (1).

Após o nascimento até sua morte tudo, em seus atos, em sua linguagem e nas diversas circunstâncias de sua vida, apresenta as características não equívocas da corporeidade.

Os fenômenos de ordem psíquica que se produzem nele são acidentais e nada anormais já que se explicam pelas propriedades do perispírito, e se reencontra em diferentes graus entre outros indivíduos.

Após sua morte, a contrário, tudo nele revela o ser fluídico.

A diferença entre os dois estados é de tal forma talhada, que não é possível de assimilá-las.
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(1) Não falamos do mistério da encarnação, pois não temos que nos ocupar aqui, e que será examinado ulteriormente.

O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita e que diferem essencialmente daquela dos fluidos etéreos; a desorganização aí se opera pela ruptura da coesão molecular. Um instrumento cortante, penetrando no corpo material divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida forem atacados, seu funcionamento cessa e a morte se segue, isto é, a morte do corpo.

Esta coesão não existindo nos corpos fluídicos, a vida não repousa sobre o jogo dos órgãos especiais e não pode aí se produzir desordens análogas; um instrumento cortante ou qualquer outro, aí penetra como
em um vapor, sem nele causar qualquer lesão.

Eis porque esta sorte de corpos não pode morrer e porque os seres fluídicos designados sob o nome de agêneres não podem ser destruídos.

Sem dúvida, um semelhante fato não é radicalmente impossível após o que se sabe atualmente sobre as propriedades dos fluidos, (*) mas seria, no mínimo, de toda feita, excepcional em oposição formal com o caráter dos agêneres (Cap. XIV, n° 36).

A questão é, pois de saber se uma tal hipótese seja admissível, se é confirmada ou contraditada pelos fatos.

Após o suplício de Jesus, seu corpo ficou lá, inerte e sem vida; ele foi sepultado como os corpos ordinários e cada um pôde vê-lo e tocá-lo.

Após a ressurreição, quando ele quis deixar a Terra, ele não morre; seu corpo se eleva, se desvanece e desaparece sem deixar nenhum traço, prova evidente que seu corpo era de uma outra natureza que a que permaneceu na cruz, de onde é preciso concluir que se Jesus
pôde morrer, é que ele tinha um corpo carnal.

(N. do trad. – aqui Kardec elimina qualquer possibilidade docetista da existência de um corpo só fluídico durante a vida carnal de Jesus).

Por conseqüência de suas propriedades materiais, o corpo carnal é o signo das sensações e das dores físicas que repercutem no centro sensitivo ou Espírito.

Não é o corpo que sofre, é o Espírito que recebe o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Em um corpo privado de Espírito, a sensação é absolutamente nula; pela mesma razão, o Espírito que não tenha corpo material, não pode experimentar os sofrimentos que são o resultado da alteração da matéria; donde, é preciso igualmente concluir que se Jesus sofreu materialmente como nem restará dúvida, é que ele tinha um corpo material de uma natureza semelhante à da de todo mundo.

66. – Aos fatos materiais vêm se ajuntar considerações morais todo-poderosas.

Se Jesus tivesse estado durante sua vida nas condições dos seres fluídicos, não teria experimentado nem a dor, nem nenhuma necessidade do corpo; supor que ele o fosse assim, é tirar-lhe todo o mérito da vida de privação e de sofrimentos que ele escolhera como exemplo de resignação.

Se tudo nele fosse apenas aparência, todos os atos de sua vida, o anúncio reiterado de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus de afastar o cálice de seus lábios, sua paixão, sua agonia, tudo até seu último brado no momento de render o Espírito, teria sido apenas um vão simulacro por dar o troco sobre sua natureza e fazer crer no sacrifício ilusório de sua vida, uma comédia indigna de um simples honesto homem, com mais forte razão de um ser assim superior; em uma palavra, ele teria abusado da boa fé de seus contemporâneos e da posteridade.

Tais são as conseqüências lógicas deste sistema, conseqüências que não são admissíveis porque é abatê-lo moralmente, em vez de elevá-lo.

Jesus, pois, teve, como todo mundo, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que atestam os fenômenos materiais e os fenômenos psíquicos que marcam sua vida.

“67. – Em que se transformou o corpo carnal?

É um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, salvo por hipóteses, falta de elementos suficientes para assegurar uma convicção. Esta solução, aliás, é de uma importância secundária e não juntaria nada aos méritos do Cristo nem aos fatos que atestam, de uma certa maneira bem contrariamente peremptória, sua superioridade e sua missão divina.

Não pode, pois, haver sobre a maneira na qual esse desaparecimento se operou senão opiniões pessoais que teriam valores apenas igualmente quanto as que fossem sancionadas por uma lógica rigorosa e pelo ensinamento geral dos Espíritos; ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção deste duplo controle.

Se os Espíritos ainda não resolveram a questão pela unanimidade de seus ensinamentos, é que, sem dúvida, o movimento da resolução não veio ainda ou que ainda falta conhecimentos em auxílio dos que possam resolvê-la por si própria. Em atentando, descarta-se a suposição de um rapto clandestino, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade. (Livro dos Médiuns, cap. IV e V)”

68. – Esta idéia sobre a natureza do corpo de Jesus não é nova. No século IV, Apolinário de Laudicéia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus nunca tinha tomado um corpo como o nosso, mas um corpo impassível que descera do céu no seio da Santa Virgem e não teria nascido dela; que, assim, Jesus não era nato, não tinha sofrido e não estava morto senão em aparência. Os apolinaristas foram anematizados pelo Concílio de Alexandria em 360, no de Roma em 374, e no de Constantinopla, em
381.

*

A Gênese – cap. 3 – Atenção para os itens 2, 3 e também o 4:

Tradução fiel – Imbassahy (Comparem com as suas)


FONTE DO BEM E DO MAL

1. – Deus sendo o princípio de todas as coisas e, este princípio sendo toda sabedoria, toda bondade, toda justiça, tudo que procedendo do que deva participar destes atributos, já que é infinitamente sábio, justo e bom, jamais poderia produzir algo insensato, de maldade ou de injustiça.

O mal que observamos não deve, pois, ter sua fonte n’Ele.

2. – Se o mal estiver nas atribuições de um ser especial que se denomine Ariman ou Satã, das duas, uma, ou este Ente seria igual a Deus e, por conseqüência, também poderoso e eterno como Ele, ou lhe seria inferior.

No primeiro caso, admitir-se-iam dois poderes rivais, lutando sem cessar, cada qual a destruir o que o outro faça e se contrapondo mutuamente. Esta hipótese é inconciliável com a unidade de vida que se revela na disposição do Universo.

No segundo caso, se este ente for inferior a Deus, estar-lhe-á subordinado; não podendo, assim, se tornar eterno como Ele, sem que Lhe seja igual, será, pois, um princípio; se ele foi criado, não poderia ter sido por Deus; Deus teria, assim, criado o Espírito do mal, o que seria a negação de sua infinita bondade. (*)
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(*) N. do trad. – Atualmente, alguns pesquisadores, ante descoberta de certos documentos da era em que Jesus viveu na Galiléia, admitem que os gnósticos, heterodoxos mais próximos seguidores do mestre e ditos cristãos do primeiro momento, como Simão, o Mago, admitiam a existência de dois deuses distintos, um do bem, que enviara Jesus à Terra e outro do mal, que tentava desvirtuar os homens, tese esta que hipoteticamente seria pregada por Pedro, em Roma mas que, por não ser compatível com a doutrina de Constantino que seguia e aceitava a lenda egípcia do Deus Sol, monoteísta, exigiu que a nova doutrina dita cristã também se tornasse monoteísta, daí, terem os sábios da época se servido do apóstolo Paulo, em vez de usar os ensinamentos de Pedro para instituírem a Igreja Romana.

3. – Conforme certa doutrina, (*) o Espírito do mal, criado bom, seria transformado em mal e Deus, para lhe punir ter-lhe-ia condenado a se tornar eternamente malvado, e lhe teria dado por missão seduzir
os homens a fim de lhes induzir ao mal; opulência uma só queda podendo merecer -lhe os mais cruéis castigos eternos, sem esperança de perdão, haveria aí mais que uma falta de bondade, porém, uma crueldade premeditada, pois por encontrar a sedução mais fácil e melhor ocultar a armadilha, Satã estaria autorizado a se transformar em anjo de luz e a simular as mesmas obras divinas até mesmo se equivocar.

Seria de séria inquietude e imprevidência da parte de Deus, pois toda liberdade confiada a Satã de sair do império das trevas e de se entregar aos prazeres mundanos para arrastar os homens, o provocador do mal teria menor punição que as vítimas de suas astúcias que A Gênese – cap. 3, itens 2 por fraqueza, uma vez que, no abismo, de lá não mais poderiam sair.

Deus lhe recusa um vidro de água por mitigar-lhe a sede e, durante toda a eternidade decide, ele e seus anjos, seus queixumes sem se deixar comover, ao passo que permite a Satã todo o gozo que desejar.

Dentre todas as doutrinas sobre a teoria do mal, esta, sem dúvida, seria a mais irracional e a mais injuriosa para a divindade. (Ver Céu e Inferno – Cap. X – Os demônios)
____
(*) – N. do t. – Leia-se: roustaingismo, motivo pelo qual este item foi supresso de certas traduções facciosas.

4. – Entretanto, o mal existe e possui uma causa.

O mal é de todas as sortes. Há, em princípio, o mal físico, o mal moral, além disso, os males que o homem pode evitar e os que são independentes de sua vontade. Entre estes, é preciso colocar os flagelos naturais.

Em suas faculdades, o homem é limitado, não pode penetrar nem se abranger conjuntamente à visão do Criador; julga as coisas ao ponto de vista de sua personalidade, dos interesses de facções e de convenções que cria e que não estão absolutamente na ordem natural; é por isso que ele encontra freqüentemente maldades e injustiça que considera justa e admirável, se visse a causa, a meta e o resultado definitivo.

Procurando a razão de ser e a utilidade de cada coisa. Ele reconhecerá que tudo leva a marca da sabedoria infinita e se curvará ante tal sabedoria, mesmo pelas coisas que não compreenda.

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Indicações de Leitura que fazem análise das Obras de Roustaing.

Kardec, A. Revista Espírita, 1866, editora Edicel.

______________________, 1861, editora Edicel.

______________________, 1867, editora Edicel.

Costa, Luciano. Kardec e Não Roustaing. Editora LAKE.

Ferreira, Carlos Alberto. Será a Obra de Roustaing Espírita? Editora Opinião E. Capivari.

Garcia, Wilson. O Corpo Fluídico. Edições Correio Fraterno do ABC – São Paulo.

Prestes, Erasto de C. Kardec X Roustaing. Editora ECO, Rio de Janeiro – Niterói – 1984.

Pires, J. H. Agonia das Religiões. Editora Paidéia, 1989.

_________ Revisão do Cristianismo. Editora Paidéia, 1980.

_________ O Espírito e o Tempo. Editora Paidéia, 1983.

Silva, Gélio L. Conscientização Espírita. Editora Opinião E. Capivari – SP, 1995.

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As indicações de leitura acima constam no livro: O Verbo e a Carne.

Vamos todos mostrar e comparar os ensinamentos da doutrina, aos de novos grupos que surgem, dizendo-se espíritas, o que não são, porque se posicionam de forma oposta à codificação. Publiquem esses fatos.

Cada qual é livre para ser adepto a qualquer segmento que escolha, mas que não nomeie de espírita o que não o é. Eis a questão.

É indispensável se conhecer a codificação, para perceber o que lhes é dito e feito, não permitindo adulterações. Afinal, quem precisa de uma federação assim?

Nós, internautas somos livres, conscientes e responsáveis.

Sabemos examinar e avaliar o conteúdo da Doutrina Espírita, justamente por conhece-la.

Proponho o exame do livro: O Verbo e a Carne, de Herculano Pires e Júlio Abreu Filho.

Utilizem-se dos livros disponibilizados nesta comunidade.

Façam as suas apreciações.

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